Capítulo 21

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Hey, olha quem já voltou! 

Tenha uma boa leitura e não esqueça da estrelinha :) 

>.<


Começar 2020 beijando Louis definitivamente fez parecer que tudo seria perfeito pelo resto do ano. O universo poderia conspirar ao meu favor ao menos uma vez. Quando não se era possível mais ver e nem escutar os fogos, decidi que era hora de voltar para casa. Então, como o bom cavalheiro que Louis era, se ofereceu para nos acompanhar. Gemma e ele deram um abraço e desejaram "feliz ano novo" um ao outro, sorrindo logo após. Parecia tão perfeito que mal conseguia lembrar a merda que minha vida estava.

Quando estávamos quase chegando, Gemma disse que ia na frente para averiguar como tudo estava, então nos deixou sozinhos. Louis aproveitou para me puxar para um último beijo, fazendo todo o meu sistema nervoso colapsar. É como se os divertidamente em minha cabeça estivessem apertando o botão "quente demais, pânico!" várias e várias vezes.

- Certo, eu preciso voltar intacto para casa. Então, você poderia, por favor, parar de ser gostoso assim?

- Desculpe, gatinho, é de nascença. – Reviro os olhos, rindo baixinho da palhaçada. Nós seguimos andando mais um pouco, e como já estávamos quase chegando, parei de andar para me virar para ele.

- Você pode me deixar aqui hoje, tudo bem? Volte para casa para descansar, nós nos vemos amanhã.

- Tem certeza?

- Sim, você precisa descansar também, está tudo bem. – Forço um sorriso, desejando profundamente que meu coração pare de bater tão rápido. Ele suspira, concorda com a cabeça e me dá um beijo na bochecha, murmurando um "tchau" logo em seguida.

Trago todo o ar possível para meus pulmões enquanto caminho em direção a grande casa. Ao abrir a porta, tudo parecia normal. Mas foi só ir de fininho até as escadas que encontro Gemma sentada no escuro, fazendo um sinal de silêncio e indicando para me sentar ao lado dela. Certo, tudo estava indo horrível pelo visto.

- Não tolero viadinhos nessa casa, mamãe! – A voz de papai estava alta e enfurecida, fazendo meus ombros se encolherem instintivamente.

- Ele não é "viadinho", Simon, tenha mais respeito! Além disso, a casa é minha, você não tem que ter opinião alguma aqui, se está descontente vá embora. – Oh deus, não, não, não. Eu não quero ir embora.

- Você só pode ter perdido a cabeça. Como pode preferir um garoto desconhecido ao seu filho?! Ainda mais sendo uma bichinha pecadora.

- Aquela "bichinha", como diz você, fez muito mais para mim em um mês do que você não foi capaz de fazer em anos! Então sim, se você está me fazendo escolher entre um rapaz respeitoso, gentil e responsável, e você, um homofóbico de merda que usa a palavra de Deus para justificar todos os seus preconceitos e não respeita nem a família, eu prefiro mil vezes ele!

- Muito bem então, na primeira hora do amanhecer nós estamos partindo. Você fez a sua escolha. – Não, não, não! Eu, definitivamente, não estou indo embora. – Bárbara, mande Edward fazer as malas.


- Não, o Harry irá ficar.

- Isso com certeza não irá acontecer. Ele é meu filho e você não tem poder de decisão aqui. Harry não se juntará a essa gentinha nunca mais e eu irei mostrá-lo como homens se comportam de verdade quando chegarmos em casa. – Eu não me importo se fiz barulho quando levantei, não me importei com os sussurros exasperados de Gemma e, definitivamente, não me preocupei em ser silencioso ao abrir a porta. Tudo o que fiz foi correr, correr e correr, até meus pulmões implorarem por ar.

- Harry? Harry! – Posso escutar a voz de Louis no fundo de minha mente, como se ele estivesse aqui mas também fosse só fruto da imaginação. Tudo parecia borrado demais, mas eu precisava correr ainda para mais longe das garras de Simon. Eu não quero voltar para casa, eu não quero as mãos dele em mim e em hipótese alguma quero marcas de agressão em meu corpo.

- Harry, para! – Sinto braços me puxando para trás e tento me soltar deles, desespero para ir ainda mais longe.

- Me solta, me solta!

- Ei, por favor, se acalme! Sou eu, gatinho, apenas eu. Você consegue respirar para mim? – E então o ar em meus pulmões se tornou escasso demais, me fazendo parar de debater e respirar fundo, necessitado de oxigênio.

- Longe... eu preciso ir....


– Está tudo bem, eles não vão te alcançar agora. Somos apenas eu e você.

- Você não entende... por favor! Eu preciso ir para longe, me leve para longe!

- Tudo bem, eu posso te levar para longe. Mas, eu preciso que você se acalme, tudo bem? Respire comigo, babe, nós vamos ficar bem. – Seu peito sobe e desce em minhas costas e eu tento copiar sua respiração, meu corpo relaxando aos poucos e se encostando mais no dele, totalmente cansado.

- Ele quer me levar embora, Lou, eu não quero ir!

- Oh... eu posso te dar algum atraso, mas isso não pode se estender por muito tempo, babe, você sabe...

- Eu só... preciso pensar, colocar a cabeça no lugar e me acalmar, por favor, Lou!

- Vamos para a casa de Liam, ficaremos seguros lá.

- Ele não irá se incomodar?

- Não, ele deixou a chave comigo e foi viajar. Na verdade, eu estava indo para lá agora, preciso checar se o gato dele está bem.

- Ok, obrigado.

- Iremos fazer isso dar certo, ok? Eu te amo. – Sorrio ao sentir seus lábios deixando um beijo em meus cabelos.

- Eu também te amo. 

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