II

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Horroroso

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Horroroso.

Aquele tom de verde era horroroso.

— Sooyoung, pelo amor de deus, nós mal nos mudamos e você já está arrumando encrenca? — a senhora Park, agora Bae, resmungou.

— Não tenho culpa se ninguém me ouve! — bufou e cruzou os braços. — Eu pedi que pintassem as paredes de verde escuro! E olhe só a aberração que fizeram na parede do quarto, mãe!

Fazia quinze minutos desde que o caminhão de mudanças amarelo estacionara na entrada da casa dos Bae. Para Park Sooyoung, aquela casa era a verdadeira definição de inferno. Como se já não bastasse sua mãe anunciar da noite para o dia que estava noiva, ela teria que abandonar toda a sua vida e mudar-se para um lugar a quinhentos e quarenta quilômetros de distância da sua cidade, deixando para trás seus amigos, sua namorada e sua popularidade. Além disso, tinha recebido de brinde uma irmã insuportável e um quarto pintado de um verde que parecia vômito.

Caixas e mais caixas decoravam o cômodo, dificultando a passagem de todos. Portando, todos estavam do lado de fora, exceto Sooyoung, que observava as paredes horrorizada.

— Nós podemos pintar as paredes amanhã, não tem problema — o senhor Bae era o único que parecia calmo naquela situação. Sua filha, Joohyun, observava toda a cena da porta do quarto com um sorriso debochado nos lábios.

A primeira impressão de Sooyoung da nova irmã foi sistemática. Quando conheceu o noivo de sua mãe e a filha dele, ela estranhou o fato de Joohyun só comer quando tivesse polido todos os talheres e os posicionado de forma simétrica na mesa. Sem contar que a própria aparência da Bae era impecável: cabelos longos e escuros perfeitamente penteados, sem um fio sequer fora do lugar, roupas bem passadas e sapatos brancos tão limpos que faziam os olhos brilharem. Até mesmo sua postura era invejável.

Não conseguia entender aquela família. Aparentemente, a mãe de Joohyun tinha largado tudo e ido atrás de sua carreira de modelo em Milão. O senhor Bae, de coração partido, demorou anos até entrar em outro relacionamento, até que conhecera a mãe de Sooyoung e o resto da história todos já sabiam de cor. Não que sua mãe fosse feia ou algo do tipo, mas noivar em apenas dois meses após ter conhecido alguém e casar-se um mês e meio depois está longe de ser algo normal.

Ainda mais logo depois de uma tragédia.

— Não há necessidade, Sooyoung pode se acostumar com essa cor, não é, filha? — a senhora Kim sorriu de um jeito assustador para a filha.

Concorde ou terá problemas.

— Claro... — respondeu à contragosto, inflando as bochechas como uma criança.

— Certo, então vamos te deixar arrumar seu quarto em paz, Joy — disse o sorridente senhor Bae.

A garota arregalou os olhos, incrédula. Se tinha uma coisa que Sooyoung detestava era que a chamassem por seu apelido. Detestava mais ainda quando a pessoa fosse alguém em quem não tinha nenhuma confiança. Caminhou em passos duros até o homem, surpreendendo-se com a diferença de altura. Ela era alta, mas tinha que erguer a cabeça para que ele a enxergasse.

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