XII

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Por que diabos aquelas luzes incomodavam tanto?

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Por que diabos aquelas luzes incomodavam tanto?

Aquela fora a primeira coisa que Sooyoung questionou ao abrir os olhos. A persiana da janela acima da cama estava aberta, permitindo que os raios solares invadissem todo o cômodo e, consequentemente, batendo em seu rosto. Desde quando tinha amanhecido? Que dia era?

Os lençóis abaixo do seu corpo eram macios, tão confortáveis que ela poderia muito bem apenas virar-se e pegar no sono mais uma vez. Remexeu-se devagar, sentindo seu corpo começar a funcionar aos poucos. As pequenas engrenagens começando a se movimentarem, uma a uma.

— Graças a Deus! Momo, ela acordou! Vem logo!

Aquela voz espantada a assustou, além de a fazer despertar de vez e sentar-se rapidamente na cama, estranhando tanto o fato de estar usando um babydoll de cetim lilás com babados quanto a garota que acabara de abrir a porta. Junto a tudo isso, a maldita vertigem lhe atingiu de repente, fazendo seu estômago dar um nó. Tudo o que conseguiu fazer foi soltar um leve gemido desgostoso como resposta, colocando uma das mãos sobre a barriga e contorcendo o rosto em dor.

— Ei, ei! — a garota na porta se aproximou, segurando suas mãos e a observando com um olhar preocupado demais. — Você quer vomitar? Consegue se levantar?

Sooyoung estava confusa a respeito de muitas coisas. Tudo o que se lembrava era ter engatado numa longa conversa com um garoto estranho durante a festa, e tudo depois era um borrão. O que tinha acontecido? Por que ela usava um pijama que sequer era seu? E mais importante: por que Son Seungwan estava ali e a olhava como se fosse feita de vidro?

Antes mesmo que pudesse formular uma frase coerente para responder às perguntas de Seungwan, assustou-se com um chute estrondoso na porta que antes estava recostada. Hirai Momo entrou no quarto como um furacão, quase derrubando a bandeja que segurava.

— Então, eu tentei fazer panquecas, mas acabei queimando todas elas, então só trouxe cereal e suco mesmo — murmurou, provavelmente irritada por ter falhado na cozinha. — Vê se come, canário.

Canário?

— Gostou do apelido? Jennie que inventou.

Aquela situação definitivamente não fazia sentido. E por mais quisesse bombardear as duas garotas na sua frente com perguntas a respeito do que tinha acontecido na noite anterior, bastou Momo estender-lhe a tigela de porcelana cheia de cereal que seu estômago entrou em colapso.

Foi involuntário levantar da cama num salto e correr para o banheiro. Por mais que estivesse devidamente acostumada a expulsar a comida através do vômito, o gosto da bile nunca era algo agradável. Era azedo e a fazia perder o ar.

Fazer isso sem querer é ainda pior, não é?

Com os joelhos dobrados e um dos braços apoiados no box do chuveiro, Sooyoung sentiu sua consciência se esvair por um breve momento. Os olhos pesados, sonolentos. Tudo o que ela conseguiu foi desejar voltar a deitar. Talvez dormindo percebesse que tudo aquilo era um sonho, assim que acordasse mais uma vez.

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