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ATENÇÃO, AVISO DE GATILHO:

Este capítulo contém descrições de uso de drogas e consumo de álcool. Se você é sensível com esse tipo de conteúdo, NÃO leia.

A sigla de Hirai Momo era NSFW: nicotina, sexo, festa e um bom whisky

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A sigla de Hirai Momo era NSFW: nicotina, sexo, festa e um bom whisky.

Sentada num dos bancos do bar do seu esconderijo, ela passava os olhos por todo o ambiente, tentando gravar a imagem do pequeno grupo de adolescentes levemente embriagados dançando ao som de alguma música da Lana del Rey que não conseguira identificar. Passou os dedos pela borda do copo de bebida, sentindo-os ficarem gelados e levemente úmidos. Quando olhou para baixo, viu que alguém tinha acabado de preenchê-lo com um líquido amarelado, a ponto de transbordar. Uma gota solitária escorrera pelo vidro, formando uma minúscula poça sobre o mármore da bancada.

Sorriu de lado. Se parasse para pensar, sua vida era como aquele copo: não importava o quanto bebesse e tentasse esvaziá-lo, ele sempre voltaria a se encher, quase ultrapassando o seu próprio limite. Uma batalha que ela sabia que já tinha perdido, mas não tinha coragem de desistir.

Não, um Hirai nunca desistia. Desistir não estava no vocabulário da sua família.

Se tinha motivos suficientes para desistir? Era óbvio. Sua existência não passava de um infeliz acidente, um contratempo indesejado na vida de um casal exageradamente ocupado. Uma criança que mal conhecia os pais, parecia até história de um filme patético.

Fez uma careta ao sentir seu celular vibrar no bolso da inseparável jaqueta de couro, era a quinta mensagem de sua avó naquela noite. Mesmo que a amasse com todas as suas forças, Momo compreendia a preocupação da mulher. Sua neta era uma delinquente, no fim das contas. Ela tinha razões o suficiente para estar preocupada.

— Sua encomenda está entregue, Hirai — uma voz feminina a fez erguer o olhar e guardar o aparelho novamente no bolso, ignorando a mensagem da avó. À sua frente, Jennie servia uma dose de tequila para si. Os lábios pintados de vermelhos destacados pela luz negra da sala. — Deixei a princesinha no quarto de visitas, ela não parecia muito bem.

Se existisse um estereótipo fixo para patricinha mimada, ele certamente seria Jennie Kim. Líder de torcida, popular na escola, corpo escultural, o sonho de qualquer garota fútil o suficiente para pensar que alguém como ela seria uma boa inspiração. A única coisa que as pessoas sempre se esqueciam era que patricinhas também podiam ser más.

No caso de Jennie, muito, muito más.

— Você sabe o que aconteceu para ela querer vir mais cedo? Nós mal começamos aqui — disse Momo, observando seu reflexo no copo de bebida.

— Correção: você mal começou, não é? Está assustadoramente sóbria — Jennie bebericou o líquido amarelado. — E não, não sei de nada. Ela ficou quieta o caminho todo.

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