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Quando Wendy abriu os olhos, só conseguia enxergar branco

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Quando Wendy abriu os olhos, só conseguia enxergar branco.

Sentia seu corpo pesado, como se toneladas e mais toneladas de alguma coisa estivessem sobre ele, impedindo-a de se mexer. Piscou algumas vezes para retomar a visão normal, assustando-se ao se dar conta de que estava em um quarto de hospital. O tão comum aroma de desinfetante logo invadiu suas narinas, fazendo-a franzir o cenho, enjoada.

Ergueu uma das mãos de dificuldade, surpreendendo-se com com um cateter intravenoso ligado ao seu punho. A agulha perfurada em sua pele era incômoda, queimava. Não se lembrava do que aconteceu depois de desmaiar, muito menos como havia chegado ali.

— Você acordou! Graças a Deus... — Dahyun surgiu no seu campo de visão, segurando um copo de café com o logo de uma cafeteria qualquer. A trança em seu cabelo não estava mais lá, e os fios loiros caíam desordenados por seus ombros. O vestido lilás que usava durante a manhã dera lugar a um conjunto simples de jeans e camiseta.

Pela feição e trajes da amiga, Wendy estava naquele hospital há um tempo consideravelmente grande. Quantas horas? Céus, seus pais sabiam? E quanto a Yeri?

— Meus pais... — fez força para falar, percebendo que sua garganta estava seca. Não doía, mas não era a melhor sensação do mundo.

— Fique tranquila, eles não sabem. Dei o telefone dos meus pais quando fui à coordenação, eles nos trouxeram aqui — a Kim deixou o copo em cima da mesa ao lado da cama e se aproximou. — Minha mãe está lá fora, na sala de espera. Como se sente?

Por um breve momento, Wendy sentiu-se aliviada. A família de Dahyun, mesmo sendo cristã que nem a sua, era mais compreensiva. Estava segura, pelo menos por enquanto.

— Não consigo me mexer e tá tudo formigando... — murmurou. — Mas pelo menos consigo respirar.

— Eles deram um calmante pra você, por isso essa sensação. Você quase me matou do coração, sabia? — sentiu a amiga acariciar seus cabelos e percebeu que ela baixava o tom de voz aos poucos. — Wendy, o que aconteceu com você?

Desviou o olhar. Nem ela mesma sabia o que tinha acontecido. Era como se olhar para aquela garota nova tivesse desencadeado uma reação que Wendy nunca se imaginou tendo. Estava assustada.

Ou melhor, estava aterrorizada.

— Não sei dizer... — mordeu o lábio, pensando num modo de esquivar-se daquele assunto, mas sua mente estava nublada demais para pensar em algo. — Numa hora eu estava bem, na outra tremia, e na outra perdi a consciência. Deve ser o cansaço, não tenho dormido bem ultimamente. Sabe como é, as provas estão aí e...

— Não acho que seja só cansaço, Wannie — interrompeu Dahyun, em tom preocupado. As mãos pálidas deixaram os cabelos loiro-escuros da amiga e pousaram em sua cintura — Conversei com o médico que te atendeu e... você já cogitou conversar com um psiquiatra? Esses sintomas se encaixam na síndrome do pânico, sabe?

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