365 dias com ela

VINTE E OITO

☆☆☆☆☆
Pov's Percy 

A Deméter tinha razão, não poderíamos estar confiando em mais ninguém. 
Apesar dela confirmar que poderíamos confiar no Apolo eu não estou muito seguro. 
Ele não é um amigo da família, não podemos nos esquecer disso. Ele é apenas o advogado da família, ou seja ele está ganhando para estar aqui, é o seu trabalho. Ele não está aqui por que gosta da gente. 

- No que está pensando?- pergunto para a Annie. 
- A Deméter tem razão - responde e suspira baixo - não podemos confiar em quase ninguém desse meio. 
- Seria mais fácil se a Silena e o Charles fossem embora - encaro a parede- a nossa vida já é complicada sem eles aqui para atrapalhar. 
- Mas como vamos fazer isso?- pergunta - não sabemos em quem confiar e pelo o que sabemos ninguém está do nosso lado. 
- Vamos dar um jeito - falo confiante - não se esqueça do que a vovó falou, somos mais poderosos que os nossos pais. Temos uma forte aliada que é  a duquesa. 
- Mesmo assim eu tenho medo Percy - chora - eu queria só ser uma adolescente normal. E mais do que nunca eu acho. 
- O que você acha?- pergunto já que ela se cala. 
- Que foi muita loucura ter engravidado - sussurra - sei que foi um acidente. Mas ainda somos muito novos para cuidar de uma criança. 
- Tem razão - admito derrotado - por que a única pessoa que vai sofrer com isso tudo será o nosso filho. 

Nos calamos. 
Era a primeira vez que estávamos vendo como as coisas estavam se encaminhando. 
Fomos muito inconsequentes em não ter nos protegido. Por que um filho agora é tudo o que não estamos precisando. Já que os nossos pais estão dispostos a fazer com que a Annie sofra um aborto. 
Mas agora o nosso bebê está aqui e não podemos fazer nada. 
Vamos ter que enfrentar isso.
Ficamos por mais um tempo remoendo as coisas que a Deméter tinha nos contado, e as coisas que tínhamos concluído por nós mesmos. 
Nesse momento estou duvidando se foi mesmo uma boa ideia de revelar que estamos juntos e ainda revelar sobre o bebê. 
Pelo menos sobre a gravidez poderíamos ter esperado mais alguns meses. 
Mas se os nossos pais descobrissem antes seria pior, pois eles iriam arrastar a Annie até uma clínica e fazerem um aborto e ninguém jamais ia ficar sabendo de nada. 

- Vamos confiar em poucas pessoas agora - a Annie decide. Ela sorri confiante e eu também faço o mesmo. 
- Até com os nossos amigos?- pergunto. 

A garota me encara e faz uma careta. Mas quando ela abre a boca para responder o meu telefone toca. 
Penso em ignorar. 
Mas era o Ryan. 

- E aí Ryan - digo menos tenso. 
- Percy - a sua voz está diferente - nem deu para conversar direito. 
- Vamos nos encontrar - digo - mas aconteceu alguma coisa?

A verdade é que eu sinto falta de conversar com o Ryan. Eu amo ficar com a Annie, mas também sinto falta de conversar com outro homem. 

- Você tem visto a Andreia?- pergunta. 
- Só uma vez - sinto um nó na garganta. 
- É que eu não a vi desde a sua festa - continua - ela não me atende no telefone e nunca está em casa. Até hoje eu nunca entendi por que ela saiu correndo daquele jeito.

Me calo. 
Será que a Andreia não tinha contado tudo?
Será que o Ryan estava me sondando?
A Annie ergueu uma sobrancelha e me encarou pensativa. Deve estar se perguntando por que me calei. 

- A Andreia - sussurro e vejo a Annie fazer uma careta - ela saiu correndo daquele jeito por causa do que anunciamos. 
- Que estão juntos?- se assusta. 
- Sim confirmo. Fui a encontrar depois - decido contar tudo o que aconteceu ao Ryan. 
- Cara - o Ryan diz depois de um silêncio - Você só pode estar brincando. 
- Por que eu iria brincar com uma coisa tão séria?- sussurro. 
- É que o que acabou de me contar é totalmente insano - quase grita - a Andreia não faria isso.
- Não estou brincando. Ela fez isso - digo sério- por que está tão surpreso?
- Você deveria também estar surpreso - diz - a Andreia. A nossa amiga de infância não faria isso. 
- Talvez ela mudou - começo a duvidar. 
- Poderia - diz - mas pode ter certeza que ela iria me falar. Ela me fala tudo.