365 dias com ela

VINTE

★☆☆☆☆

Pov's Silena 

Eu tenho certeza de que aqueles dois estão aprontando algo, e é coisa muito grave. 
Eu tenho certeza de que a dona Atena juntamente com a senhora Sally não iriam inventar que somos netos postiços da sua mãe se elas não estivessem bastantes desconfiadas dos seus filhos. 
Eu nem estava conseguindo acreditar quando aquelas duas senhoras apareceram lá no orfanato de Londres para nos oferecer essa grande oportunidade. 
Eu e o Chris vivemos a nossa vida toda em um orfanato - já que os nossos pais tinham nos abandonado - e com isso criamos um laço muito forte de amizade- um sempre protegendo o outro- e nunca nos separamos. 
Também me lembro de ter visto a senhora Reia bastante vezes lá - ela sempre ajudou muito o orfanato - e ela sempre nos dava chocolate. 
A minha vida era boa e nunca tive do que reclamar, mas a única coisa que eu sei sobre os meus pais é que eles tinham muito dinheiro e todo mês eles depositavam uma grande quantia na conta do orfanato, mas nunca me interessei em saber quem eles eram. Se eles me abandonaram é por que eles não me queriam, então eu não vou ficar mendigando atenção. No começo eu tinha mágoas- pois eles teriam condições de me criar e não fizeram isso- e ressentimentos deles, mas o Chris me ajudou a superar isso. 
Assim como eu o Chris também tinha pais com dinheiro que preferiu o deixar em um lugar longe da família. 
Todos vivíamos sabendo que éramos filhos bastardos e isso a alta sociedade não aceitava. 
Um dia eu estava limpando a sala da diretora quando a escutei conversando com duas senhoras bem vestidas, elas queriam um rapaz e uma garota bem inteligentes e que poderiam se passar por garotos de boa família. 
Felizmente a diretora me pegou os espiando e acabou me apresentando as duas senhoras. Sally e Atena. 
Elas explicaram a situação- que precisavam dizer aos filhos que esses dois garotos eram os queridos da sua avó e por isso teriam que morar na mesma casa que eles. Elas não estavam nada felizes com os boatos maliciosos que estavam surgindo sobre os seus filhos e essa era a única coisa que poderiam inventar para os vigiar. 
Como eu sou uma dama e uma boa mentirosa então as convenci de que eu poderia ajudar e o Chris estaria comigo. 
No dia seguinte compramos roupas novas e a dona Atena nos trouxe vários papéis com as coisas que deveríamos falar aos seus filhos e que não poderia haver falhas. 
Passamos dias treinando o que iríamos falar e como deveríamos andar. 
Nesse momento eu ficava feliz em não ter conhecido os meus pais, se uma mãe é capaz de ir até Londres para enganar os filhos ela é capaz de tudo e os Magnus são a pior espécie que existe. 

_Não que eu acredite que os nossos meninos estão de caso- a senhora  Sally diz- mas o melhor é ficar com o olho bem aberto. 
_E se estiverem mesmo de caso? - pergunto. 
_Vamos fazer de tudo para os separar - a senhora Atena diz- eles são primos e já deveriam saber que isso é proibido. 
_E se tiverem apaixonados? - o Chris se atreve a perguntar. 
_Eles não deveriam se apaixonar- a senhora Sally diz firme- se isso tiver acontecido então eles são dois egoístas que não pensaram no bem do nosso nome. 

Quando estávamos preparados fomos até o advogado da família e tivemos que dizer a história que fomos obrigados a acreditar que era a verdade. 
E por incrível que pareça o tal advogado aceitou tudo o que dissemos e conseguiu mexer no testamento para que pudéssemos morar naquela mansão dos sonhos. 
No dia seguinte nos apresentamos aos garotos e posso dizer que eu senti medo da garota. 
Ela era loira e tinha o olhar maligno e não gostou nem um pouco de saber que iríamos morar com eles. 
Já o rapaz era um moreno de olhos verdes que era lindo. E ele não demonstrou o mesmo ódio que a garota demonstrou. 

_Faça o possível para conquistar o meu filho- a senhora Sally diz- o meu filho precisa de alguém como você. 
_E se ele descobrir a verdade?- digo nervosa. 
_Querida ele não vai descobrir- diz sorrindo- você será a nora perfeita pois está sob as minhas ordens. Então faça de tudo ou será mandada de volta para Londres.