Sacrifício

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"Tenho medo.

Tenho medo de te perder,

De não te ter mais do meu lado,

De acordar e ver que tudo não passou de um sonho."

Uchiha Sasuke

Não conversar com ela é uma forma de eu me manter calmo. Não beber me impede de fazer merda e focar no que realmente importa me deixa são. Eu não posso enlouquecer, não agora, preciso continuar em frente. Persistir, insistir e continuar a lutar.

Quero aproveitar o pouco tempo que tenho, minha mão esquerda treme. O médico disse que isso é o resultado dos meus inúteis esforços, da minha mania kamikaze.

– Droga! – choramingo. Tento acariciar o rosto de Akashi, mas meu músculo se encontra rígido.

Aperto Akashi contra os braços. Beijo o topo de sua cabeça, ele acordou durante a madrugada, estava a descansar em seu quarto. O meu lugar de descanso agora é o sofá de seu quarto e a cadeira do escritório.

Neji discutiu. Argumentou e defendeu a prima com unhas e dentes, Neji também fez parte do time que ficou ao lado de Hinata, enquanto eu fiz parte do que está magoado o suficiente para falar com ela.

Ela está com quase cinco meses, falta pouco para que isso aconteça. Não sinto interesse em brigar com ela por causa de mentira, muito menos causar estresse em seu corpo. Odiaria importunar ela com um problema que pertence somente a mim! Hinata já anda preocupada demais com os problemas do dia-a-dia, com o bebê que está a caminho e com Akashi.

A amo, a respeito e desejo somente o bem dela; sei que ela pensou que estava me protegendo, mas fez exatamente o contrário quando mentiu para mim, quando me escondeu esse pequeno detalhe, quando optou por me cortar dessas pequenas coisas, ela fez com que essa mentira se tornasse algo grande.

Akashi segura à mamadeira com força. Os olhos pequenos e pretos aos poucos estão se fechando, de forma lenta o pequeno está a cair em um sono profundo. Fungo imagino se a menina será parecida com Hinata ou comigo; se herdará os cabelos pretos e os olhos claros da mãe, ou se terá os cabelos azulados e os olhos pretos.

Queria poder estar aqui para presenciar isso tudo, queria estar ao lado dela quando a hora chegasse.

Eu a amo tanto, mas ela me feriu demais. Esse tipo de amor costuma acabar em tragédia, não quero isso pra nós! Não quero isso pra ela que acabou de começar a viver, de abrir as asas e de fazer dezoito anos. Compreenderia caso ela não quisesse outro filho agora, ela é jovem, enquanto eu estou na casa dos vinte.

– Droga, Akashi seu pai está se sentindo o ser humano horrível. – fungo. – Sua mãe mentiu pra mim, me escondeu algo importante e confiou em outro homem ao invés de mim. Sabe isso feriu o meu orgulho, e isso fez com que eu tomasse uma decisão idiota. – me sinto mal. – Como eu resolvo isso? Como arrumo aquilo que eu mesmo estraguei, danifiquei? Merda, eu sou um ser humano horrível.

Ele termina de mamar, tiro a mamadeira de perto do pequeno. O apoio em meu ombro e o tento fazer dormir novamente, com o bico preso a boca escuto o menor ronronar – como se fosse um gatinho.

– Eu não quero ficar longe dela, mas permanecer juntos não é mais uma opção. Cansei de sofrer por ela, de cobiçar quem mente. Irei mantê-la por perto, por sua causa e do bebê. Não irei perder mais nada da gestação dela, ao mesmo tempo em que farei o meu melhor para que vocês fiquem bem! Isso o papai promete. – tento não deixar me abalar. – Só me desculpa sumir por um tempo, por ter que te deixar, mas eu garanto é por um bom motivo.

Bride of the CriminalOnde histórias criam vida. Descubra agora