Caminho

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— Tão tolo esse meu filho, sempre achando que pode me passar para trás me fazer de idiota. — O homem toca na cicatriz em seu pulso, mas marcas causadas pela pessoa que um dia ele amou. — Corrompeu o meu preferido e tornou-se um monstro.

— Mas ele ainda é o jovem...

— Não ele deixou de ser meu herdeiro no momento em que me apunhalou pelas costas. — Seus olhos não demonstravam qualquer reação, seu foco foi o centro da sala, nas pinturas do sol e da lua. — Meu filho, o meu bondoso filho, morreu para mim.

— Mestre.

— Suigetsu faça os últimos preparativos, a sua missão terminou.

§

Bride of the Criminal

Arco V — XXX

Caminho Sem Volta

Okumura Shuu.

Prendo a minha respiração, meus dedos estão suados, a minha visão ficou turva por breves segundos, me julgo capaz de chorar, me desmanchar em lágrimas, deitar-me em posição fetal. É a primeira vez que a vejo desde que me despedi dela, quando disse a amava pela última vez.

A sensação que senti quando a vi pela primeira vez está a bater na minha porta, a inundar a minha, fazendo-me ter doces e nostálgicas recordações, posso sentir os meus dedos suarem; ajeito Akashi em meus braços, não quis colocá-lo no berço, tirá-lo dos meus braços, queria ficar com ele o máximo de tempo que eu conseguisse, mesmo não conseguindo segurar ele direito. Afinal o meu plano era ir embora antes que ele acordasse, voltar para Los Angeles, ficando nos arredores, tudo para conseguir encontrar "o homem", esse que só encontrei gracas a ajuda de Nagato e Konan.

Tudo está a poucos passos de se resolver, falta tão pouco para a paz que eu tanto desejei aconteça. Minha princesa finalmente será feliz, poderá ficar livre do homem que limita a sua felicidade, liberdade e a sua vida. Ela poderá realizar todos os seus sonhos, sem crimes e um noivo que não vale o prato que come.

Mas agora estou dividindo, preso em meio há um dilema, temo a reação de Hinata, embora eu compreenda toda e qualquer reação de ódio, caso ela me bata irei entender, se ela me mandar embora e me mandar sumir por definitivo, também. Pois é um direito dela, causei tudo isso quando fui embora, deixando ela e nossos filhos. Além de que o nosso relacionamento antes de tudo não estava indo bem, na realidade por conta dos segredos e das mentiras ele ruiu.

— Sasuke é você mesmo? — não a respondo, tenho medo. Fiz tudo isso pensando que jamais a encontraria novamente, na expectativa de nunca mais vê-la. — Você é o meu Sasuke? O meu Uchiha? — Ela morde o lábio inferior. — Por favor, me responde!

Me amaldiçoou, rogo todas as maldições que mereço, especialmente por ter sido pego por ela, por força-la a reviver os sentimentos que tinha, ou tem, por mim. Hinata tinha tudo para ser feliz, tinha certeza de que Gaara cuidaria bem dela, até mesmo meu irmão e os demais, mas principalmente o ruivo, que sempre se mostrou contra todo e qualquer plano que arriscasse a vida dela, mesmo que fosse algo simples, mínimo.

A única coisa que eu não entendo, e que desde o começo Gaara sempre foi um dos mais quietos, raramente se arriscado, fazendo tudo a distância, isso até mesmo inclui a forma como ele luta, a sua maneira de lidar com as coisas e como ele resolve os problemas.

Mas desde a chegada de Hinata as coisas mudaram a nossa volta, ele continuou agindo como sempre, todavia tornava-se protetor quando o assunto era a minha esposa e filho, nunca reclamei, afinal ele podia fazer coisas que eu não conseguia, que apesar do estilo de vida Gaara nunca feriu ninguém, pelo menos não sem motivo, sempre centrado e calmo, seguindo planos e ordens sem grandes questionamentos. Um cara que vale "ouro" no meu ramo, enquanto eu sou somente algo sem valor, o famoso "ouro dos trouxas."

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