Destino

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Bride of the Criminal

Arco IV — XXX

Destino.

Okumura Shuu.

Respirei fundo, quis parecer calmo, apesar de estar um mar de confusão de dentro de mim. Como um turbilhão de emoções e sentimentos, não sei ao certo como abordá-lo, dizer o que vim fazer aqui sem parecer desesperado, sem opções. Sem ninguém para recorrer, sou incapaz de confiar até mesmo na minha própria sombra. Temo não conseguir ir até o fim, ao mesmo tempo em não consigo focar em outra coisa que não seja a minha vingança.

— O que diabos você está fazendo aqui? — Questionou surpreso. — Você tem noção de que toda a sua família acha que você morreu? Porra eu fui no seu enterro, chorei sobre o seu caixão! A sua noiva tava chorando tanto que o seu irmão precisou levar ela embora... Mas que droga Sasuke! Seu desgraçado, forjou a própria morte por acaso?

— Sim, pensei que estivesse nem óbvio! — Ele fez uma expressão engraçada, enquanto continuei com a cara fechada, esperando-o se acalmar.

— Que desgraçado!

— Até quando vai continuar surtando? Não vai me convidar para entrar não? — Sorri ao rever Nagato, faz anos desde a última vez em que o vi.

Para ser preciso foi quando comprei Hinata, foi ele quem me mostrou o caminho até o saco pobre que era aquele lugar. Afinal ele conseguiu a esposa da mesma forma, Konan, foi traficada de um país ao leste da Europa. Ela estava a voltar do serviço quando foi pega por uma dupla de agiotas, que estava a entrar nesse ramo podre — dupla que foi presa ao término do leilão, juntamente com todos aqueles que participavam do esquema.

Nagato não é como eu, ele nunca se envolveu com as coisas erradas que me rodeiam, ele é somente um investigador. Alguém importante com quem mantenho contato, ele nunca fez parte de nenhuma lista de pagamento, apesar de odiar a forma como vivo, quando jovens vivia me dizendo que isso um dia me mataria. Tanto que nem ao menos pensei em vê-lo surpreso quando 'morri', quando encontraram o meu corpo nas docas, juntamente com os meus pertences. Creio que quando voltar serei crucificado vivo — apesar de ser somente uma força de expressão, provavelmente serei questionado sobre o meu paradeiro, e todos me perguntaram sobre o que me motivou a forjar a minha morte. Sumir e me esconder de todos.

Itachi irá me dar um enorme sermão, juntamente com os meus pais. Os meninos provavelmente ficaram bravos, e não me perdoaram com facilidade, mas creio que não irão me virar as costas.

Hinata provavelmente vai chorar, e me culpar por tudo! Apesar de que a mesma irá me abraçar e dizer que sentiu saudades; pelos menos assim eu me iludo, afinal a chance de ser perdoado por um deles é praticamente nula. Afinal fiz todos chorarem, lamentaram a minha morte, quando na realidade estou bem e vivo. Somente com a minha mão piorando e com uma conta bancária limitada, sem contar a ausência de pessoas na qual eu possa confiar. A terceira situação lamentável, me fez dirigir por várias horas somente para localizar alguém de confiança.

Tanto que nas primeiras semanas me limitei a sair somente ao anoitecer. Visitei o meu túmulo, a lápide onde fica o cadáver que Tsunade arrumou; sem contar a minha visita a mansão, descobri uma falha na segurança quando consegui entrar na casa sem nem ao menos fazer barulho, sem ser notado pelos seguranças, evitei todas as câmeras e seguranças. Ver meu menino me esperando me trouxe esperança ao mesmo tempo em parecia que o meu coração estava sendo feito em dois, quando ele estendeu os braços e me chamou, pedindo para que eu o pegasse no colo. Desse a ele todo o afeto que venho negando há dias. Chorei quando o mesmo tentou novamente vir para mim, chegando ao ponto de ficar em pé no berço e caminhar em minha direção. Tirei de seu pescoço o meu cordão, dando a ele outro, um que simboliza o meu amor por ele, a peça prateada, com um coração no meio, juntamente com uma katana e uma rosa, algo tão simples, que pode ser achado em qualquer loja barata do subúrbio, apesar da mesma ter pertencido há alguém especial para mim. Há um alguém que já se foi, Safira certamente gostaria que eu tivesse dado a peça a Hinata quando a pedi em casamento, mas não achei justo dar uma peça, uma joia, pertencente a minha minha falecida noiva para a minha atual. Por isso a dei para o meu menino.

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