A Proposta

10

- Olá! Eu posso esconder isso aqui? Suas filhas são muito espertas e eu não quero definitivamente ficar de cara pintada. - Ousei interromper Miranda em seu escritório.

Ela não levantou a cabeça para me olhar, apenas os olhos, céus, aquele óculos na ponta da nariz, aquela pose que ela estava sentada com o livro nas mãos parecia que estava posando para algum desenhista.

A verdade é que eu só queria chamar sua atenção, queria de alguma desculpa apenas ver Miranda. Então ela apenas balançou a cabeça em concordância. Sorri já voltando a respirar, afinal, eu ousei interromper Miranda. E isso era surreal demais.

Fechei a porta atrás de mim e girei no meu próprio eixo em busca de algum lugar para esconder mais um pote de tinta, já tinhas vários escondidos pela casa.

- Já sei um bom lugar. - Proferi me aproximando de Miranda.

Ela que parecia indiferente com minha presença ali, fechou o livro e me olhou surpresa enquanto eu ficava de joelhos ao seu lado.

- Andreah! - Ela parecia confusa.

Eu literalmente me enfiei de baixo da mesa de Miranda. O que não foi uma boa ideia, era meu fim, ela estava de saia, suas pernas brancas tão exposta, cheiro de creme de corpo.

- Andreah! - Ela exclamou e eu bati minha cabeça na mesa. Estava submersa demais na pele de Miranda e acabei me assustando.

Ao sair, confesso que foi de propósito, me apoiei em seu joelhos, eu precisava daquele toque, Miranda afastou a cadeira um pouco para trás e nos encaramos por algum tempo até que ela pigariou e eu por fim fiquei em pé. Pedi licença e sai.

Pov Miranda

O que está acontecendo comigo?

Essa é a pergunta que eu mais me venho fazendo depois que aceitei esse desejo que sinto pela Andrea.  E eu não sei a resposta, mesmo tentando buscar dentro de mim. Como sou tão permissiva com ela?

Dar para acreditar que nesse exato momento ela estar aqui na minha casa, brincando com minhas filhas? Que eu quase a agarrei quando ela se enfiou na minha mesa? Miranda agindo por impulso? São coisas que não dar para entender. Aceitar.

Ainda do escritório ouvi os murmuros das minhas meninas, me aproximei da porta e abri, as duas estavam agaichadas procurando por algo na mesa ao lado.

- Desculpa mãe, só estávamos procurando a última tinta. - Caroline confessou sabendo que eu detestava ser incomodada quando estava revisando o livro.

- Cadê Andrea? - Questionei.

- Na varanda esperando para sujar nosso rosto todo de tinta, pois só temos 2 minutos para levar até ela o último pote e ela escondeu muito bem escondido. - Às duas confessaram intercalando.

- De baixo da minha mesa. - Apontei para trás de mim, sussurrando para as duas.

Caroline e Cassidy me olharam com cenho franzido, se colocaram de pé e quase me atropelaram para entrar no escritório indo direto para debaixo da mesa.

Logo vi minhas meninas passarem correndo por mim e ir em direção ao lado de fora. Não! Eu não iria assistir aquela tonterice.
Mas os gritos e gargalhadas de Andrea juntamente das minhas bobbsey estava tão gostosos de se ouvir, que de forma inconsciente eu fui até lá, quando dei por mim, estava escorada observando uma verdadeira guerra entre as três. O sorriso de Andrea parecia tão sincero, assim como das minhas filhas o qual eu tinha certeza que era.

- Quer brincar? - Me senti sendo pega no flagra por Andrea que ria. Revirei os olhos.

- Com certeza você tem muitas dessas coisas que você chama blusa.

- Oh! - Ela parece ter se dado conta que não estava apenas com o rosto sujo.

- Vão para aquela ducha ali, o almoço é daqui 20 minutos. - Proferi apontando para o banheiro que ficava do lado de fora, perto da piscina.

- Vem Andy.- As duas puxaram Andrea. 

Entretanto ela negou, disse que iria para casa, só lavaria o rosto na pia mesmo.

- Vá Andrea, roupas não é problema.

Ela parecia surpresa, eu também estava surpresa comigo mesmo. Então elas se afastaram e eu fui providenciar toalhas para as três. Eu poderia mandar algum empregado? Com certeza, e provavelmente seria o que eu faria, mas, eu queria está na presença e em contato com aquela garota tola.

Céus! Não foi uma boa ideia fazer Andrea se lavar ali, sua blusa colada em seu corpo dando de ver os seios entumecidos me deixou quente. Não sei por quanto tempo olhei, mas ela pareceu perceber, algo que me deixou incomodada, é óbvio.
Quando Andrea pegou a toalha da minha mão, nossos dedos se resvalaram, e céus. Confesso que estava quase ordenando que ela adiantasse o dia para... engoli em seco.
Levei Andrea até meu quarto, outra ideia idiota, Andrea apenas de toalha no meu quarto.

- Acho que dão em você, vou ver as meninas. - Sai praticamente correndo, senão eu comenteria uma loucura.

O almoço digamos que foi de uma forma que nunca tivemos, para mim, a hora da refeição tem que ser em silêncio, porém, era notoria que para Andrea não, ela não parava de falar um só minuto sequer e minhas meninas pegavam o embalo e o mais impressionante é que aquilo não estava me irritando, mesmo eu fingindo ser indiferente, estava agradável de se presenciar.