A Proposta

14

Estava me sentindo uma velha ridícula, uma quinta-feira nunca demorou tanto a chegar, e agora que chegou, eu desejava que demorasse um pouco mais.
Cheguei na Runway tentando transparecer tranquilidade, algo que eu sempre tive, todavia ultimamente é como se eu tivesse desaprendido a ter.

- Café! - Ordenei assim que joguei meu casaco e bolsa em cima da mesa dela.

Vi sua sombra passando para a cozinha, provavelmente ela já tinha comprado e iria esquentar. Adentrei minha sala e apesar de aparentar estar calma, eu estava um turbilhão por dentro, pelo menos a máscara de dama de ferro ainda estava intacta, aparentemente.

- Seu café, Miranda. - Ela colocou em cima da minha mesa e ficou parada esperando mais alguma ordem.

Ela estava ainda mais bonita, lábios extremamente vermelhos, tom que ela quase não usa, e sobressaia na pele branca e uma roupa preta, minhas entranhas gritaram.

- Isso é tudo!

Foi inevitável não imaginar ela apenas com aquelas botas e de lingerie daqui a algumas horas, senti meu rosto esquentar.

A manhã passou extremamente rápido, principalmente quando queremos protelar algo que nos deixa insegura. Agora, às 13h45 estou no elevador do hotel que ela reservou para nós.
Não sei ao certo o que fazer, como falar com ela, ou sequer tocar, se devo dizer um oi, ou ir direto para o ponto principal, afinal, eu detesto rodeios, mas o que é eu depois dessa proposta?

- Boa tarde, Miranda! - Sua voz saiu mais carregada que o habitual, ela estava em pé com as mãos juntas, afirmaria com todas as letras que ela estava nervosa. Eu também estava, mas esconder minhas fraquezas é algo que eu faço muito bem.

Tirei meu casaco e bolsa e entreguei a ela, e enquanto ela guardava, me sentei na poltrona, Andrea voltou novamente para meu campo de visão.

- Quer beber algo? - Sua voz ainda saiu rouca, entretanto trêmula.

- Tire a roupa, Andrea.

- O quê? - Sua voz saiu assustada.

- Não estamos aqui para jogar conversa fora, Andreah. - Revirei os olhos enfadada. Apesar de que eu não estava nem um pouco enfadada.

- Desculpe! - Ela sussurrou e lentamente começou a desabotoar a blusa - e-eu-eu, espero não decepcionar você - seguiu com o sussurro ficando com tronco apenas sutiã. Preto, como imaginei.

Senti minha respiração falhar, seus fartos seios coberto por aquela renda, céus, Andrea definitivamente seria minha ruína.
Ela se sentou na cama, levou a mão até o zíper da bota.

- Não a tire!

Seus olhos de chocolate voltarem para os meus, ela parecia surpresa, entretanto, pude ver um sutil sorriso. Andrea novamente ficou em pé, levou as mãos para trás em busca do zíper da saia, e a mesma caiu em seus pés. Senti meu coração bater na minha boca. Não é que eu não estivesse acostumada a ver mulheres de lingerie, ou até mesmo nua, afinal, o meu meio de trabalho é o que mais vemos. Mas ali, era diferente, era a premissa de um desejo meu que estava prestes a se realizar. E ela havia me surpreendido de todas as formas, Andrea era ainda mais linda do que mostrava ser. E céus, seus lábios carnudos entreabertos estava acabando com o pouco de controle que eu ainda tinha.

Me coloquei em pé, e lentamente me aproximei dela, eu conseguia ouvir sua respiração, e ver seu peito subindo e descendo de forma rápida, Andrea estava nervosa. Provavelmente ela não queria estar ali, mas desde quando eu me importo com as vontades dos outros? Eu paguei por ela, ela aceitou e eu precisava fechar esse ciclo.

Levei minha mão para seus cabelos, colocando para trás, deslizei meus dedos pelo seu pescoço até a montanha comberta pelo sutiã, tão brancos e quente. Senti ela estremecer, Andrea estaria com medo de mim?