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Pov Miranda

Afinal, o que eu queria?
Minha cabeça dizia para que eu mantesse essa garota afastada, no seu lugar, e ao mesmo tempo que eu tentava, eu gostava de quando ela estava perto.

Eu poderia ter vestido uma roupa apresentável, afinal, estava com um estranho na minha casa, isso definitivamente era o que eu faria, mas era ela... e em um momento estúpido, senti vontade de provocá-la, talvez ela tenha gostado de ontem, pensei, não, ela só precisava do dinheiro... fiquei me sentindo uma ridícula, e quando resolvi voltar para vestir uma roupa, encontrei ela quase derrubando tudo, já era tarde demais e ela pareceu surpresa ao me ver daquele jeito. E eu gostei. Eu estava gostando daquele coisas idiotas que eu nunca tive paciência com ninguém. Flertar!

O filme acabou e nem sequer consegui focar em algo sobre ele, não que ele fosse chato, ou algo do tipo, a verdade é que eu nem me recordava o nome, meu pensamento não saia do fator de que Andrea estava ao meu lado, que estava junto das minhas filhas, que estávamos assistindo um filme como se fôssemos uma família.

Olhei para ela, e assim como as meninas, ela estava dormindo, sua boca entre aberta, respiração calma, sem muito pensar deixei minha mão deslizar pelo seu rosto. Ela era linda demais... tão linda, tão diferente, tão... suspirei e deixei meu polegar contornar seus lábios grande e macios, minha boca sentiu saudade da dela.

- Andrea. - Deixei seu nome sair como um suspiro.

Eu a queria novamente, não me contentaria apenas com uma só vez como prometi para mim mesma. Meu dia atípico desenhou isso com todas as letras, eu nunca me senti tão quente, tão excitada como passei o dia de hoje, mesmo sendo um dia cheio, o simples fato de saber que ela estava ali tão perto, de que no dia anterior haviamos transado, me deixou quente, ela me deixava quente.

- Andrea! - Tirei minha mão de seu rosto e peguei no ombro, tentando acordá-la.

- Hum. - Ela murmurou virando mais de lado.

- Acorda! - Sacodi levemente.

E ela pareceu despertar, olhou ao redor tentando reconhecer o ambiente, e quando o fez se assustou.

- Eu dormi. - Ela parecia constrangida.

- Dormiu. - Limitei a dizer. - Está  tarde, vou mandar um dos seguranças te levar. - Me levantei arrumando a camisola que havia subido e eu nem tinha notado. Fechei o hobby e sai da cama sendo seguida por ela.

Antes de saímos, Andrea beijou de forma tão terna as testas das minhas meninas que foi impossível conter o sorriso, ela se preocupava... ela gostava...

- Obrigada, Andrea. - Era estranho falar essa palavra que há muito não fazia mais parte do meu vocabulário.

Mas ela não precisava ter vindo, e veio, mesmo depois de eu ter proibido o contato, ela poderia simplesmente alegar isso, mas não o fez, e era minha filh doente, e ela veio.

- Ela vai ficar bem. - Andrea proferiu parecendo desconfortável.

Balancei minha cabeça em concordância, eu sabia que iria ficar bem sim, mas eu sou mãe, e a minhas meninas é meu único ponto fraco. Até agora... algo me diz que Andrea está entrando nessa zona.

- Boa noite, Miranda. - Ela proferiu assim que chegamos na saída.

- Boa noite, Andrea. - Puxei ela pela cintura, nossos corpo se encontraram.

Eu não sabia porquê estava fazendo aquilo, eu só não queria que ela fosse embora, eu só queria prová-la novamente. Mas seus olhos arregalados me fizeram retroceder, pigariei a afastando, senti meu rosto esquentar. Eu iria beijá-la, eu iria...
Quando eu passei a fazer as coisas tão impensadas assim?

Virei de costas e segui para escadas, arrumei minhas meninas na cama, as cobri e segui para meu quarto, Stephen ainda não havia chegado, e provavelmente não chegaria... E mais absurdo que fosse, para mim não fazia diferença.

Me deitei tentando assimilar minha atitude, a forma como meu corpo esquentou apenas por encostar nela, eu a queria e não era apenas para suprir uma curiosidade de adolescente, eu queria, queria e apenas a queria, mas e ela? Quem iria me querer com tantos divórcios e mais um a caminho, com duas filha, cabelos brancos e de uma personalidade que ninguém gosta? Ninguém, eu sabia que estava fadada a solidão.

Andrea era jovem, linda, cheia de vida, jamais se envolveria comigo, aquilo só foi pelo dinheiro. Talvez, ou com certeza o pior negócio que eu já fiz em toda minha vida.
Eu apenas me empurrei para o desejo que estava na cara que não seria desejo apenas por um vez.
O que você está fazendo, Miranda? 

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