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Pov Miranda

Hoje está fazendo um mês que eu refiz a proposta idiota para Andrea e acabamos transando na Runway. Sorrio ao recordar da audácia dela em bater no meu rosto, de como eu tive medo de perdê-la para sempre. Ali, correndo o risco de perder Andrea, eu tive certeza que não seria apenas sexo, que não seria só mais uma vez.
Ali, eu senti que nasci para amar mulher, nasci para amar ela. Sim, eu Miranda Priestly estou apaixonada por Andrea, e o mais ridículo disso tudo é que estou com vontade de fazer um jantar romântico para comemorar esse um mês. Isso é tão surreal, eu sempre odiei todas essas baboseiras... mas com ela eu me vejo tão permissiva a todos esses clichês.

Com ela eu não eu, bem, talvez com ela eu seja eu mesma. Nunca me senti tão viva, tão feliz, Andrea me despertava coisas que eu jamais pensei sentir, me despertava desejos inenarráveis, e me fazia fazer loucuras eu jamais me permitiria fazer se fosse com um homem.

Transavamos em qualquer oportunidade, corriamos risco e isso me deixava extasiada.
Balanço a cabeça em negação ao recordar do dia que estávamos indo ver a nova coleção do James, nós no banco de trás, uma noite sem transarmos, eu não aguentei, suspendi a divisória e transamos ali, rápido, intenso, e gostoso, eu passei o restante da tarde toda excitada.

- An-dre-ah! - A chamo da forma como ela havia me confessado que sentia suas entranhas contrair.

Não acho que carrego meu sotaque britânico perdido ao falar seu nome, mas ela insiste que eu falo de um jeito sexy, que a enlouquece, então sempre que vou chamá-la, eu a chamo de forma silábica. É engraçada a sensação que me causa em querer agradar alguém, é sempre o contrário, é sempre as outras pessoas que fazem de tudo para me agradar.

- Sim, Miranda.- Ela me oferece aquele sorriso de orelha a orelha, aquele sorriso que tanto me encanta.

Talvez eu devesse falar para ela, talvez eu devesse pedir ela em namoro, mesmo que seja a escondidas, o divórcio com Stephen saiu há quatro dias, tentei fazer de tudo para controlar a imprensa e até agora as coisas estão no controle, tudo favorecendo para eu talvez me declarar, dizer que eu a amo.

Amo? Eu não pensei isso, é cedo demais, hoje faz apenas um mês, não! Definitivamente foi um devaneio.

- Entregue isso para Nigel e diga que quero as 16h, peça a Joyceline para vir até aqui, e diga para refazer as fotos com outra modelo, uma com menos olheiras e mais alegre.

- Certo! - Ela terminava de escrever no seu habitual bloco - Deseja mais alguma coisa Miranda? - Ela questionou profissional e atenta.

- Você! - Proferiu mais baixo.

Andrea alargou o sorriso e aquilo esquentou o coração que eu jamais pensei que um dia deixaria de ser gelo.

- Você me tem sempre que quiser. - Ela praticamente sussurrou.

Me levantei e segui para o banheiro, não era a primeira vez e nem seria a última que nos beijávamos e nos tocávamos naquele banheiro.

- As gêmeas foram o pai, quero você na minha casa hoje às 20h. - Proferi enfiando minha mão dentro da calcinha dela.

- Me quer? - Ela questionou provocativa.

Balancei a cabeça em concordância, enfiei um dedo dentro dela e senti meu corpo inteiro queimar, ela já estava tão pronta. Retirei o dedo novamente e levei até minha boca o limpando. - Quero! Agora vamos.

Já tinhamos ficado tempo demais ali nos amassando, Emily poderia aparecer, e seria bem complicado caso ela resolvesse questionar Andrea. Andrea era uma péssima mentirosa, tive certeza disso quando ela disse que só falava com a minhas meninas nas vezes eu era avisada, mas sua cara não negava e eu sabia que desde o dia que a Caroline passou mal, elas não pararam de se falarem, claro que logo depois Andrea me confessou.

Tentei agir naturalmente ao sair do banheiro e ver Emily saindo do elevador, segui em direção a ela para pedir que providenciasse algo imediatamente, que claro foi atendida, Andrea saiu do banheiro voltando para sua sala.

Quando Emily retornou, pedi que ela exclusivamente cuidasse do jantar na minha casa para dois, que fosse simples, porém, bem decorado e com velhas e que providenciasse flores. A cara que Emily fez foi memorável, mas claro que ela jamais ousaria sanar suas curiosidades.

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