- Quero até o meio dia. - Desliguei o telefone e voltei ao trabalho.
Irv estava literalmente se achando o dono da situação, e ele estava, então fazia questão de mostrar que sua opinião era ouvida e acatada por mim. E eu me questiono como estava suportando aquilo por um mês?
Não pedi para Emily, não pedi para nova assistente que providenciasse um outro celular para mim, eu mesma fiz, há tanto tempo que não entrava em uma loja para esses fins.
Com novo número com a certeza de que não estava clonado, entrei em contato com um amigo de confiança de longa data, e intimei a encontrar algo contra Irv.E ele não me decepcionou, ele nunca me decepcionava, antes do meio dia ele estava sendo anunciado. Não sou de sorrir, jamais fui, mas vê-lo entrar em minha sala com um envelope marfim em mãos significa que o resultado era positivo, acertei com ele o pagamento e não tardou para ele sair.
Pedi para Emily entrar em contato com Irv, enquanto isso tirei a cópia e enviei para nuvens os arquivos.
- O que quer, Miranda? - Ela questionou com aquele sorrisinho debochado.
- Querido Irv! - Exclamei falsamente.
- Quero me despedir de forma decente de você. - Falei enquanto servia uma bebida para nós.
- Não irei viajar.- Ele arrumou os óculos no rosto.
- Mas vai se aposentar. - Proferi esticando o copo para ele.
- Você está maluca. - Ele rebateu.
E eu? Ah! Diferente dele que foi educado em me mostrar o celular com as fotos íntimas minhas e da Andrea, joguei os papéis no chão. - Pegue!
Ele franziu o cenho, ponderou, mas curiosidade foi maior e o juntou do chão, folha por folha. - Como conseguiu isso? - Ele estava nervoso.
- Você poderia me deixar trabalhar em paz, poderia seguir fazendo o seu trabalho, mas a inveja é a nossa pior inimiga, Irv, você tem inveja de mim, e ao invés de preocupar em fazer seu trabalho, se preocupava em ferrar comigo sem olhar para você. Ah, querido, juro que eu pensava que você era mais inteligente, caixa dois na Suíça Irv? - revirei os olhos - que original.
- Se você ousar fazer algo, eu jogo suas fotos na mídia.
- Eu irei entregar isto aqui para conselho da Elias Clark, e provavelmente você será afastado e você vai destruir todas as fotos minha e de Andrea. Sabe por quê? Porque eu posso me assumir lésbica e denunciar você por perseguição por causa da minha sexualidade, posso entrar com processo por chantagem entres outros motivos. E não fale das minhas filhas, ela sabem e apoiam, Irv, e se você expor as fotos, eu teria dor de cabeça por uns dias controlando a mídia, e você? Terá isto aqui exposto! - Larguei algumas fotos dele em bordel com trajes peculiares.
Ele afrouxou o nó da gravata, estava vermelho, de ódio, ou talvez vergonha.
- Farei minha carta de afastamento. - Ele proferiu mais baixo.
- Poderia ser tudo diferente Irv, mas você insistia em ser meu calo. - Sentei sorrindo.
Ele saiu, e só quando fiquei sozinha sorri abertamente pegando meu celular para ligar para Andrea, eu queria tanto ouvir sua voz, eu estava com tanta saudade.
- Alô? - Aquela voz doce do outro lado da linha fez meu coração bater mais forte.
- An-dre-ah! - Exclamei como ela dizia que eu a chama. Meu sotaque carregado.
Então já não ouvi mais nada, apenas o bip da ligação ao ser encerrada. Eu já esperava por isso. Eu tenho noção do quanto eu a magoei, mesmo que não sendo porque queria.
- Emily? - Três piscás de olhos, ela já estava ali. - Cancele todos os meus compromissos, quero um jatinho particular para exatamente daqui 20 minutos. - A dispensei com um movimentar de mãos.
E quando ele saiu para providenciar o jatinho, liguei para minhas meninas, precisava do endereço de Andrea, e meu instinto de mãe que conhece bem as crias, sabia que com certeza ela havia perguntado até a cor da casa de Andrea. Como sempre, não estava errada.
- Trás Andy de volta para gente mamãe. - Cassidy proferiu doce.
- Ver se não faz nenhuma bobagem para magoar ela. - Caroline falou mais séria. - Revirei os olhos. Andrea tinha razão, Caroline tinha muito de mim.
- Dessa vez não tinha sido eu bobbsey, Irv havia me obrigado, mas trarei Andrea de volta.
Não vou negar que estava nervosa, afinal, era sobre sentimentos, algo que eu não sabia muito bem como lidar. Mas eu sabia que assim que eu contasse tudo para Andrea, ela me perdoaria.
Apesar de rápida a viagem, para mim, foi uma eternidade, na minha mente fiquei pensando varias formas de chegar em sua casa, se a beijava primeiro, se dizia oi, se a abraçava por tamanha saudade, se contava tudo de uma vez, eu definitivamente estava agindo como uma adolescente, e o pior, adolescente nervosa. Sorri de mim.
O taxi não tardou para encontrar o endereço, pedi para que ele aguardasse, caso ela não tivesse em casa, eu voltaria com ele para algum hotel. Subi três degraus da casa amarela como as meninas haviam me falado, sentindo meu coração batendo na boca, toquei a campainha.
Quem abriu foi uma jovem loira, cabelos abaixo do ombro enrolada em uma toalha, magra e esbelta e sorridente. Jovem!
- Você sabe que é a única mulher que eu amo. - Aquela voz de veludo que eu tanto sentia saudade falou ao fundo, pela forma que falou, também estava sorrindo.
- Sim?- A jovem questionou.
Eu apenas balancei a minha cabeça e me afastei dizendo que havia errado de casa.
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A Proposta
FanfictionMiranda Priestly se ver completamente apaixonada por Andrea Sachs sua assistente júnior e não ver outra maneira de tê-la em sua cama além de uma proposta que deixará Andrea muito surpresa e ofendida.