Alyssa sabia que no quesito velocidade, não teria chance contra aquele vampiro, só corria o máximo que podia. Não fez diferença, logo sentiu que ele a estava perseguindo, se virou exato momento que o vampiro pulou sobre ela a derrubando no chão. A segurou contra o chão não dando chance alguma para revidar, parecia estar louco de sede, abocanhando o ar em direção a garota pronto para chegar a qualquer parte de seu corpo.Ela tentou afasta-lo empurrando sua cabeça com as mãos, foi um erro, o vampiro segurou seu pulso com uma das mãos, enfiando as presas com tanta força que a bruxa não conseguiu refrear um grito de dor. Podia senti-lo sugando seu sangue avidamente, e isso fez com que ficasse com raiva.
- Filho da.. - Grunhiu entre dentes, com um gesto de cabeça fazendo com que seu predador fosse lançado novamente para longe de si. Desta vez não fugiu, levantou rapidamente vendo o vampiro avançar contra si, com um rápido gesto com as mãos o pescoço dele virou do lado contrário sendo quebrado. Ele estava no chão novamente, imóvel por um curto período. - mãe.
Não teve tempo nem para recuperar o fôlego, nem para inspecionar sua lesão, apenas voltou a correr para buscar ajuda. O medo tinha sido disperso, mas enquanto corria sua respiração era ofegante e ansiosa, de alguma forma a premonição de Davina tinha se cumprido. Esperava que só fosse isso.
Antes que pudesse perceber algum som ou movimento, algo a segurou pelo ombro fazendo com que a mesma se sobressaltasse com um grito, erguendo a mão pronta para atacar quem que quissese-a como vítima novamente.- Calma, calma! - Suas sombrancelhas se suavizaram quando viu quem era, suspirou profundamente de alívio, fechando os olhos abraçando um preocupado híbrido.
- Klaus… - Alyssa sussurou enquanto ele retribuia o abraço, mas não deixou que isso se prolongasse, pareceu tomar consciência do que fazia e se afastou voltando a estancar sua ferida.
- Quem foi? - O olhar de Niklaus desceu para a marca de mordida no pulso dela, que escorria sangue constantemente. Desviou ao olhar para ela, seu olhar ficando sombrio como se tomasse um ar assassino.
- Um novato. - Respondeu desconfortável por um momento, indicando com a cabeça a direção de onde tinha vindo. Em um piscar de olhos o híbrido desapareceu em velocidade vampiresca, sabendo para onde tinha ido, a bruxa voltou a correr atrás, chegando a tempo de vê-lo enfiando a mão no peito do vampiro. - Não! Não faça isso!
- Quer deixa-lo viver? - Ele a olhou por cima do ombro, estava irritado, era certo, mas parecia deixar a escolha nas mãos dela.
- Acho que ele foi enfeitiçado. - Alyssa disse séria, sentia algo vindo do vampiro estirado no chão, não tinha certeza do que era, mas não era normal. Pela gravidade em seu olhar, Klaus tirou a mão ensanguentada do peito daquele vampiro, limpando-a na calça ao se afastar em direção a bruxa. - É só um resquício, como se o feitiço tivesse acabado quando quebrei o pescoço dele… Mas não é minha magia que está ali.
- Então vamos acabar com quem fez isso. - Klaus estava sério também, não a ponto de intimidar Alyssa, mas o suficiente para fazê-la erguer as sombrancelhas para ele.
- Nem sabemos se realmente foi isso, pode ser só que o novato estivesse com muita fome. - Ela contrapôs firme, não tinha certeza do que aconteceu, mas não poderia matar alguém só por um engano. Com esse senso de solidariedade da bruxa, o híbrido bufou ao aceitar a contragosto.
- Vamos, temos que cuidar dessa mordida. - Sem esperar uma resposta, a pegou pelo braço, correndo na velocidade vampirica até a nascente que ambos conheciam. Estava anoitecendo, o que dava um toque sombrio e belo para a água corrente.
- Eu posso me curar, sabia? - Alyssa disse se soltando dele, talvez pela criação que teve, era difícil confiar em alguma pessoa para cuidar de si, se não fosse Joffrey e Martina. Se sentou na borda da nascente, com mão sobre seu corte murmurou um próprio feitiço, começando a cicatrizar perfeitamente a mordida. - Ah, espero que não fique mais uma cicatriz...
- Você tem outras? - Sentando-se ao lado dela, pegou em seu braço agora curado, limpando o sangue delicadamente com a água gelada da nascente. Ela o olhou um tanto surpresa, não esperava tanta gentileza vinda dele, mas com a convivência que estavam tendo tinha a impressão que o tão cruel Niklaus Mikaelson não era exatamente o que pensavam.
- Duas, mas não são tão ruins. - Disse olhando a coloração vermelha que ficava na água por alguns segundos antes de desaparecer. - Uma eu nunca soube como ganhei, talvez seja uma marca de nascença. E outra… por causa de meu pai.
- O que Ernest fez com você? - Novamente ambos estavam sérios, já tinham falado sobre esse assunto no passado, mas não profundamente. Talvez esse fosse o momento.
- Não lembro do que tinha feito nesse dia, mas era sempre algo insignificante que ele usava como desculpa para me punir por ser uma bruxa, por ter nascido. - Sob o toque de Klaus sobre seu pulso, ela conseguia relaxar ao contar o que aconteceu, por algum motivo confiava nele. - Eu tinha 9 anos, ele me bateu com um atiçador de lareira e não aguentei, acabei me descontrolando, fazendo janelas quebrarem, Ernest ser jogado longe… Ele nunca mais me tocou depois daquele dia, mas continuou deixando claro que eu era uma bastarda, enfim, era impossível ficar em casa, na mansão de minha mãe. Se não fosse por Martina e Joffrey, ah, eu teria enlouquecido.
- Você não parece sofrer tanto pelo que aconteceu, superou.
- Tive que superar, não ia adiantar ficar presa no passado. - Agora olhava para ele, que olhava para suas mãos no pulso da garota, Alyssa secretamente percebeu o quanto ele era bonito, estonteneamente belo. - E você? Qual sua história?
- Não é tão diferente da sua, meu pai sempre me batia desde que eu era humano, uma criança. - Niklaus desviou o olhar para longe, soltando o pulso dela como se lhe trouxesse muita dor lembrar dessas coisas. Mas mesmo assim contou como Mikael era, seu enfurecimento por descobrir que não era seu pai, sua caça por vários séculos atrás dos filhos. - Ele esteve em New Orleans cem anos atrás, Rebekah o chamou por uma discussão nossa, mas isso já está resolvido. Mikael queimou o teatro para nos caçar, então tivemos que fugir até conseguirmos mata-lo alguns anos atrás.
- Tudo isso, a briga que teve com Marcel quando votou para cá , foi decorrência do que Mikael fez… - A bruxa agora estava arrepiada, era muito mais coisa do que ela passou, mas ainda havia algo em comum, eram os seus pais a causa de tudo. Ela se identificava, entendia o que Klaus sentia. - Ninguém deveria passar por isso, ninguém.- Mikael tirou muitas coisas de mim naquela noite, meu protegido, minha casa, cidade… - O híbrido continuava dizer com o olhar na nascente, suas sombrancelhas se franziram e mãos fecharam. - Tirou minha humanidade.
- Ei, não! - Alyssa exclamou colocando as mãos sobre os punhos dele fechados, fazendo com que olhasse para ela que estava com o cenho franzido e séria novamente. - Você recuperou a cidade, sua casa, e até Marcel! Mas não fale de sua humanidade, sei que não é verdade.
- Não é verdade? - Klaus tirou as mãos das dela, exalando uma risada sarcástica ao lhe lançar um olhar. - Alyssa, você não sabe das coisas que já fiz. Estaria fugindo daqui se soubesse.
- Na verdade, eu tenho uma idéia. - Contrapondo-se a ele, ergueu as sombrancelhas dando um leve sorriso ao saber que estava certa. - Mas sei que não vai me machucar, e se ainda está aqui me ouvindo, falando comigo sobre nossos sentimentos em relação aos nossos pais… é porque você ainda tem humanidade.
- Você não sabe do que está falando. - O híbrido se levantou rapidamente, desviando o olhar dela mais uma vez por teimosia.
- Relaxa, Klaus! Está tudo bem. - Ela se aproximou tocando o braço dele sem perceber, sorria quando ele a olhou um tanto surpreso pelo modo que o chamou. Klaus descruzou os braços que estavam sobre o peito, fazendo com que os dedos da garota tocassem seu dorso e ambos percebessem que estavam mais perto do que o costume. Rapidamente ela abaixou a mãos, desviando o olhar sentindo seu rosto corar.
- Olhe pra mim. - Ele pediu em voz baixa, Alyssa acatou o olhando timidamente, seus olhos já estavam intensos, porém sem a malícia que costuma ter. Pegou o pulso dela que antes estava ferido, e colocou sua mão sobre o próprio peito. Ela subiu a mão para a nuca dele, fazendo com que se curvasse levemente a sua altura, aproximando seus rostos o suficiente para sentirem as respirações se misturarem. Seus olhos olhavam para os lábios, esses incrivelmente próximos, estavam a ponto de se tocarem se não fosse por 1cm que os separava. - Vai me torturar desse jeito mesmo?
- O que você quer? - A voz dela estava sussurrada, não por uma técnica de sedução ou algo do tipo, mas sim pelo fato de estar ofegante naquele momento. Dane-se aquele sonho, ela queria os lábios dele nos seus, e sabia disso.Os olhos do híbrido foram para os da bruxa por um breve momento, a segurou firmemente quebrando a mísera distância entre eles finalmente a beijando. No mesmo que seus lábios se tocaram, os dois ofegaram como se dejessasem aquilo a muito tempo, o encaixa de suas bocas, a sincronia que tinham entre suas línguas eram perfeitos. Seus corpos se atraiam um na direção do outro, a química existente ali era palpável de tão intensa.
Mas diferente de outras ocasiões, essa ficou apenas nos lábios, talvez porque o experiente Klaus sabia que a bruxa não queria nada mais que os limites do beijo. Alyssa manteve os olhos fechados por mais alguns segundos quando o beijo terminou, sentindo ele lhe dar um beijo final no rosto enquanto ela sorria inconscientemente.
- Você vai a festa? - O híbrido perguntou ao se afastar um pouco para dar espaço a ela, se referindo a uma festa que seria dada na mansão Mikaelson dali há alguns dias. A bruxa agora de olhos abertos assentiu com a cabeça.
- Não perco uma festa por nada.
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The Originals: Unanimous
De TodoTodo mundo tem algo a ser escondido, seja humano, vampiro, lobisomem, bruxo ou híbrido, sempre vai ter algo não contado. Uma mentira dita, segredos não falados, mistérios para serem revelados. Alyssa Delawere é uma dessas pessoas que esconde mui...