Capítulo 12

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- Desça já daí mocinha! – ordena uma policial.

Luisa leva um choque, se desequilibra e cai, batendo a cabeça na borda da fonte.

Quando acorda está deitada no chão com a policial lhe prestando os primeiros socorros.

- Não se mexa, já chamei uma ambulância – adverte a tenente com cara de poucos amigos.

- Cadê ele? – pergunta aflita a jovem.

- Quem?

- Enzo, o meu noivo. Um italiano cheio de estilo.

- Uhum... não faço ideia.

- Mas ele estava comigo na fonte.

- Silêncio. Você bateu com a cabeça. Está com sinais de desidratação. Espere calada pela ambulância. Vai ser melhor para todo mundo.

Luísa contraria a policial e corre para perto da fonte, procurando por Enzo.

A policial a pega pelo braço com firmeza e a arrasta dali.

Nessa hora, já tem mais gente surgida sabe-se lá de onde de olho na cena.

- O que você está fazendo aqui? Não sabe que é perigoso? Esqueceu-se da quarentena? E que ideia foi essa de subir na fonte?

- Eu e meu noivo marcamos um encontro aqui. Ele ia me pedir em casamento.

- Pelo visto ele furou.

- Furou? Ele veio dos mortos pra mim.

- Você usou alguma droga?

- O amor é droga? Se for... tô chapada!

- Engraçadinha. Devia te prender até passar essa sua onda.

- Olha, por que não fazemos assim: você vai prender os bandidos e eu vou pros braços do meu Romeu?

- Cadê essa ambulância? Olha aqui você: enquanto todo mundo está ocupado em combater o coronavírus eu tô perdendo meu tempo com uma maluca que acha que é a Julieta... qual o telefone da sua mãe?

- Pode deixar, eu me responsabilizo por ela.

- Dara, o que está fazendo aqui?

- Ué, você me chamou sua louca.

- Chamei?

- Claro, você me convidou para a oficialização do seu noivado. E, pelo visto convidou mais gente.

- Olha, para mim chega! Sumam da minha frente!! Se ficarem aqui mais um minuto eu as prendo por subversão – reclama indignada a policial.

Dara abraça Luísa e saem em direção ao carro. No entanto, Luísa para do nada, volta-se para a fonte, joga um beijo e grita:

- Eu aceito, eu aceito me casar contigo, Enzo. Sim, sim, sim!

E por alguma brincadeira do destino ou de algum espírito romântico, a fonte começa a jorrar água.

Luísa se banha de sorrisos molhados.

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