Capítulo 18

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- Luísa, não posso lhe ajudar porque você não é um planeta, mas uma estrela adormecida – diz o italiano me deixando espantada.

- Nossa, você está falando igual a minha melhor amiga.

Eu não estou só triste, mas confusa. E ele me confunde ainda mais.

- Quem é você, de verdade? – pergunto.

- Um espírito buscando encontrar a outra parte de sua alma.

- Uau. Essa foi a cantada mais esotérica que já ganhei.

- E quem lhe disse que estou lhe cantando?

- E está fazendo o que então?

- Reencontrando uma das minhas versões.

Ele fala isso de forma muito séria. E continua:

- Diga-me se não pareço familiar a você. É como se já me conhecesse, não é? Puxe aí do fundo da sua memória se já não sonhou comigo antes. Sinta se não somos partes da mesma alma.

- Onde quer chegar?

- Não nos encontramos por acaso. Eu vim lhe ajudar.

- Como assim?

- Nós estamos conectados e você precisa de ajuda. Está quase no fundo do poço e prestes a cometer uma loucura. Então, eu vim.

- Então, tá, vamos fingir que eu acredito, qual é a sua, Sr. Alma Gêmea?

- Eu despertei antes de você, então nada mais justo que eu ajude você, que é outra parte minha, dando um empurrãozinho à sua iluminação. Afinal, uma estrela não nasceu para ficar apagada.

- É mágico por acaso?

- Neste caso, posso fazer mágica com isso aqui – mostrando-me a câmera.

- Não vai me deixar em paz enquanto eu não fizer essa foto, não é?

- Eu sou um homem de palavra. E foi isso que eu combinei com você.

- Antes de nascermos?

- Em outro tempo e espaço. Não se lembra?

- Aí, meu Deus, não sei se rio ou choro. Vamos acabar logo com isso. Em que lugar você quer fazer a foto?

- Na piscina.

Caminhamos rumo à piscina coberta, cujas águas estão enfeitadas com pétalas de flores. Também há arranjos florais perfumados. Um lugar muito agradável.

- Onde quer que eu fique?

- Dentro d'água.

- Está louco. Eu não vou entrar. Não pagaria esse mico, além do mais eu perderia o emprego e mancharia meu nome. Nunca mais conseguiria um trabalho desse.

- Dentro d'água, foi assim que vi acontecer.

- Olha, essa brincadeira já deu. Não vou entrar na sua loucura.

Pela primeira vez ele toca no meu braço e olha nos meus olhos dizendo:

- Você é uma estrela do mar.

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