- Me enganei, desculpa. - Ele disse isso com um tom seco em sua voz, como se ele não tivesse gostado nem um pouco do fato de eu ter mentido para ele, e ele não havia. Mas ele não podia simplesmente me atacar ali.
- Parece até que vocês já se conheciam. - Me faltou ar ao ouvir uma das amiguinhas plastificadas de Gabriela falar.
- Eu concordo com a Gio. - Gabriela disse, olhando pra mim e Joel desconfiada.
- Nunca vi essa garota na minha vida - Joel mentiu. - Graças a Deus. - Ele disse e Gabriela riu.
- Dan? - Virei para trás o procurando, Daniel era um dos meus amigos dentro daquela escola. Ele sentava bem ao fundo da sala, geralmente nerds sentam na frente para acompanhar melhor a explicação do professor, mas ele era diferente. O procurei por motivos de: Na sala havia 5 fileiras de classes e na frente dessas fileiras, óbvio, ficava a mesa do professor, no caso onde Pimentel estava, eu sentava na segunda classe da terceira fileira e ficava muito a frente da mesa do professor, mas agora, Joel estava ali e aquilo não estava me agradando nem um pouco, então procurei Dan para ver se eu podia sentar perto dele, até porque ele sentava na última classe da última fileira, longe o suficiente de Joel. Ah, e Gabriela sentava na primeira fileira, na primeira classe, ela estava usando uma saia e eu podia ver ela abrindo as pernas "Sem querer" Para chamar a atenção de Pimentel. Puta.
- Fala, Tini, estou aqui. - Ele disse levantando o braço.
- Tem lugar ai perto de você? - Perguntei. E ele olhou em sua volta.
- Tem uma classe vazia aqui. Bem ao meu ladinho, gata. - Eu ri, e levantei-me pegando minhas coisas e indo sentar ao seu lado. A sala estava uma bagunça, nem parecia que esses animais iriam se formar, parecia que recém eles chegaram na primeira série. Quando empurrei minha cadeira para baixo da mesa, fui impedida de prosseguir.
- Eu dei permissão? - Ouvi a voz de Joel.
- Nossa, que moral hein, chegou aqui hoje e já pode dar "permissões" - Fiz aspas com os dedos e ironizei a situação.
- Bom, acho que eu posso sim, estou no lugar do professor e também acho melhor você ficar no seu lugar. - Ele disse com um tom desafiador.
- Garanto que o Sr Gregório não se incomodaria se eu fosse sentar com o Dan. - Na verdade ele se incomodaria sim.
- Eu também não me incomodo nenhum pouco. - Joel disse. - Mas... Continue no seu lugar. - Dei um sorriso irônico e continuei indo em direção a outra mesa, mancando.
Felizmente, as outras aulas eram sem Joel e passaram rápidas. Bateu o sinal e fui guarda meus livros no armário, depois fui ao banheiro para me olhar no espelho, o que não foi uma boa ideia, pois eu estava em condições precárias. Fiquei conversando um pouco com Dan e Thalia, papo vai, papo vem, até nós percebemos que a escola estava praticamente vazia, quase todos os alunos já haviam ido embora, com exceção minha, de Dan e Thalia claro.
- Nossa, só esta a gente aqui pelo o que eu estou vendo. - Dan disse.
- É, então vamos antes que eles fechem a escola. - Thalia disse.
- Verdade, se não depois eles só abrem para quem estuda a noite. E eu não quero esperar aqui dentro. - Ri e me despedi deles, os dois foram para o lado da saída e eu fui para o estacionamento da escola, onde estava o carro que eu havia ganhando de meu pai em meu aniversário de 16 anos. Abri a porta do carro, mas em um movimento rápido alguém fechou de volta. Segui com os olhos aquele braço cheio de tatuagens, e merda.
Joel me virou, fazendo eu ficar encostada no carro e de frente para ele, revirei os olhos. Eu fique entre seus dois braços que estavam um pouco a cima de meus ombros.
- Vai dirigir com o tornozelo machucado? - Ele perguntou com o seu típico ar de deboche, mas meu tornozelo não doía mais que nem antes, eu já podia firmar meu pé.
- O que você quer? - Perguntei sem nenhuma paciência.
- Da última vez que você perguntou isso, você foi parar na minha cama, lembra? - Ele disse e mordeu os lábios. O ignorei. - Mas o assunto é outro agora e você sabe do que se trata.
- Não, eu não sei. Tchau. - Falei tentando me virar e entrar em meu carro, mas eu estava encurralada.
- Eu odeio que mintam pra mim, MARTINA. - Ele deu ênfase ao meu nome. - E você mentiu. Ninguém me passa para trás, mini vadia.
- Sempre tem uma primeira vez. - Fui curta.
- No seu caso vai ser só primeira vez mesmo, porque hoje eu não me importaria de enterrar você...viva.- Estremeci. Joel falava de um jeito que eu não sabia se ele estava brincando ou falando a verdade, mas mesmo assim, eu acho que não era brincadeira.
- Você não é louco em fazer isso.
- Tem certeza?
- Caralho, tanto faz se meu nome é Jeniffer ou Martina, garoto. Você sempre tem que se achar o fodão e complicar as coisas, que porra.
- Eu sou o fodão, e para mim também tanto faz, o problema é que você mentiu. Ah e não esquecendo que você me desobedeceu hoje, lembra? Odeio que desrespeitem minhas ordens.
- Você odeia tudo, Pimentel, já percebeu? você é feito de odio. - Joel hesitou um pouco quando eu falei aquilo, mas logo ele voltou a postura normal.
- Você me leva muito na brincadeira. Toma cuidado... Vadiazinha. - Ele disse, colocou seus óculos escuros inseparáveis e saiu. Meu coração parecia que ia sair pela boca. Pude ver ele entrar em seu carro e sair, eu fiz o mesmo, a única diferença era que eu dirigia em uma velocidade permitida.
[...]
Cheguei em casa e eu precisava contar tudo para Cami, quero dizer, não tudo. So a parte que seu gangster favorito (eca) havia arrumado um "emprego" na escola, e aquilo ainda não me descia, tinha algo nisso.
Tomei um banho, almoçei e depois liguei para ela.
- Nem sabe. - Falei assim que ela disse "Oi vaca"
- Não sei mesmo.
- Fala direito ou fica sem saber...
- Fico sem saber.
- Ok, era sobre aquele tal de... Como é mesmo? ... John... Joel... Joel Pimentel.
- O QUE ACONTECEU? ME CONTA AGORA, VADIA. - Ela gritou e eu não pude deixar de cair na gargalhada.
- Você não quer saber, deixa.
- MARTINA STOESSEL, ME CONTA A-G-O-R-A.
- Ele está trabalhando na escola. - Falei indiferente.
- O Que? - Contei tudo sobre o suposto emprego de Joel na escola, ela quase caiu dura e depois logo mudamos de assunto, ela disse que no dia seguinte iria a escola e não me deixaria sozinha e blá blá blá. Desligue o telefone e fui comer novamente.
Meu pai ligou-me dizendo que ira voltar mais tarde aquela noite, como sempre, e Jade estava viajando, estava na casa de uns supostos parentes dela, mas para mim ela estava pulando a cerca espero que um dia meu pai acorde e veja que ela não é o tipo de mulher para ele.
Aproveitei minha solidão e fui para a varanda de casa, sentando-me nos degraus da pequena escadinha que dava em direção a porta da mesma. Fiquei ali perdida em meus pensamentos, pensando em todas as merdas que haviam acontecido para um dia só. Lembrei-me de mim caindo das escadas e comecei a rir do meu próprio desastre, até eu pensar em Joel e meu sorriso cessar.
- Martina... - Ouvir alguém chamar meu nome no portão, eu estava de frente para ele mas com a cabeça baixa.
- Ah... Você... - Falei levantando minha cabeça e ficando descontente ao ver que não era algum artista famoso e gostosão.
- Posso falar com você?
- Se o portão estiver aberto sim. - E para minha má sorte, ele estava, eu havia esquecido de fechar...
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𝙋𝙤𝙨𝙨𝙚𝙨𝙨𝙞𝙫𝙚
Fanfiction"Você é minha, querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, Você não tem escolha" - Joel Pimentel E se ela fosse dele? Somente dele. Mas ele, ele não fosse dela? E se ela tentasse lutar contra isso, mas ao mesmo tempo, isso estives...