My Life Its Over

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Saí de casa com uma vontade tirada do fundo do cu e lá estavam, dois caras de terno encostados em um carro preto, ambos muito bonitos e bem mais velhos, assim que me viram se desencostaram do carro e me analisaram.

- Você é Martina? - Um perguntou.

- Não. - Falei. - Sou a vó dela. - Ironizei.

- Entre no carro. - O outro falou. - Mas primeiro, vou nos apresentar: sou Ian e esse é Dwayne, seremos seus seguranças até você ir para... hm... Argentina, não é?

- Vamos logo, não quero me atrasar para a escola. - Cortei aquela apresentação clichê. Eu precisava chegar e pegar o celular de Cami para telefonar para Pimentel ou para alguém que tivesse notícias dele, eu não havia dormido a noite inteira preocupada, meu pai havia o machucado muito e eu ainda não me contentava com o fato de ele não ter revidado. Pensei tanto nisso que quando dei-me por si, eu já estava chorando. Eu queria entrar naquela escola e ver Joel por aqueles corredores, falando em meu ouvido suas típicas coisas impróprias ou querendo me agarrar justo em locais que haviam câmeras, ele podia ser tudo, gangster, mau-caráter, criminoso, mas era ele quem eu amava.

- Chegamos. - Dwayne disse. - Estaremos aqui na hora que você sair.

- Seu pai pediu para avisar que tem dois alunos cuidando de seus passos pela escola a mando dele, então não tente dar uma de espertinha. - Ian completou.

- Isso tudo é exagero. - Protestei.

- Não sabemos de nada, só estamos fazendo nosso trabalho. - Fiquei quieta e entrei na escola, tenho certeza que minha aparência não era das melhores.

- MARTINA? O QUE ACONTECEU? OLHA PRA VOCÊ. TE LIGUEI PARA SABER COMO FOI O JANTAR E SEU PAI ATENDEU, DISSE QUE TINHA CONFISCADO SEU CELULAR... - Desabei, a abracei fortemente e comecei a chorar loucamente, algumas pessoas passavam e estranhavam a cena, a própria Cami não estava entendendo nada. - O QUE...

- Meu pai... Meu pai, Cami. - Eu não conseguia falar. - Ele descobriu tudo, Gabriela contou tudo, ele foi até o restaurante e... - Respirei fundo tentando conter as lágrimas. - Viu a gente e fez o caralho a quatro, ele bateu em Joel, ele deixou Joel inconsciente, meu namorado está no hospital e eu não tenho notícias dele, não tenho. Não sei o que fazer, Cami. Preciso da sua ajuda.

- Vou ligar para Erick, espere.

- Não aqui. - Falei e contei o resto da história, contei que eu iria para a Argentina e ela começou a chorar junto comigo, tudo no meio do corredor da escola, contei também dos seguranças e dos tais alunos que estavam de olho em mim, eu estava presa.

- Não acredito que seu pai foi capaz de tudo isso para afastar você de Joel... - Ela concluiu. - Eu não quero perder você, não quero perder minha melhor amiga. - Chorei mais ainda.

- Nós nunca vamos nos separar. - Prometi. - Nós podemos arrumar um emprego e morar juntas, nós sempre sonhamos com isso.

- Mas não na Argentina. - Ela disse.

- Eu sei... - Eu não tinha mais o que falar.

- Eu sei que nada vai nos separar. - Ela riu tentando me tranquilizar. - Nem uma merda de outro país.

- Preciso saber do Pimentel. - Insisti.

- Ok, sobe para a sala, eu vou ao banheiro e voltarei com notícias. - Assenti e fiz o que ela pediu correndo. Cheguei na sala e vi Gabriela sentada, conversando com suas amigas serenamente, me enchi de raiva por saber que ela era o motivo de tudo isso e quando vi, eu estava indo em sua direção.

- Você merece morrer. - Falei e ela levantou-se de sua cadeira ficando cara a cara comigo.

- E você junto comigo.

𝙋𝙤𝙨𝙨𝙚𝙨𝙨𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora