Austin abriu o portão que estava encostado e entrou, percebi que ele tinha um olho roxo e enxado.
— Joel te bateu de novo? — Perguntei e ri pelo nariz.
— Não, não. Foi outra briga. — Ele disse simples. — E você só viu uma briga minha e de Joel, em outras brigas que nós tivemos a maioria foi ele que apanhou.
— Ah claro que sim, imagino. — Falei sem colocar muito fé no que Austin havia dito.
— Você está duvidando? — Ele arqueou apenas uma sobrancelha e percebi ele ficar irritado.
— Eu não. — Falei fazendo um movimento com minhas mãos.
— Ah bom. — Ele disse e sentou-se ao meu lado.
— Por que vocês não largam esse mundinho? Isso só proporciona desgraça… — Por fim, falei. Estava entalado.
— Essa é minha vida agora, Martina. É uma chance de eu não ser mais um idiota invisível, de as pessoas me respeitarem...
— Idiota você continua sendo. — Falei simples.
— Não da mais pra conversar com você sem sentir vontade de te dar um tiro. — Ele disse irritado com meu comentário, apenas o olhei.
— Austin, você é... ERA uma das melhores pessoas que eu conheço ou conhecia, você não precisa disso, não precisa entrar em brigas ou machucar alguém para mostrar que é o melhor.
— Mas nós gangster não somos totalmente ruins. — Ele disse.
— Me dê um exemplo. — Falei.
— Ok, então... Se nós vermos, por exemplo, um homem assaltando uma pobre velinha, nós estouramos a cabeça dele. — Ele disse indiferente.
— E ai, você ficam com a bolsa dela né? — Fui sarcástica.
— Claro que não, Martina. — Ele disse — Nós devolvemos a bolsa, só ficamos com o que tem dentro. — Puta que pariu, eu não tinha ouvido isso. Não sabia se Austin estava brincando ou falando serio. Ah, claro, segunda opção.
— Que horror, Austin. — Falei apavorada e ele riu. — você caiu no meu conceito completamente agora.
— Pois é, pequena Tini. — Odiava que me chamassem assim. — Essa é minha nova e divertida vida, drogas, festas, sexo, assaltos, enfim, ser livre. — Se isso era ser livre, eu preferia estar em prisão perpétua.
Eu não estava acreditando em toda aquela mudança, eu estava falando com alguém que eu nunca havia conhecido, nunca.
— Vá embora por favor e só volte quando o verdadeiro Austin voltar. — Falei segurando o choro. Ele não falou nada, apenas levantou-se indo em direção ao portão, assim que ele saiu ele virou-se e disse:
— Eu te amo, Martina. Eu sempre te amei, mas eu não mereço você, não mais. — Pronto, perdi toda a linha de raciocínio, fiquei sentada ali mais um tempo sem acredita no que eu acabei de ouvir, não só quando Austin disse que me amava, mas também em todas as outras merdas que ele falou. Eu tentava me acalmar, eu juro, mas estava sendo impossível.
Fiquei ali por mais uma hora, até esperei meu pai chegar, mas como ele não chegou e eu estava muito cansada pois havia sido um dia e tanto, eu resolvir entrar. Fui direto para o meu quarto e me joguei em minha cama, era dela de quem eu realmente precisava, me perdi em meus pensamentos e acabei dormindo.
O celular despertou e eu acordei super feliz, mentira, voltei a dormir até o celular desperta de novo e eu acorda assustada tendo em minha mente que eu estava completamente atrasada. Levantei correndo, tropeçando em tudo quanto é coisa até chegar ao banheiro, onde tomei o banho mais rápido da minha vida e me vesti com a primeira roupa que vi em minha frente, sendo que a parte de baixo era minha calça do pijama. Troquei, claro. Me atrasando mais ainda. Sem contar, que tinha a parte de descer as escadas e eu não podia fazer isso correndo, se não...
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𝙋𝙤𝙨𝙨𝙚𝙨𝙨𝙞𝙫𝙚
Fanfiction"Você é minha, querendo ou não, porque eu simplesmente anseio que seja assim, Você não tem escolha" - Joel Pimentel E se ela fosse dele? Somente dele. Mas ele, ele não fosse dela? E se ela tentasse lutar contra isso, mas ao mesmo tempo, isso estives...