Oh My Gosh

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— Entre, Martina. Está parada na porta, por que? — Meu pai falou me empurrando de leve.

— Oi, vocês chegaram? Eu estava no banho. — Patrícia nos cumprimentou e sorriu. — Germán, esse é Joel, meu filho. — Logo Patrícia se ligou que não havia me apresentado a Joel, para não levanta suspeitas, mas eu fiz um sinal dizendo que estava tudo bem.

— E ai. — Meu pai disse e os dois cumprimentaram-se com as mãos. — Você é o famoso Joel. — Eu tinha todos os motivos do mundo para querer ir embora dali. — E essa deve ser a pequena Sophia. — Ele disse abaixando-se até ela e fazendo algumas brincadeiras. Já eu, fui até Sophia e a peguei no colo ligeiramente, eu senti saudades daquela pequena.

— Oi linda. — Falei e ela começou a dizer umas coisas esquisitas. — Cara, eu babo em você. — Falei e Patrícia riu, Joel nem se movia, continuava naquele sofá sem expressão alguma, eu podia ver alguns efeitos das drogas nele, suas olheiras eram profudas. Meu coração doeu.

Brinquei mais um pouco com Sophia e a coloquei no chão, porém ela queria continuar em meu colo, então a peguei novamente.

— Martina, você pode vir aqui me ajudar rapidinho? Não sei que sapato colocar… — Patrícia disse, mas vi que era um pretexto para falar comigo, a segui por aquele enorme corredor e fomos parar em seu enorme quarto. — Espero que não tenha nenhum problema...

— Pimentel? Não claro que não, é passado. — Tentei dar meu melhor sorriso.

— Ah, que ótimo. — Ela sorriu. — Vou colocar esses chinelos mesmo, estou nem ai. — Ela disse.

— Chinelos são maravilhosos. — Falei e nós rimos, logo voltando para a sala de jantar.

Sentei-me no outro sofá que havia ali, garanto que se eu sentasse ao lado de Joel ele explodiria.

— Patrícia, eu tenho um presente para você... — Meu pai disse. — Pena que eu deixei dentro do meu carro. Droga. Vou ter que ir lá pegar. Vamos juntos? — Meu pai sugeriu e Patrícia assentiu meio tensa por ter que deixar eu ali com Joel, mas eu sorri a tranquilizando e logo os dois sairam.

Joel parecia estar em outro mundo ali sentado naquele sofá, ele não estava nem ligando para a minha presença, ele não tinha expressão alguma e aquilo já estava me assustando. Sophia estava sentada no chão brincando com alguns brinquedinhos seus de borracha que fazia um barulho estranho.

— Joel... — Minha voz saiu quase um sopro, ele virou-se para mim lentamente, quase um robô. — Por que você faz isso consigo mesmo? — Me referi as drogas. Ele não respondeu, permaneceu quieto. Levantei-me. — Hein, Pimentel. Me diz. Por que você faz isso consigo mesmo? — Dessa vez eu quase gritei. — Olha o seu estado, você acha que ninguém percebeu?

— Eu não estou afim de ouvir sermões — Ele disse agressivamente. — Cala a porra da boca.

— Não, Joel. Olha para você. — Falei me avançando em sua direção e o levantando daquele sofá. — Você está horrível. — Horrível ele não estava, para mim continuava lindo. — Olha essas olheiras, você está palido… magro. Que porra. — Falei quase chorando ao vê-lo nesse estado. — Para com isso, por favor. Eu imploro.

— Não finja que você se importa. — Ele riu debochado.

— Eu não estou fingindo, você sabe muito bem disso. — Falei.

— Foda-se, Martina. Eu não preciso de você tentando me ajudar.

— Mas eu quero ajudar você, seu filho da puta. — Eu... Te amo. — O puxei para mim, o abraçando fortemente, pensei que ele iria me empurrar, mas ele foi capaz de corresponder o abraço, ele me apertava tão forte, fazendo eu me senti tão segura, lágrimas começaram a escorrer, só não sabia se era de felicidade ou tristeza.

𝙋𝙤𝙨𝙨𝙚𝙨𝙨𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora