Well, I Told It

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Eu dirigia aquele carro em prantos, quase sofri um grave acidente pelo fato de minha visão ter embaçado por causa da merda do choro. Por que eu estava assim? Finalmente ele havia deixado eu ir, não era isso que eu queria? Não era? Não, não era. Eu havia aprendido a ser de Joel, eu havia aprendido a pertencer a ele, agora ele era tudo o que eu mais queria, tudo o que eu mais ansiava, eu o amava, mas sabia que o destino não estava a nosso favor, ou melhor, à meu favor, pois eu era sozinha nessa história, ele não me amava, simplesmente não me amava.

Estacionei o carro e entrei em casa quase arrombando a porta, eu estava triste, angustiada e com raiva, raiva por ter que ser assim, raiva por não conseguir fazer ele sentir o mesmo. Pimentel não havia nascido para amar ninguém além dele.

Bati a porta com força a trancando e logo apoiando minhas costas nela, aos poucos fui deslizando e quando me dei conta eu estava no chão escolhida e chorando novamente, lembrei-me de tudo o que havia passado minutos atrás naquela rua. O jeito que ele falou comigo, como se tivesse se arrependido de algo.

— Chorando, pequena Tini? Hm... Acho que não aconteceu algo bom — Puta que pariu, eu conhecia aquela voz, olhei em direção ao sofá e meu coração quase saiu pela boca ao ver a tal pessoa, levantei-me rápidamente e fui em sua direção.

— Austin? — Quase gritei — Você... Você está...

— Vivo? — Ele deu uma risada debochada, enquanto se mantinha sentado em meu sofá, ele tinha uma perna toda enfaixada e várias cicatrizes no rosto, não pude deixar de ficar olhando — Se decepcionou, Martina? Achou que havia se livrado de mim?

— Vá embora, Austin — Gritei — Não quero você aqui, já me causou muitos problemas.

— Não — Ele disse firme — Eu quero minha vingança e vou começar por você — Ele disse e eu ri.

— Garanto que você mal consegue levantar-se desse sofá, olha o seu estado. Pimentel acabou mesmo com você.

— Você está bem afiadinha, não? Sera que seria uma boa eu abrir minha boca para seu pai? Ele me conhece desde pequeno, confia em mim.

— Nossa, que novidade, eu sendo chantageada mais uma vez — Ironizei — Mas pode deixar que Jade já entregou todo o jogo para ele, eu e meu pai já estamos conversados. Agora va embora — Disse firme.

— Você pode até se livrar, pequena Tini — Ele disse levantando-se com dificuldade e pegando suas muletas — Mas Pimentel, ah, ele vai sofrer as consequências — Confesso que Austin me deu medo.

— Depois que sua perna melhorar — Impliquei.

— Vai brincando, Martina. Mas se alguma merda acontecer, não reclame — Ele disse indo até a porta.

Confesso que minha intuição já sabia que Austin não havia morrido e não sei porque, mas até senti-me aliviada por isso, porém ele havia se tornado um vagabundo sem jeito, e aquilo me preocupava, pois eu vi que ele realmente estava decidido em vingar-se de Joel.

Confesso que o aparecimento de Austin não tinha nem feito cócegas em mim, pois o que mais me incomodava era Pimentel e esse meu sentimento filho da puta por ele. Subi até meu quarto, logo jogando-me em minha maravilhosa cama, peguei meu celular e liguei para Cami, ela era a única que me entenderia neste exato momento.

— Deixou você ir? Simples assim? Esse garoto está doente? — Ela perguntava incrédula.

— Não sei, Cami. Não sei de mais nada, minha cabeça está confusa e esse amor por Joel está quase explodindo dentro de mim — Desabafei e as lágrimas vieram na sequência.

𝙋𝙤𝙨𝙨𝙚𝙨𝙨𝙞𝙫𝙚Onde histórias criam vida. Descubra agora