• Capítulo 3 -

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_ Jorge meu querido amigo eu tento culpar Martina por um erro que só cabe a mim mesmo carregar, eu perdi a mulher que tanto maltratrei mas que no fundo amava como nunca amei ninguém. Martina se parece com a mãe nos pequenos e grandes detalhes, ela é a mistura perfeita entre eu e Elisabeth. Ela sempre foi minha garotinha quando pequena, foi com ela que senti o amor mais puro e sincero na minha vida. Hoje vivemos como cão e gato, o sentimento de desprezo de uma filha para seu pai é a pior coisa que um pai pode sentir. Após a morte da minha querida esposa não consigo nem olhar em seus olhos que minha vontade é matá-la com um tiro em seu coração. Ela me faz lembrar da vida perfeita que um dia eu já tive, ela me faz querer chorar no túmulo da minha mulher todos os dias, ela me faz querer desistir de tudo e de todos, ela virou minha maior fraqueza.

_ Senhor, foi um erro não ter aceitado o acordo do Demo. Deveríamos ter feito o que ele havia lhe pedido. E não quebrado o acordo como se nada tivesse acontecido, ele é o verdadeiro demônio, nunca aceitaria uma traição, principalmente por parte do seu próprio rival, foi um plano muito mau elaborado confesso.

_As minhas atitudes resultaram na morte da minha querida Elisabeth. - Falou deixando seu corpo cair pela cadeira, como se os seus sentimentos estivesse pesado demais.

Meu pai nunca falava de negócios comigo, mesmo sabendo que sou sua primogênita e dono de todo seu reinado, ele sempre me privou desse conhecimento. Ele sempre falava que sempre iria estar aqui para ajudar e auxiliar a mafia como fosse preciso. Porém eu convivo com a mafia a minha vida inteira, sei muito mais do que deveria saber. Nesta conversa consegui entender os motivos dos ataques Russos contra os canadenses. Meu maldito pai não havia cumprido com o tratado de paz feito pela Rússia, por esse motivo o tal de Demo atacou o meu país como uma forma de se vingar e mostrar poder. Com isso a culpa caia totalmente nos braços do meu pai. Perante o livro das máfias foi a atitude correta pois o nosso mundo uma traição significa sua própria cabeça pela incoerência.

Além de todos os fatos essa história causava um nó na minha cabeça, uma grande incógnita rodava os meus pensamentos. Pois algumas coisas não faziam sentido para mim, por exemplo por que meu pai não cumpriu com o contrato? Qual motivo levou ele a desobedecer o sagrado livro da mafia? Qual foi o acordo feito por ambos após o atentado ? Em todas os conflitos presente pelas máfias tem que ser unificado com um tratado de paz para trazer estabilidade por tempo indeterminado.

Meu pai achava que eu era uma garotinha mimada birrenta que nunca superou a morte da sua própria mãe, uma menina totalmente leiga nos negócios da família. Mal sabia que todos os contratos, reuniões, grandes festa eu estava presente, independente se atrás da porta ou fazendo minha presença como filha mais velha do senhor Fuller. Minha mãe sempre dizia que eu tenho a bondade dela e a inteligência dele e que a união desses dois sentimentos iria me fazer uma grande mulher. Eu amava estudar, principalmente sobre a mafia, eu nunca quis ser como meu pai, nunca se passou pela minha cabeça eu governa a grande empresa Fuller. Mas tinha uma necessidade de saber sobre tudo, de estudar sobre tudo e todos pois pessoas leigas são pessoas fracas e manipuláveis facilmente.

Colocando alguns pontos na minha cabeça decido que vou buscar uma resposta para cada incógnita feita por mim mesma. Eu iria estudar e visar cada coisa do atentado de sangue, foi assim que ficou conhecido o dia que a mulher do mafioso Almir Fuller morreu.

_ Está com essas papeladas Martina ? Falou surpresa.

_ O que você quer fazer Bety ?

_ Bom pensei na gente ir para o centro, comprar algumas coisas e depois voltar e fazer um piquenique a tarde.

_Tudo bem, quero aproveitar esse tempo para conversar com você. - Falei pegando minha bolsa e trancando o meu quarto.

Fazia tanto tempo que eu não lidava com novas pessoas, fazia tanto tempo que eu não saia de casa. [...] Os únicos momentos da minha vida que tinha uma comunicação estável era no período de escola aonde tinha alguns colegas de classe. Que na real era bem pouco, sempre fui muito "Problemática" como meus professores gostavam de me classificar. Além de ser extrmenate tímida, eu tenho um bloqueio de comunicação sempre quando eu tentava me aproximar de algum menino que eu me sentia atraída de alguma forma eu ficava mal por dias pois eu nunca conseguia nem fazer uma saudação. Para alguns é um absurdo uma menina de 19 anos nunca ter tido um contato maior com um homem, nunca nem ter tido uma simples paquera aonde duas pessoas trocam afetos. Por toda a minha experiência de vida eu acredito que o amor só existe nos livros e que na realidade o amor é uma forma de desequilibrar sentimentalmente falando, é uma forma de você não pensar com seu pensamento racional.

_ Vem menina entra no carro, já estamos a tempos aqui.

Andar de carro e entrar em hospitais são os dois grandes traumas que eu carrego a sete anos. Sempre é uma luta entre eu e minhas lembranças. Eu paro de viver o presente para relembrar cada detalhe do meu passado e algumas vezes eu surto com ataques de pânico, fazendo as pessoas que está ao meu redor me olhar assustada e me classificar com uma desequilibrada. Eu não a julgo eu realmente sou, a vida me fez ser o que sou, e tenho a total noção que fui destinada a tal tragédia.

_ Tudo bem, ninguém morreu, eu consigo eu consigo, eu não estou indo no enterro de ninguém, calma Martina está tudo bem !!! - Eu repetia milhares de vezes, até eu relaxar e conseguir entrar no carro.

Uma nova tortura psicológica começa, minhas mãos ficavam geladas, eu rapidamente começo a suar, não consigo para de me mexer, até as lágrimas começarem a ficarem pesadas, elas começam a rolar,eu começo fazer movimentos brutos.

_Martina está me ouvindo ? É a Bety! Chegamos vem, está um dia lindo para fazer compras. - Falava ela com um sorriso de orelha a orelha. Enquanto eu estava toda encolhida no carro apenas pedindo para chegar logo.

O nosso passeio se inicia indo em uma floricultura muito famosa no bairro onde moramos. Eu tinha uma quedinha por flores vermelho sangue, sempre comprava para decorar meu quarto e rosas para tomar um delicioso banho.

_ Já está melhor ? - Perguntou Bety.

_Sim, foi só um susto fica tranquila.

A floricultura aonde entramos era extremamente grande tinha flores de todos os tipos umas das categorias eram de folhas secas que algumas pessoas chamam de folhas mortas eu via uma beleza inacreditável nessas plantas, amava vasos grandes aonde as plantas são secas e fazem molduras e sombras nas paredes do meu quarto.

_ Você é a única cliente que gosta dessas plantas que um dia já foi muito bonita, porém hoje está quase indo para o lixo.

_ Eu gosto delas pois ela fazem uma metáfora com a minha própria vida. Infelizmente o seu conhecimento é bloqueado e não consegue ver a beleza que é essa planta!!!! Em relação a lixo tudo é questão de percepção.

_ Você é uma menina especial. - Falou o garoto que estava nos ajudando a colocar tudo no carrinho.

_Talvez o seu conhecimento não seja tão bloqueado. - Falei me despedindo indo para o caixa.

_ Ele deu encima de você minha menina. - Falou Bety pulando de alegria.

_ Eu não me importo, meu objetivo aqui é apenas comprar as flores e não me jogar em relacionamentos rasos e insignificantes.

_ Você é um gelo, deveria se jogar sim em relacionamentos insignificantes, só para ter o prazer de viver.

_ É isso que vocês chamam de viver? -Falei debochando e soltando uma risadinha no final da frase.

Nosso próximo destino é para supermercado aonde compramos frutas e alguns docinhos para comer sentados no jardim, esse nosso passeio não foi nada elaborado foi apenas um passatempo para sair de casa e respiram um ar que de puro não tem nada.

50 TONS DE HUMILHAÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora