• Capítulo 4 -

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Entrei para dentro da mansão com várias sacolas, junto com Bety que estava pegando algumas caixas no carro que achamos no supermercado. A visão foi de todas as pessoas que ali mora sentadas no sofá assistindo um filme como uma família perfeita, igual a família que eles gostariam de ser e sem a presença da dona da negatividade que era eu.

_ Vem irmã senta aqui, o pai está mostrando alguns filmes preferidos dele.

_ Eu e a Bety estamos preparando um piquenique.

_Eu posso participar? - Falou Ary.

_ Eu e Bety vamos arrumar as coisas, quando estiver tudo pronto eu te chamo.

_ Obrigada irmãzinha. - Falou fazendo coração com as mãos.

Colocamos as frutas na pia e começamos tirando os morangos da caixa e lavando cada um deles. Bety derretida chocolate para fazer fondue enquanto Marta cortava outras frutas.

_Bety, você sabe que aqui nessa casa você e a Ary são as únicas pessoas que eu considero de verdade!!! E que eu faria de tudo para ajudar vocês se fosse necessário né? - Falei meio sem jeito, mexendo no cabelo como se fosse fazer algo muito errado.

_ O que vai aprontar ? - Falou séria.

_ Quero que responda algumas perguntas com 100% de sinceridade!!! Como se a minha vida dependesse dessas respostas !!! Eu confio muito em você sei que não seria capaz de mentir para mim.

_ Claro minha menina!!!! Manda ver nas perguntas !!! - Falou aliviada por saber que não era nenhum plano estúpido.

_Primeira pergunta! Qual foi o motivo do Demo atacar o Canadá ? Segunda pergunta ! Qual foi o acordo feito de primeira estância ? E por quer foi quebrado ? Terceira e última pergunta ! O que foi escrito no novo tratado de paz?

_E-euu não posso falar sobre isso Martina - Falou gaguejando.

_ Eu prometo garantir seu emprego e manter em sigilo quem me trouxe as informações, o que eu não prometo é continuar sendo sua amiga se você não contar a verdade, até porque se eu tivesse no seu lugar eu contaria a verdade para você.

_Eu preciso desse emprego Mah, se eu contar acabou a paz, eu quero te ver feliz. E não chateada por fatos e fatos.

_Eu estou mandando, como filha do dono, agora se você não fazer eu arrumo um jeito de te demitir !!!!! Agora se me contar e alguma coisa acontecer pode falar que eu obriguei você a fazer isso.

_ Não faça isso comigo Martina Fuller.

_ Pode começar a responder ou já posso arrumar as papeladas da demissão? - Falei com uma voz um pouco mais alta que o meu normal de fala.

_ Sim senhora. - Falou com lágrimas nos olhos. Rapidamente em seus olhos nascem ódio, raiva, rancor por eu estar fazendo ela passar por isso. _ Repete as perguntas por favor !

_ Tudo bem. Primeira pergunta! Qual foi o motivo do Demo atacar o Canadá ? Segunda pergunta ! Qual foi o acordo feito de primeira estância ? E por quer foi quebrado ? Terceira e última pergunta ! O que foi escrito no novo tratado de paz?

_ Este homem quer poder. Ele deixa bem claro que o objetivo dele é ter domínio de todas as máfias, ele quer que todos os líderes de máfias se abaixem se curva quando ele passar. Esse homem é uma famoso filho da puta, ele é a pior pessoa que já conheci na minha vida. - Ela para sua fala e sua respiração falha, as lágrimas caem repentinas queimando sua pele que estava vermelha de tanto nervoso. _ Eu eu juro para você Martina que eu nunca conheci alguém tão frio, eu nunca conheci alguém que sorri matando uma pessoa. Eu nunca estive com uma pessoa com energia tão pesada como a desse homem, eu tenho certeza que ele tem ligação direta com demônio porque não é possível que isso seja uma criação de Deus.

_ Calma Bety, esse homem não vai mais atormentar ninguém, fique tranquila.

_ O acordo era seu pai dividir tudo que chegasse no Canadá, exemplo se entrasse 100 reais 30 era do seu pai e 70 era dele, óbvio que isso não ia durar muito. Seu pai sempre foi um homem muito ganancioso e aceitou apenas para ganhar tempo para conseguir novos homens para uma possível batalha. Esse acordo foi quebrado porque era injusto e prejudicial para a economia do Canadá. O demo sabia que esse acordo iria fazer milhares de pessoas passarem fome, ele sabia que isso uma hora ou outra iria acabar com a nossa economia fazendo assim uma transferência de poder. Ele provavelmente iria oferecer para o povo tudo aquilo que nos queremos, serviço, dinheiro, comida, lazer, fazendo estão uma transferência estratégica já que todos iria seguir o novo líder. Ele seria visto como um líder humilde, que ajuda os necessitados. Seu pai agiu na emoção, ele não fez um plano estratégico para acabar com o demo. Com essa falha deu no que deu.

_ Esse foi o tratado "Divisões de bens" ?

_ Sim, o novo tratado de paz é um mistério. - Falou agoniada.

_ Está achando que sou uma tola? Está me subestimado? Eu sei que você está aqui a muito tempo. Sei que quando se reúne com suas amigas de trabalho fofocam sobre a minha família. Sei que é bem curiosa. Mas não julgo, você é como eu. Então por favor desembucha.

_ Se eu falar isso para você, eu estou cavando sua cova com antecedência.

_Tudo bem Bety. Eu já sei que tem alguma coisa relacionada a mim, está tudo bem. Não tem como a minha vida piorar, fique tranquila. - Falei tentando transparecer paz, mas as batidas do meu coração estava tão alta que já já eu não ia conseguir nem ouvir Bety falando.

_ O Tratado é você Martina.

_ Como assim ? - Falei rindo.

_ O Tratado é você, é seu corpo, seus cabelos, sua vida.

_Não me diga que o tratado feito pelo meu pai é minha morte ? Esse homem quer me matar ? Quando vai ser isso ? - Falei debochando rindo como se não acreditasse em suas palavras.

_ Martina você não está entendendo o que ? Acha que eu mentiria sobre algo dessa índole? Você acha que gostaria de falar o nome desse maldito homem? Você acha que essas lágrimas são falsas ? Você acha que eu não tenho pesadelo com esse homem ? Sendo que a única parte do corpo dele que eu consegui ver dele foi os olhos ?

_ Você não pode estar falando a verdade. - Gritei, fiz sinal de não com a cabeça desesperada. _Eu preciso fungir, eu preciso ir embora desse lugar, meu pai é meu maior inimigo, eu não sei como consegui viver ao lado de um homem que joga a própria filha para morte. - Falei já desesperada, estava chorando tanto que meu cabelo se misturava com as lágrimas fazendo eles grudarem no meu rosto. Me jogo no chão e começo a me debater, minha cabeça latejava. Precisava pensar em algo, não iria aceitar de cabeça baixa. Eu precisava me defender precisava me vingar.

_Filha calma. - Falou a Bety subindo em cima de mim me segurando pois estava me machucando com as minhas unhas enormes.

Aquilo era só o começo do inferno que eu iria passar, meu corpo tremia, eu sem querer estava me arranhado, estava toda vermelho [...] Meu coração continuava batendo forte, a voz da Bety falando aquilo fica se repetindo no meu ouvido, como se tivesse alguém gritando o que ela havia falado. Eu iria morrer antes do dia estipulado. Eu estava sentindo mil sentimentos em um único momento. O ódio estava consumindo o meu corpo. Tudo aquilo que eu acreditava não fazia mais sentido.

É tão irônico o que estou passando pois em tantos momentos eu já desejei a minha própria morte e agora que ela estava batendo na minha porta estava me rebatendo no chão como uma louca. Já havia tentado suicídio após a morte da minha mãe umas três vezes. Talvez o que me doia não era a morte em si, era os gestos, era falta de caráter, era falta de amor. Isso me deixava revoltada com vontade de levantar do chão e matar meu próprio pai virar a Senhora Fuller e acabar com tudo e todos, sem compaixão nenhuma com ninguém. Mas talvez a morte fosse o melhor caminho, pois iria reencontrar minha mãe. Sei que aonde ela está é um lugar lindo, cheio de paz e amor.

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