• Capítulo 6 -

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O dia da minha morte havia chegado, seria apunhalada pelo meu próprio pai, pelo cara que me deu o dom da vida junto com a minha mãe Elisabeth. Ele iria cortar todos os laços que tenho com ele da forma mais covarde. Sinto uma enorme vontade de antes de começar a praticar meu plano de fulga, fazer algumas coisas que me deixavam feliz aqui na terra. Leio uma página do meu livro preferido , escrevo uma carta de despedida no meu blog, e para finalizar escrevo cartas de adeus para algumas pessoas relevantes na minha vida. Desço as escadas e faço uma cesta de comidas que mais gosto , com direito a tudo que possa imaginar. Sento na sacada e devoro tudo, era estranho a sensação de "Essa é a última vez que faço isso ". Tudo era algo tão intensamente doloroso. Olho para o céu e estava um dia feio, um dia nublado. Como se a mãe natureza prevesse o que estava por vir. Ainda olhando o céu já por voltar das (16:00) reparo os grandes portões da mansão sendo aberto. Vejo vários carros pretos com vidros insulfilm, não dava para saber quem estava dentro do carro e a minha visão míope não me ajudava em nada. Porém a minha capacidade de pensar me ajudava e muito, os "Homens de Preto" tinham chegado. Achei estranho a forma que eles chegaram, eles não chegaram atacando e matando os porteiros para invadir a mansão. Meu coração começa a palpitar com a velocidade da luz. Independe do que meu pai planejou para esse dia eu iria surpreender ele como sempre. Eu ainda estava na sacada observando os carros pretos se aproximar. Vejo um homem saindo do carro e se aproximando da casa, ele era alto com a fisionomia de 25 anos, provavelmente o Demo já que estava rodiado de muitos homens para sua segurança. Ele estava se preparado para uma suposta traição do meu pai. Já que nem um pai da a própria filha para o rival matar.

Nossos olhares são facilmente conectados, uma sensação ruim invade o meu peito, eu reconheci aquele olhar imenediante aquele era o homem que matou a minha mãe, o Demo era o Liam Castilho. Ele mata minha mãe e agora quer me matar [...] bem que Bety falou, ele tinha uma ligação direta com demônio. Aquele homem ainda tem coragem de soltar um sorriso sarcástico. Eu mostro o dedo do meio e todos os seguranças apontam a arma pra mim. Naquele momento eu gelo, como se não soubesse o que iria acontecer. Corro para dentro do meu quarto, vou para o banheiro deixo a água na banheira transbordar, jogo pétalas vermelhas tiro minha roupas e me permito ir a encontro da minha mãe. Não seria meu pai e nem ninguém que me mataria. Eu iria morrer como meu pai queria mas não seria pelas mãos dele. Sinto a água quente acolher meu corpo, a banheira tinha a visão de um grande espelho, eu me vejo pela última e vez e escorrego meu corpo. De princípio meu corpo tem instintos de sair da água mas eu vou contra todos os instintos de sobrevivência. Eu começo a lutar para conseguir respirar, começo a me debater, eu era muito forte pois já tinha feito aula de natação então meu desenvolvimento era bem maior. Após 10 minutos eu sinto a sensação da morte. E tudo se acaba pra mim naquele instante.

Minha carta de despedida para minha "família

...

É aquela velha história. No início, todos vocês vão se sentir culpados. Vão chorar e pensar no que fizeram de errado. Mas vai passar. Vão achar um jeito de me culpar, e dizer que não pedi ajuda. Mas eu pedi. Só que não foi alto o bastante. Vocês ficaram surdos, e se tornaram cegos, carregando na mente a imagem de que eu, por ter tudo, ficaria bem. Eu não tive tudo. Faltou amor, faltou carinho. Faltou alguém segurando a minha mão, e me dizendo pra ser forte. Eu enfrentei tudo sozinha. Estava andando por um barbante, em meio ao precipício, e não tinha ninguém lá pra me segurar. Eu chorei todas as noites, andei por aí carregada de blusas de frio, e com os braços cheios de pulseiras. Vocês nunca me perguntaram porque meus olhos estavam inchados, ou porque eu suava, mas não tirava as blusas compridas, ou não usava shorts. Nunca me perguntaram sobre a minha obsessão de usar pulseiras. Nunca.Então, não vão colocar na cabeça que a culpa foi minha, porque não foi. Dessa vez não. A culpa, foi dessa mania que todo mundo tem, de achar que palavras não machucam. Tudo bem. Eu perdoo vocês. Espero que me perdoem também. Mas vai ficar tudo bem agora. Não convivo mais com a dor. Não me sinto vazia. Aliás, não sinto. Hoje, consegui voar. Voei. Com amo, estou rodadas de anjos e um deles se chama Elisabeth.

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