50 TONS DE HUMILHAÇÃO

• Capítulo - 13

_Estou bem, eu estou bem, tá tudo bem.

_ Acaba com esse seu sofrimento garota, olha a merda de vida que foi reservado para você. É isso que você quer para você?

_Não, eu não quero mais isso.

_Então seja forte, vai !!!! Eu confio em você!

_ O que eu faço?

_ Se jogue da sacada. Rápido, corre!!! É sua libertação! Você que viver isso ? Quer viver nessa miséria?

_Eu ainda tenho pessoas importantes!!! Não posso fazer isso.

_ Você é uma burra, pensa menina pensa !!!! Sua irmã está feliz, agora eles têm uma família perfeita sem você!!! Sua babá está feliz agora que está perto da mãe e não de uma louca,desprezível sem noção como você. Pensa Martina, você não é nada, não é importante para absolutamente ninguém. Pessoas importantes para você tem que pagar um preço bem  alto para estar com você, sua mãe é um exemplo. Glória só finge que gosta de você, ela tem pena de você apenas isso. Agora corra, não viva com pessoas tão ingrata. Elas não merecem você.

_Vem filha, sou eu [...] Sua mãe. Venha viver uma vida no paraíso. Aqui é tudo tão lindo.

_Ouça sua mãe, poupe seu sofrimento.

Rastejando como um animal e já  sem força para pensar em alguém além de mim vou até a sacada. As últimas forças que ali habitava eu utilizei para abrir a porta da sacada. Estava frio, meu corpo reage rapidamente com a mudança da temperatura. Uso uma grande força em meus braços, assim faço meu corpo chegar até a sacada. Último suspiro, última força, última batida do coração, última piscada, última respirada, última mexida no cabelo, último pensamento. Pronta para seguir a voz que até ali me atormentava eu dou o último impulso. Em meus pensamentos só conseguia sentir a libertação que seria, eu já sentia o peso do mundo saindo do meu corpo. Já sentia o sorriso que meus lábios automaticamente iria se criar. O dia da minha partida seria o dia mais feliz para mim? Eu estava tão certa que tudo era a coisa certa a se fazer que só me entreguei o abismo.

O meu impulso é  interrompido por uma mão que me leva para perto do seu corpo, seu toque era tão bruto, eu sentia a raiva em sua respiração, mas em um momento não pensei nas minhas ações o cheiro do perfume que minhas narinas inalava estava me impossibilitado de pensar. Só me permito deitar em seus ombros e ali chorar, estava tão carente de afeto que mesmo Liam não fazendo nada, mesmo ele ser o causador de toda dor eu me sentia acolhida.

O que a carência pode fazer com alguém? O que estava se passando pela minha cabeça? Dentro do meu peito eu já me julgava, ja sabia que iria lutar para esquecer que eu abracei o causador da minha dor, o causador da minhas cicatrizes. Eu sentia como se com aquele abraço tivesse traído toda a imagem da minha mãe, como se a morte dela não tivesse peso naquele momento. Estava me sentindo um mostro, uma aberração. Mas mesmo com todas as perturbações eu ainda está ali em seus braços. O mundo decidiu me dar uma trégua. Me consciente expulsou meu ser do meu corpo. Me fazendo desmaiar. Não morri, apenas descansei por alguns minutos, apenas deixei as coisas acontecerem.

Liam

_Chama um médico Gloria rápido. - Eu gritava com a meninas nos braços.

Glória invadia aquele quarto como um furacão. Com os olhos duros observava eu com a menina nos braços.

_O que o senhor fez ?

_Nada, eu ainda não fiz nada. Agora chame um médico rápido.

_ Sim senhor. - Falou correndo para um telefone.

Enquanto Glória entrava em contato com um médico da minha confiança eu carregava Samy para o meu quarto. Deitei ela em minha cama e esperei pela vinda do médico.

_ Como foi a brincadeira com essa submissa ? - Falou Brayan.

Brayan era um grande amigo além de médico particular da família Castilho. Fizemos faculdade juntos e depois da faculdade continuamos com o contados. Ele sabia da minha vida pessoal, do estilo de vida que gostava de levar. Mesmo não concordando sempre respeitou minhas escolhas.

_Eu me animei. - Falei soltando um sorriso convincente.

_Você e suas loucuras não é mesmo Liam ? Bom, acredito que seja melhor levá-la para minha clínica. Lá posso examinar e dar um diagnóstico mais específico.

_Ela não pode ir. Faça o que for possível, traga tudo da merda da sua clínica para minha casa. Eu quero o melhor atendimento. E rápido se não terei que culpar alguém pela sua morte e espero não ser você meu querido amigo. - Falei deixando-o sozinho com a Glória.

_ O que aconteceu com ela Glória?

_Eu não sei bem, só sei que apanhou muito, sei também que passa dias sem comer, ela falou que é acostumada assim.

_Ninguém é acostumado assim Glória. Vou mandar minha equipe trazer as coisas. Só acho que aqui ela não vai ter o melhor é tudo por culpa do Liam.

_Em relação a isso ela tem fobia a hospital,médico e agulhas. Por isso o senhor Liam pediu para fazer tudo em casa. Causando pouco estresse para a menina.

_Tudo bem. - Falou Brayan pegando o telefone e chamando seus parceiros de trabalho.

Em menos de uma hora o meu quarto estava cheio de equipamentos médicos, Samy estava tomando bolsas de sangue por conta da anemia e suprimentos por uma sonda por conta do baixo peso. O Brayan era um excelente profissional, o melhor vamos se dizer assim. Sabia que podia confiar na sua capacidade.  Enquanto penso escuto batidas na porta da minha biblioteca.

_Entra !

_ Olá Liam, então ela já está acordada, deu uma alucinada e pediu pela mãe. Acho melhor trocar de submissa. Essa além de muito magra parece ser péssima em todas as atividades.

_Ela não está bem né? - Perguntei já sabendo a resposta.

_ Não, ela é importante para você? Se não eu queria cuidar dela.

_Como você pode falar isso ? Eu não estou vendendo ela, agora saia e me deixe pensar.

_Desculpas Liam. - Falou saindo batendo forte seus pés.

Eu nunca pensei que alguém poderia se interessar na Samy, ela era tão pura, tão inocente. Não havia pensando nela como algo sexual. Meu objetivo com ela era apenas desafia-la, fazer ela minha escrava como já havia dito.

Após um bom tempo vou até o quarto vê como a mesma estava. A tanto tempos que não vejo mulher alguma na minha cama que até me assusto quando acendo a luz e vejo ela deitada dormindo após os muitos remédios. O Brayan tinha colocado algumas gases em seus machucados fazendo ela parecer fragiu naquela cama. 

_ Está tudo bem meu menino ? - Perguntou Glória vendo eu observar a Samy dormir.

_ Sempre está. - Falei levantando da cama indo para a suite descansar na banheira.