• Capítulo 17

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Meu corpo sangrava, meu corpo ardia, eu sentia cada dor em toda a extensão do meu corpo. Eu chorava de gritar de tanta dor. Eu não suportaria todas aquelas regras  estúpidas que ele criou. Começarei a apanhar todos os dias, eu sabia que esse era o objetivo dele. Me ver mal, machucada e vulnerável. A única coisa que ele queria era se sentir superior e no fim de tudo ter meu corpo em sua cama. Ele era um mostro e por um momento eu duvidei sobre sua frieza. Ele tinha sérios problemas psicológicos eu precisava arrumar uma saída viável para mim naquele momento. Ele estava sim disposto a me matar tirando cada pedação do meu corpo,cada pedaço da minha dignidade, da minha  humanidade. O pouco que se restava de mim ele queria. Ele queria acabar com o pouco que eu tinha.

Eu só pensava em gritar, em expor meus sentimentos, em expressar o quanto eu sofria por estar naquela casa com aquele homem. Ele queria me destruir e estava conseguindo.

Estar sozinha sem ninguém para desabafar me fazia duvidar sobre todas as coisas ruins que ele havia falado sobre mim, sua voz entrava na minha cabeça e eu me sentia tudo aquilo que o mesmo havia falado horas atrás. 

As dúvidas frequentes na minha cabeça junto com a dor física que estava sentindo me fazia querer enfrenta-lo e mostrar que eu era diferente. Que eu tiro forças de lugares sobrenaturais porém seria uma mentira, eu me sinto derrotada, eu me sinto culpada, eu me sinto suja, eu me sinto inútil, eu sinto como se fosse um ser realmente repugnante.

O que mais doia era o sentimento de culpa que invadia meu peito, eu não deveria ter fugido as coisas eram ruins mas agora estão péssimas. Eu era a culpada por estar na situação que me encontro. O sono me bate para suavizar a dor que estava sentindo e no meu sonho vejo Jennifer. Ela me falava para ser forte e seguir seus conselhos sobre minhas cicatrizes.

Acordo de madrugada assustada após um longo pesadelo, acendo a luz e vejo que alguém havia deixado a janta no chão na frente da porta como uma detenta. Sem pensar duas vezes apenas volto a dormir a última coisa que gostaria de fazer naquele momento era comer.

Após alguns dias.

Faz alguns dias que não converso com ninguém, inclusive com Liam, sinto falta da pouca comunicação que tinha com alguns empregados da casa. Meu quarto ainda tinha algumas coisas que gostava de fazer como as pinturas e algumas leituras. Eu até lidava bem com a solidão, nesse estágio da vida nada me supreendia mais.

_Olá Samy. - Falou Liam entrando no quarto.

Quando ouvi sua voz o meu peito gelou, era tantos sentimentos em um momento só, eu estava farta de apanhar, meu corpo ainda tinha alguns ferimentos da última sessão de violência. Então optei por seguir todas as regras e dar um tempo para o meu esqueleto.

Rapidamnete baixei a cabeça para o chão e fiquei em silêncio, para mim era doloroso está fazendo isso. Porém meu corpo estava mais ferido que meu ego.

_ Você tem autorização para falar. - Falou com uma cara como se aquela minha atitude tivesse salvado o dia dele.

_ Oi senhor. - Falei mantendo minha cabeça ainda no chão.

_ Hoje alguns colegas de trabalho vai vir aqui. E você vai me acompanhar.

_ Mas senhor. - Fui interrompida pela sua voz grossa e autoritária.

_ Fico feliz que está obedecendo minhas regras. Mais ainda falta uma. - Falou saindo.

Eu sabia que ele estava se referindo ao meu corpo, ele deixou bem claro que deseja possuir meu corpo. Eu nunca tive grandes planos em relação a virgindade, nunca me relacionei sério com alguém ao ponto de fazer sexo. Eu sempre tive muita vergonha do meu corpo, por ser bem magra nunca senti que é um corpo atrativo e sensual ao ver dos homens. 

Liam deixou uma das novas empregadas da casa entregar as coisas que teria que utilizar a noite para acompanha-lo. Era um lindo vestido vermelho sangue, que fazia um constraste com a minha pele branca e enaltecia algumas parte do meu corpo. Eu estava tão acostumado com roupas largas e super confortáveis que colocar um vestido como esse me deixava extrmenate diferente. Eu praticamente não me reconhecia quando via meu próprio reflexo. Me encantei por minutos e não conhecia a pessoa que observava. Eu me sentia tão  fraca, tão vulnerável.

Quando eu cheguei nesse fim do mundo eu fiquei dias esperando alguém da minha família vir me buscar, achei que tudo não passava de uma fase. E estar aqui a quase três meses sem notícias alguma da minha família ou até mesmo da minha babá eu sinto como se nunca fui tão importante na vida de ninguém. Com um sentimento de ser um peso na vida dos eu rasguei o vestido, eu sentia nojo da minha vulgaridade.

O vestido se desfazia, no chão um pedaço do pano vermelho que um dia foi um vestido. Eu me olhava no espelho e ainda não me conhecia, estava nua na frente do espelho e não se reconhecer é como olhar no espelho e não ver nada. Eu me sentia uma estranha.

Coloquei uma roupa que escondia as marcas e o peso de não ser ninguém. Sabia que essa atitude teria consequência mais eu estava ciente. Não quis fazer absolutamente nada, apenas coloquei um sobretudo e desci as escadas.

Os homens rapidamnete me olharam quando escutaram o barulho do meu coturno, Liam me olhou como se fosse me punir ali mesmo pela audácia de não ter seguido suas regras. Ele queria uma mulher sexy, para provocar seus amiguinhos, mas eu não sou boneco sexual. Estava muito elegante mas nada vulgar.

_ Liam - Um dos senhores a mesa chamou.

_Diga Ricardo.

_ Como logo você conseguiu uma mulher tão linda ? Ela não é como suas outras mulheres. Ela é delicada, em seus olhos vejo uma inocência que fazia tempo que não via em mulher. Parabéns você é um homem de sorte por tê-la.

_ É isso que eu mais gosto nela. Ela é única. - Falou encarando meus olhos. - Eu obviamente baixei a cabeça e fiquei na minha.

_ Ela é tão quieta. Mas me diga Samy, como conseguiu se apaixonar por um ogro desse?

Olhei para Liam e ele deu um sorriso magnífico, o primeiro de meses. Seu olhar tinha um ar curioso. Ele estava um pouco inquieto na cadeira, mas não tirava os olhos dos meus.

_ O amor não se explica. - Falei baixo.

_ Eu não tô acreditando ainda Liam. - Falou um dos homens com uma bebida na mão.

_ O Amor é para todos. - Liam falou brindando.

_ Vocês querem algo mais sério?

_ Sim, mas não agora. - Liam respondeu rapidamente.

_ E você Samy ?

_ O que ele quiser eu também quero. Senhores a conversa está muito boa, porém estou indisposta. Me de licença. - Falei me levantando e indo para o meu quarto.

Aquele papo todo não tinha sentido algum, apenas subi para o quarto coloquei um pijama e fui pintar no chão do quarto alguns dos meus novos quadros.

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