_ Martina para com isso, você é mais forte que seus pensamentos!!!! Está me ouvindo?
_ Bety eu não vou dar o gostinho deles me matarem você vai ver. - Falei ainda no chão. Se continuasse chorando mais iria fazer uma poça de lágrima.
Naquele momento eu já tinha um plano na minha cabeça, o coração foi diminuído sua velocidade e meus sentidos foram voltando ao normal. A cabeça ainda doia era de se esperar após o tanto que chorei.
_ Estou bem Bety. - Falei me levantando. _Bety me desculpa por ter falado tudo que falei para você!!!! Eu não seria capaz de fazer nada para prejudicar você!!! Você é uma das únicas amigas que tenho de verdade. - Falei abraçando ela me sujeitando a novas lágrimas.
_Tudo bem, eu sei que o que estou sentindo agora não é nem 1% do que você está sentindo dentro do seu coração.
_Eu preciso saber um pouco mais sobre tudo isso. Me responda quando serei sacrificada pelo meu país? - Falei com um tom de ironia.
_ Você vai aprontar né? Se não, não seria você. Eu não tenho certeza de nada, creio eu que será no mesmo dia da morte da sua mãe.
Era tantos golpes que eu estava recebendo, eu estava me sentindo como se estivesse saído de uma briga feia. Meu corpo doia e pedia socorro. Eu tentava ser durona, eu fingia sim ser revoltada, eu fingia não se importar com as atrocidades que meu pai falava, eu fingia não me importar com o fato de que a única pessoas que eu confiava de verdade não iria me contar sobre algo tão importante. Naquele momento eu não considerava ninguém como alguém importante. A morte para mim não seria algo tão difícil já que não tinha ninguém por mim. Estava me sentindo traída, estava me sentindo partida no meio. Ninguém me conhecia de verdade, ninguém sabia que meu gênero de literário preferido era romance. Ninguém sabia que eu sempre chorava antes de dormir com saudade da minha mãe. Ninguém se importava com meus surtos repentinos e nem minhas crises existências. Eu sempre estive sozinha. Coisas tão fúteis que para mim era tão importante como ter pais presentes na minha reuniões de pais no colégio, quando estudava no colégio interno no dia de visitas fica esperando a presença de algum famíliar. Isso tudo pesava tanto dentro do meu peito, era quase impossível andar naquele momento.
_Eu vou para o meu quarto. Por favor faça seu piquenique com a minha irmã. Eu não tenho motivos para comemorar a vida, eu não tenho motivos para estar feliz. - Falei indo para o meu quarto.
Quando passo pela sala de estar para subir as escadas e ir em direção para o meu quarto eu reparo os olhares direcionados as minhas feridas direcionadas meus arranhões [...] Eu consigo ver claramente na cara deles vários pontos de interrogações.
Subo para meu quarto e fico deitada na minha rede na sacada por muitas horas, fico apenas observando o céu. Vendo ele escurecer e consigo sentir o ar gelado percorrendo o meu corpo. Eu estava arrepiada, e conseguia no silêncio da noite saber o que é ainda estava viva. Eu nunca pensei que saberia quando iria morrer, a morte para mim é cheia de incógnitas, queria poder tirar minha dúvidas como tirei com Bety. Eu rio com os meus próprios pensamentos tolos. Me levanto para me banhar e acabar com esse dia logo.
****************
_Bom dia, vamos tomar café querida ?
_ Apaga a luz e me deixa em paz por favor. - Falei como nunca tinha falado com a Bety.
Eu havia passado a noite em claro, jogada pelos cantos e refletindo sobre tudo. Fiquei a noite pensando em como meu pai e o Demo havia planejado minha morte. Não seria algo exposto, provavelmente será uma atentado aonde o único alvo será eu. Assim meu pai não iria ficar com uma má reputação. E viveria feliz para sempre.
_Amanha será o dia do seu sepultamento, eu não sei nem como chamar isso. Eu queria sair com você ontem para que antes de morrer tivesse ficado feliz, pelo menos uma vez na vida, queria que tivesse visto o lado bom da vida. Não queria te contar para poupar tudo isso que você está sentindo. Eu aprendi a amar você, eu aprendi a compreender cada sentimento seu, eu aprendi a lidar com suas crises. Eu peço perdão por tudo, eu não queria ter escondido nada. Eu lembro como se fosse hoje o dia que seu pai me contratou para ser ajudante e babá. Eu lembro que no começo não queria, tinha medo pois morava em outro país. Eu vim sem nada, a expectativa era que séria baba de um monstrinho. Quando olhei para os seus olhos cheios de medo, eu senti tanta pena de você, naquele momento eu te abracei e você não reagiu apenas ficou me olhando como se não entendesse nada. Após muitos dias você começou a se abrir comigo e daquele instante em diante era eu por você e você por mim, eu vi todas suas fazes, lembro da sua primeira menstruação, do seu primeiro sutiã, lembro quando no primeiro colegial seu pai mandou você para aquele colégio interno no interior do país , lembro que te ligava todos os dias para saber do que você tinha feito. Tudo Isso para ter que presenciar sua própria morte. Isso me dói tanto. Eu não acredito que eu vou presenciar isso. - Fala chorando, se sentando ao meu lado que ainda estava deita e agora com muitas lágrimas.
_ Tudo bem Bety eu te perdoou com todo meu coração, eu agradeço por muitas vezes ter feito um papel de mãe essencial. Sem você eu teria conseguido acabar com a minha vida muito mais cedo. Obrigada por cada lição feita por você. Eu realmente fico muito feliz pois sabia que uma mãe e um pai eu não teria nas visitas mas que toda noite teria uma ligação sua perguntando como eu estava. Eu fiquei muito decepcionada ao saber que você não contaria nada para mim e nem me daria oportunidade de tentar me salvar [...] mas agora após você falar tudo que falou eu consigo compreender seus motivos. E fico feliz por saber que em meio tanta guerra uma pessoa se sacrificou pelo meu bem além da minha mãe. - Falei sorrindo, mostrando os dentes coisa que raramente fazia.
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50 TONS DE HUMILHAÇÃO
RomanceMartina Fuller esse é nome da menina que herdou o próprio caos. Seu nome significa deusa da guerra, que faz um eufemismo em relação a sua vida. " O que adianta nascer no meio do luxo mas sem amor ? " _ Qual é seu nome garotinha ? Quem é essa mulher...