• Capítulo 11 -

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Fui andar pela casa, era uma linda casa, com uma ótima decoração não tinha como negar esse bom gosto. Sozinha fui conhecendo toda extensão da casa, cada detalhe. Após toda demora decido sair um pouco, respirar um ar livre e ver o céu, algo bem comum. Deito na grama e foi perfeito, estava com cheirinho de terra molhada, por conta da chuva. Deveria ter pego um livro. Fecho os olhos e fico pensando nas palavras que a Gloria havia falado. Em ter um objetivo, fazia tanto tempo que não sonhava , que não me permitia viver. Eu já estava acostumada a viver triste, a viver da forma que vivia. Me permitir sorrir, ser feliz era um sonho tão distante que parecia até irônico.

_ Filha você não pode jogar todo esse granulado no bolo.

_ Mas mamãe, é isso que da o sabor.- Falei rindo.

_Bolo de pinguinhos de chocolate né?

_ Parece formigas. - Falei caindo na risada.

_Que tal colocarmos o nome do bolo de "bolo de formiga"?

_ Eu amo todas suas ideias.- Falei sujando seu nariz com massa.

_ Isso não vale sua sapequinha.

_ As três mulheres da minha vida em um ambiente só assim não aguento. - Falou Almir entrando com a Ary.

_ Papai, eu e a mamãe estamos fazendo um bolo chamado bolo de formiga.

_Eca, eu não como formiga. - Falou Ary

Meus pensamentos são quebrados com a voz da Gloria me chamando. Fico um pouco triste, amava imaginar momentos que já passei com a minha mãe.

_ Desculpa, estava aqui lembrando de algumas coisas que já vivi. Coisas boas - Falei soltando um sorriso sem mostrar os dentes. Olho para a janela e conseguia ver Liam observando a gente.

_ Senhor Liam está chamando para tomar café.

_ Tudo bem. - Falei me levantando.

Tinha muito comida na mesa, era praticamente uma ceia, extremamente desnecessário para três pessoas já que Gloria se sentava a mesa.

_ Não vai comer menina ?

_ Vou comer sim, fica tranquila.- Falei pegando apenas um copo de suco juntamente com um pedaço de bolo de gotinhas de chocolate.

Quando coloquei aquele bolo na boca, eu senti uma saudade daquilo que já tinha vivido. Eu começo a chorar sem nem pensar nas consequências. Eu apenas saio correndo e vou para meu quarto. Deito na cama e pego minha pedra da sorte, aquela simples pedra me trazia uma paz imensa.

_ O que foi agora? - Entrou Liam nervoso.

_ Eu não estou bem.- Falei baixo.

_Você tem que parar de ficar chorando pelos cantos, tem que parar de se vitimizar tem que parar. Sua mãe morreu, não entendeu? Morreu acabou para ela. Você está viva, muito viva graças a mim. Olha para mim, seja sincera. Você quer morrer ? Eu te mato. - Falou tirando uma pistola Glock G25 das suas costas. _ É isso que quer ? Ou prefere dar uma oportunidade de viver igual pessoas normais ? Esse drama todo me da tédio. - Gritou apontando a arma.

A minha cabeça girava, eu queria as duas coisas com muita intensidade, mas a imagem da Glória começou a aparecer na minha cabeça, comecei a imaginar a reação da minha irmã e a culpa que cairá nos braços de Bety. Eu não poderia transformar a minha irmã em uma cópia falhada de mim.

_Não eu não quero morrer, quando eu quiser morrer eu mesmo tentarei contra minha própria vida.

_Me desafia de novo, vai seja mulher, você acha que não sou capaz de fazer isso ? - Falou atirando para o vaso ao meu lado.

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