Capítulo 23

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          São onze horas em ponto, e estou me arrumando para ir almoçar com Max. Ele me convidou ontem, mas fiquei meia confusa em aceitar depois de tudo que rolou com o Will. Não que eu estivesse considerando me afastar de Max, mas minha mente estava tão conturbada que não consegui raciocinar direito.
Ele estava tão animado quando fez o convite. Nunca o vi tão feliz igual aquele dia. Falou que ia fazer o almoço e a sobremesa, e ainda disse que estava sentindo a minha falta. Eu não consegui dizer não. Por mais que minha exaustão psicológica estivesse relativamente alta, meu coração estava palpitando de alegria ainda mais, então disse sim.
Como Max se encarregou de fazer a comida, tive que recorrer minha mãe para me levar ao apartamento dele. Ela hesitou, mas disse que ia me levar alguns minutos depois.

Não queria depender dela para isso, pois sei que nem sempre mamãe estará disponível para me dar carona. Tentarei convencê-la a me deixar a carteira de motorista quando estivermos no caminho para casa de Max.

Escolho uma roupa um pouco mais fechada. Está dez graus celsius e o vento está super gelado. Já estou sentindo falta do verão, do sol quente, da piscina da casa de April — que usufrui mais do que a própria dona — e dos sorvetes da Romano's. Não que eu vá deixar de ir lá, mas não será com tanta frequência.

Passo a chapinha para deixar meu cabelo um pouco menos armado e prendo metade dele com uma presilha de borboletas azuis.

Após, vou para sala esperar minha mãe ter a boa vontade de deixar seu laptop de lado para me levar.

— Já está pronta? — Pergunta ela, sem tirar os olhos da tela.

— Sim. — Respondo, com um certo desânimo.

Ela digita algo com rapidez antes de se dirigir a mim novamente.

— Querida, o que você tem com esse garoto? Sabe que precisa me contar essas coisas. Estão saindo muitas vezes. — Ela finalmente olha para mim, e abaixa seus óculos de grau. Sabia que esse momento ia chegar, mas não me preparei para ele.

Solto um suspiro nervoso.

— Eu sei lá, mãe. Gosto dele, mas não tem nada demais. — Falo. Não vou esconder isso da minha mãe, ela merece saber.

— Da próxima vez ele que vai vim almoçar aqui para eu o avaliar. É aquele tatuado que veio aqui, não é?

Eu concordo com a cabeça. Já estou arrependida de ter pedido carona pra ela. Sabia que ia ficar falando essas coisas desconfortáveis.

— Não dava pra você escolher o irmão dele? — Ela diz, e eu fico estupefata. Arregalo os olhos e cruzo os braços. Era só o que me faltava.

— Eu não daria certo com o Will. O que Max tem que a senhora não gosta?

— Ele tem um jeito fechado demais, usa aquelas roupas escuras e parece que está sempre estressado. Vocês são tão diferentes. — Fala enquanto se ajeita no sofá. Céus, por que mamãe precisa ser tão preconceituosa?

— Ele é uma pessoa legal. Não crie opiniões só por causa do jeito que ele se veste.

— Eu sei, mas a primeira impressão é a que fica. — Se defende. Eu desvio o olhar para o chão. — E aliás, como conheceu ele?

— Ele me ajudou naquela vez em que eu quase sofri um acidente e quebrei meu celular antigo.  — Conto, sem muitos detalhes.

— Seu pai já sabe desse garoto? — Pergunta, curiosa. Eu nego com a cabeça. Ainda não tinha pensado nisso.

— Não acho que vá ser complicado contar pra ele. Papai é muito tranquilo. — Digo. Ela da de ombros. — Podemos ir agora? — Pergunto ao vê-la guardar o laptop e pegar seu celular na bancada.

Forte como o Sol [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora