Capítulo 25

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       Tire essa coisa do meu rosto! — Exclama Max quando passo o pincel com sombra preta em seu olho esquerdo.

— Pare de se mexer ou ficará horrível. Não sou muito talentosa com maquiagem. — Tento o acalmar, segurando seu rosto para o manter parado.

— Sendo assim, eu não deveria estar confiando essa tarefa indesejada a você.

— Ah, e quem iria fazer a não ser eu? Sou sua melhor opção no momento, a não ser que queira ir pra festa sem fantasia nenhuma.

— Na verdade eu gostaria de ir sem fantasia. Você que está me forçando a usar essa roupa ridícula e passar maquiagem.

Bom, isso é verdade. Dou de ombros e volto a me concentrar na tarefa.
Estou no sofá da sala de minha casa tentando arrumar Max para festa Halloween de Lola. Eu irei de Chapeuzinho Vermelho e ele de caçador. Como o objetivo é estarmos assustadores, coloquei uma maquiagem de manchas e cortes falsos em meu rosto e estou tentando fazer o mesmo com Max, mas ele não está colaborando. A verdade é que o garoto queria ir com suas roupas de sempre e não usar nada. É claro que não deixei. Estragaria totalmente o tema da festa, e por mais que eu goste bastante do visual de Max, vê-lo com um estilo diferente seria divertido. Levou bastante tempo para convencê-lo, mas consegui. Acho que levo jeito dramatizando as coisas.

Tive que pegar uma camisa xadrez que meu pai deixou aqui a última vez que veio me visitar e emprestar para Max, que reclamou um monte.
Eu sugeri outras fantasias, mas ele insistiu tanto em ir com uma combinando comigo — fiquei super feliz, aliás — que tive que dar um jeito.

Conversei com Lola e ela me garantiu que não havia convidado Will pois sabia da situação. Fiquei aliviada, porque assim evitaria uma briga no meio da festa, mas ao mesmo tempo meio triste por fazê-lo perder o Halloween, levando em conta que toda escola estará na casa de Lola para comemorar. Acho que até Adele estará lá.

Minha mãe aparece na sala e ri ao ver o rosto de Max. Ela ficou meio calada e acredito que desconfortável com a presença dele aqui, mas com o tempo começou a opinar na maquiagem e na roupa, e então ficou mais a vontade.
Creio que ela pode aprender a gostar dele, apesar de tudo. Ele só tem cara e jeito de durão, mas na verdade é bem sereno e amigável.

— Não está tão ruim, mamãe. — Falo, observando Max com atenção. Seu olho está um pouco preto demais. Talvez eu devesse tirar isso antes que ele olhe seu reflexo no espelho.

— O que você tentou fazer na bochecha dele? — Minha mãe questiona, apontando para o lugar que está se referindo e franzindo o cenho.

— Estão falando de mim como se eu não estivesse aqui. É bem desconfortável. — Zomba Max.

Pego o demaquilante e tiro tudo que tinha feito no rosto dele. O jeito é arriscar apenas um pouco de blush na maçã direita de seu rosto para tentar fazer parecer que é uma vermelhidão causada por um machucado.

Ele resmunga ao me ver pegar os pincéis novamente.

Faço o que havia pensado, e não fica tão ruim. É claro que não está ótimo, mas dá pro gasto, e aliás, estamos atrasados.

Pego a cestinha que vem junto com a fantasia e o machado de brinquedo de Max.

— Acho que está bom. — Digo. Ele se espreguiça e se levanta do sofá.

— Finalmente! — Festeja Max. Eu reviro os olhos.

— Estamos indo, mãe. Chego por volta da meia noite. Descanse. — Falo para minha mãe que está sentada no outro sofá, nos observando.

Forte como o Sol [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora