Capítulo 13

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           Acordo de manhã com o barulho alto das músicas clássicas de minha mãe. A moça que é responsável em limpar a casa não vem aos domingos, o que faz mamãe se responsabilizar pela trabalho. E, ela só consegue fazer isso com suas músicas no máximo.
A canção acompanhada de sua voz não me permitem dormir de novo, então finalmente levanto e vou ao banheiro para fazer minha higiene matinal.

  Assim que termino, vou em direção a sala. 
As cadeiras estão de ponta cabeça e o chão está molhado. Tenho que me segurar para não escorregar.
Minha mãe está limpando o chão tranquilamente, então tusso de forma falsa para chamar sua atenção. Demora alguns segundos até ela perceber minha presença, mas logo levanta a cabeça e me olha.

— Bom dia. — Cumprimenta ela, sem parar de limpar.

— Bom dia. Precisa de ajuda?

— Mas que pergunta boba. Claro que preciso. Faça o almoço e em seguida lave as louças.

— Certo. O que quer comer?

— Aquele fricassê que você fez quando seu pai veio nos visitar. O frango já está descongelado.
Depois que terminar, vá treinar sua dança. A cada dia que se passa as regionais ficam mais perto, e ainda não vi perfeição em seus passos. — Ela orienta, e eu respiro fundo. É claro que eu tenho que treinar hoje, até porque, não existe um dia em minha vida que eu fique longe do balé.

— Tudo bem. — Respondo e vou para cozinha em passos lentos, tendo cuidado para não me desequilibrar.
Mamãe odeia que eu sempre faça algumas coisas em especial para meu pai e pra ela não. Mas, sempre que tento a agradar, ela reclama que a comida está crua ou sem sal. E não digo apenas em refeições. Uma vez, tentei fazer uma festa surpresa no dia do seu aniversário, a dois anos atrás, e ela gritou comigo dizendo que eu tinha feito muita bagunça e que convidei gente ao extremo. Foram apenas quinze pessoas!
Depois disso, me cansei. A amo demais, mas mamãe nunca reconhece o meu esforço, e isso é uma das coisas que mais me deixa chateada.

Pego o frango que está descongelado assim como ela disse e começo a preparar.
É o prato preferido do meu pai, e ele vive dizendo que o meu fricassê é o melhor que existe. Eu não acredito, é claro. Afinal, Dave Scheidemann está sempre tentando me agradar e me fazer se sentir a filha mais amada do mundo, porque ele acha que a minha mãe não está cumprindo bem esse papel. Ele não está errado.

Quando termino a receita, mamãe já terminou de limpar o chão e está sentada no sofá olhando uma revista de moda.
Eu a chamo para comer.

— Mãe, está pronto — grito, e em poucos segundos ela se encontra na cozinha e coloca a comida em seu prato.

— Obrigada, querida. Tem pouco queijo, mas está bom. Fico chateada que você nunca cozinha para mim, mas quando seu pai está aqui você vira a própria gastrônoma. — ela reclama, enchendo o garfo ao mesmo tempo.

— Há um bom motivo para eu não cozinha para a senhora, mas apesar disso, quando quiser, farei aquele brownie de chocolate branco que você ama. — A mimo. Confesso que amo cozinhar, mas raramente tenho tempo de faze-lo.

— Irei cobrar. Só não lhe peço para fazer hoje porque tenho compromisso. — ela fala com um tom de voz alegre. Mamãe pode ser muito legal quando quer.

— Ah, é? E que compromisso é esse?

— O Jhon me convidou para sair novamente. Ele é tão doce! — Mamãe sorri ao falar do cara do Tinder.

Fico tão feliz em vê-la se relacionando novamente e deixando todo o orgulho para trás.

Nós comemos e conversamos durante o almoço, e em seguida eu subi para fazer meu treino, assim como ela mandou.

Forte como o Sol [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora