Capítulo 17

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         Acordo com a voz da minha mãe brigando com alguém no telefone, provavelmente com uma pessoa do trabalho.
Levanto da cama preguiçosamente e vou ao banheiro.
Quando termino, desço as escadas e encontro minha mãe completamente enfurecida na sala de estar.

— Bom dia. Aconteceu algo? — Pergunto, preocupada.

— Um novo estagiário está dando trabalho. Odeio ter que ficar encarregada em ajuda-los. — Ela desabafa, digitando algo no celular apressadamente sem olhar para mim.

Eu respiro fundo sem saber o que dizer e vou para cozinha preparar uma panqueca de bananas para comer.

Me sento na mesa da cozinha e olho meu celular enquanto como.
Max me enviou mais uma mensagem para perguntar se eu realmente ia sair com ele hoje, mas eu não respondi.
A verdade é que pensei muito ontem a noite, e percebi que ele sempre tem o que quer relacionado a mim. Ele me chama e eu vou. Sempre. Bem, não hoje.
Ele foi rude comigo ontem, e não quero que ache que só porque me deu um beijo carinhoso na bochecha que esqueci o que aconteceu. Max me deve explicação de muitas coisas, e estou exausta e frustrada por não ter respostas.
Espero que ele entenda que não vou sair com ele hoje.
Irei ficar em casa e comer salada de frutas enquanto leio um livro, assisto Friends ou falo com Callum ou April pelo Skype. Simples. Nada de Max.

Assim que termino a panqueca, lavo o prato e dou um beijo em minha mãe, pois ela diz que precisa ir para o trabalho resolver o assunto do estagiário.

Subo para meu quarto e começo a ler um clássico inglês. O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brontë. Heathcliff e Catherine são um casal complicado, e acho que isso é o motivo por eu estar tão presa no romance.

Se minha mãe não chegar a tempo, terei que fazer o almoço mais tarde. Então separo um macarrão para não precisar se apressar depois.

★★★

Depois de comer o almoço totalmente sozinha, vou para sala assistir qualquer seriado que esteja passando na televisão. Estou completamente entediada.
Já li o livro até a metade e dancei um pouco para aquecer.
Agora estou passando todos os canais a procura de algo engraçado para me tirar do tédio.

A campainha toca, me fazendo sair de meu devaneio.
Reviro os olhos e levanto do sofá para atender a porta. Quem estaria me visitando ao meio dia em pleno sábado?
Olho pelo olho mágico, me arrependendo bruscamente de ter feito isso.
Céus, por quê?

Respiro fundo e abro a porta com ferocidade, dando de cara com um garoto de olhos prateados me encarando.

— Que diabos está fazendo aqui? — Pergunto, com o cenho franzido.

— Combinamos de sair ontem, lembra? — Ele pergunta, confuso.

Dou um suspiro exagerado. Para mim estava claro que a resposta que dei é não. É isso que todos pensam quando a mensagem não é respondida, certo?

— Max, não combinamos nada. Não respondi a sua mensagem, o que significa que disse não desde o início.

— Mas por quê? Você disse que ia pensar ontem a noite. — Ele responde e passa a mão no cabelo para tirá-lo da testa.

— Porque você não me dá respostas de nada e estou cansada de só poder estar com você na hora que quiser.

— Ah, Sophia. Vamos lá, vai ser só um almoço. Por favor.

— Olha só, está mudando de assunto. Como você sempre faz. As coisas não são sempre do seu jeito, Max. — Digo, com certa ignorância.

— Então tá. Não vou obrigar você a nada. Estou farto de seus espetáculos.

Forte como o Sol [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora