Capítulo 30

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         Quinta-feira, três e meia da tarde.
As aulas do dia finalmente terminaram, e estou caminhando com April e Lola até o portão. Elas estão discutindo sobre a pizza do almoço, que para uma estava sem recheio, e para outra, com recheio demais. Decidi que não ia participar da conversa. Estou submersa em meus pensamentos.

Depois que deixei Max sozinho na areia e fui correndo para casa de praia, não trocamos muitas palavras. Dormi minha última noite no quarto sozinha e pedi pra ir embora com April e Pierre. Ele tentou falar comigo quando chegou, tentando entender porque eu estava tão abatida. Eu contei a verdade, e mesmo assim ele não quis me falar o motivo. Apenas disse: "Não tenho tempo pra isso" e se virou de costas, me deixando petrificada no meio do quarto, com lágrimas formadas em meus olhos. Não foi fácil. Depois de todos os acontecimentos do dia anterior, as coisas terem ido por água a baixo me deixou completamente desolada.

E então, quando cheguei em casa, não vi nenhuma mensagem dele em meu celular, e sequer mandei. Estamos a uma semana sem se falar. Mas irei acabar com isso hoje.

Pensei muito todos esses dias longe de Max, e pude ter certeza de meus sentimentos. Eu o amo. Sei disso porquê juntei vários fatos.
Primeiro, quando senti que meu coração tinha se quebrado quando Will me ligou dizendo que ele estava bêbado e machucado. Senti uma necessidade absurda de vê-lo bem e feliz. Em seguida, as brigas. Eu não teria insistido tanto nele se não o amasse. Não sou a do tipo apegada as pessoas. Também teve o dia do lago, em que ele me beijou pela primeira vez. E depois veio a noite na casa de praia. Aquilo só fortaleceu mais tudo que estou sentindo. Como se fosse a última peça necessário para finalizar o quebra cabeça. E, é claro, não é apenas isso. Todas as pequenas coisas. Passadas em lanchonetes, banhos de piscina, almoços em seu apartamento ou simplesmente a sua forma de falar.

Eu me apaixonei pelo som de sua voz, pelo seu cheiro de menta, por seus olhos prateados e por cada detalhe de seu ser, e eu não consigo evitar esse sentimento.

April me tira de meu devaneio quando já estamos do lado de fora da escola.

— Sophia? — ela passa a mão em frente ao meu rosto. — Está tudo bem?

Eu confirmo com a cabeça, mesmo não sendo verdade. Irei direto daqui pra casa dele. Preciso lhe dizer meus sentimentos, se não irei me asfixiar.

— Eu preciso ir. Agora. Vejo vocês depois — digo para minhas amigas, que me encaram com preocupação.

Percebo que Lola quer dizer alguma coisa, mas saio andando antes que as palavras saiam de sua boca.

Caminho o mais rápido que posso. Estou com medo. Não, na verdade é muito mais que isso. Estou apavorada.
A forma que ele irá reagir as três palavras está me deixando ansiosa. Max é extremamente imprevisível. Talvez sorria, me abrace e diga que me ama de volta. Mas, também tem a possibilidade de ele simplesmente ignorar e me mandar embora de seu apartamento.
Ninguém consegue entender como me sinto no momento. Tentei conversar com a minha mãe antes de vim pra escola, mas ela não deu muita bola. A verdade é que nem eu mesma entendo.

Nunca tive esse sentimento por ninguém antes. Nunca tive essa vontade avassaladora e ardente de manter alguém por perto, não importa as consequências e de simplesmente não poder imaginar a possibilidade de a perder.

Me perguntei durante os dias que ficamos sem contato se isso era realmente verdadeiro, até porque, se nunca amei, como saberia se o sentimento é mesmo verdadeiro?
Mas então, lembrei de tudo o que passamos. Lembrei dos nossos melhores e piores momentos, e simplesmente entendi que é isso, e não há nenhuma forma de mudar.
Não importa o que acontecer durante minha vida, se Max estará ou não nela, saberei que esse garoto de olhos prateados e cabelos castanhos foi o meu primeiro amor, e irei me lembrar de quão agonizante e incrível foi esse sentimento.

Forte como o Sol [✓]Onde histórias criam vida. Descubra agora