No carro, agradeci Max por ele ter aberto a porta pra mim em meio aquela confusão. Eu estava em total desespero, e imaginar que ele não estava na casa só me deixou mais afobada.
— Não precisa me agradecer, loirinha. Eu fiz o que deveria ser feito, e estou feliz que você está bem. — Ele fala enquanto dirige, atento no trânsito.
Eu sorrio, mesmo sabendo que ele não pode ver.
Preciso aproveitar esses minutos no carro com ele, pois assim que entrar na academia de balé, minha mãe fará questão de brigar comigo e dizer o quanto eu a decepciono.— Por que está tensa? — Max pergunta.
— Estou pensando na minha mãe e na minha dança. Era pra eu estar no balé a cinco minutos atrás. Minha professora preza muito a pontualidade. Tenho certeza que minha mãe está uma fera comigo. — Desabafo.
— É só dizer para ela que não quer mais fazer balé. Não é tão complicado, ou é?
— As possibilidades de eu conseguir fazer isso não são impossíveis, mas também pouco prováveis. — Respondo.
— Mas está tudo bem. Já vi você dançar e sei o quanto é boa. Você vai conseguir acalma-la.
— Para acalma-la eu preciso me acalmar, e estou tendo pequenos surtos psicologicos no momento.
Max ri.
— Relaxa. Vou acelerar para conseguimos chegar mais rápido. — Ele diz. Eu concordo com a cabeça, o incentivando.
Seu Mustang já é rápido normalmente, então mal consigo imaginar a intensidade que será quando ele acelerar.
Arregalo os olhos quando ele da uma curva. Felizmente nunca ando sem cinto de segurança, se não cairia, certamente.
Para tentar me confortar, Max faz menção de tocar a minha mão.
Me assusto com o toque e me afasto por puro reflexo, o deixando totalmente confuso.Mas que diabos, Sophia, é só o Max!
— Está tudo bem? — Ele pergunta, e parece preocupado.
Concordo com a cabeça, e tento segurar em sua mão novamente, com um pouco de cautela.
Ele da um sorriso de lado quando nossas mãos finalmente se juntam.
— Por que se afastou na primeira vez? — Questiona.
— Não é nada. — Falo, sem querer o preocupar novamente.
Ele apenas balança a cabeça e franze o cenho, não acreditando muito em minha declaração.
Nós seguimos o caminho em silêncio, e solto um suspiro frustrado quando ele para em frente a academia de balé.
— Quer que eu entre com você? — Max pergunta e eu nego com a cabeça.
Mamãe já está furiosa por eu ter me atrasado, e quando souber com quem eu estava, vai ficar pior ainda. Melhor precaver essa confusão.
Eu me despeço de Max e agradeço pela carona, saindo do carro em seguida. Entro correndo no lugar e a recepcionista faz uma cara de "se prepare" quando me vê entrar.
Minha mãe está sentada em uma pequena poltrona ao lado da sala em que costumo ensaiar, com uma bolsa que provavelmente está a minha roupa.
Me aproximo dela que está batendo no pé com impaciência e com uma expressão de desgosto.— Mamãe, me desculpe... eu...
— Nem comece. Quando chegar em casa nós conversamos. — Ela me para, e eu respiro fundo, tentando segurar o choro. Sou muito sentimental quando o assunto é decepcionar minha mãe.
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Forte como o Sol [✓]
RomanceSophia Scheidemann nunca foi uma garota que chama a atenção de todo mundo, que frequenta festas e que está sempre namorando. Na verdade, ela só se destaca por conta do seu grande amor pela escrita e por conta do balé clássico, que é obrigada a faze...