Sequestro Relâmpago - Harlivy

3.2 - JUNTAS

xX Esse capítulo de hoje é especial. Como vocês sabem hoje é o último dia do mês do orgulho, então eu queria fazer uma dedicatória especial. Esse capítulo é para aqueles que já sofreram e enfrentaram preconceito, para os que deram a volta por cima, para todos que continuam lutando contra ele (saibam que não estão sozinhos(as)), mas, principalmente é para todos que a todos aqueles que se assumiram nesse mês em específico mesmo depois de todas as adversidades que esse ano teve. Saibam que somos fortes juntos, que eu não vou parar de escrever para vocês, por vocês, por nós. Espero que nossa comunidade só cresça e o amor a si mesmo e a ou outro prevaleçam acima de quaisquer formas de julgamento existentes. Aonde quer que você esteja lendo isso agora, se você é assumido ou não, eu envio muita paz, amor e energias positivas. Muito boa leitura <3 Xx

              Dia 14

HERA

Seus olhos me fitaram receosos assim que entramos no carro, ela parecia ter se acalmado mais embora seus olhos continuassem vermelhos. Ambas concordamos que eu quem iria dirigir dessa vez.

Em um gesto involuntário, peguei sua mão e entrelacei a minha, carinhosamente, nós duas olhamos o ato por um tempo, até eu quebrar o silêncio.

- Você sabe que eu confio em você, não sabe? - indaguei num tom suave. Ela me mirou com suas safiras e esboçou um sorriso breve, que logo foi desfeito.

- Não entendo... era para você me odiar, não me ajudar - ela desviou o olhar.

Coloquei uma de suas mechas de cabelo atrás da orelha e levantei seu queixo de leve, fazendo-a fitar-me de novo. Ela sobressaltou os olhos em surpresa. 

Meus olhos seguiram fitando seu rosto, tão bonito quanto uma obra de arte, a boca, os olhos. Olhando-a de perto ela fica ainda mais linda, tão irresistível, e naquele momento ela estava tão vulnerável que minha vontade era apenas agarrá-la em meus braços e fugir dali. 

Sei muito bem que o ser humano que ela é e o coração que ela tem, ela está tentando se redimir com o mundo e ela tem meu respeito e minha admiração por isso. Olhando-a agora, nunca desejei tanto a felicidade de alguém.

Nunca desejei tanto ser a felicidade de alguém.

- Somos amigas agora - sussurrei olhando-a de volta, levantando a mão para acariciar as maçãs de seu rosto pálido - somos uma dupla, lembra? - ela assentiu de leve.

O clima hipnotizante entre nós era tudo que havia ali dentro daquele carro enquanto eu ponderava seriamente beijá-la naquele exato momento. E mesmo não sendo apropriado ao "relacionamento" que estávamos tendo... eu o fiz. 

Por quê? Porque sim.

Segurei seu rosto com as duas mãos, acariciando suas bochechas com carinho, ao mesmo tempo em que sugava seu lábio inferior. Não era um beijo voraz ou forte, era calmo e suave, um simples roçar de lábios que ainda assim despertava-me uma sensação estranha no estômago.

E eu me entregava a tudo aquilo de cabeça sem sequer olhar para trás. Sem sequer negar mais o que eu estava sentindo por ela, querendo ou não, eu estava presa a ela. Não sabia muito bem o que eu iria fazer depois que toda essa situação acabasse, uma coisa de cada vez, mas eu sabia muito bem que eu não queria parar de vê-la. Que eu a desejava mais do que minha sanidade permitia.