HARLEYXinguei-me mentalmente por não ter destruído o rastreador no chip do meu celular. Eu sabia que ele iria usá-lo para me achar caso eu não estivesse presente na hora dada. De qualquer forma, se eu o destruísse ele me mataria antes ou me acharia antes do combinado. Talvez eu o atrasasse ele, se tivesse o feito. Revirei os olhos, tarde demais.
Minha mente trabalhava arduamente numa forma de escapar daquela situação tão desconfortável. O que era mais angustiante é que eu tinha vida nas mãos... Isso nunca foi estressante pra mim antes, eu estava acostumada a lidar com pessoas podres. Suas mortes para mim eram como uma punição. Mas com inocentes...
Não que eu nunca tivesse matado inocentes. Na verdade, para ser sincera agora que parei pra pensar nisso não me lembro de sangue inocente em minhas mãos e sim nas mãos do Coringa, que não conseguia fazer seus planos sem um jeito totalmente espalhafatoso.
Ao contrário dele, eu sempre calculava meus passos.
Bom, parece que não calculei direito essas últimas vinte horas. Eu até estaria com a consciência tranquila já que o tempo que ele havia me dado era uma merda mesmo pra conseguir trinta mil em dinheiro vivo. Porém, havia alguém dependendo de mim.
Como convencer ele que lhe daria o dinheiro? Que precisaria de mais tempo? Como o convenceria a deixar-nos ir.
Escutei os portões sendo abertos ligeiramente pra nós. Quando o carro parou de se locomover julguei que havíamos chegado. Mãos grossas jogaram-me para fora do carro arrancando o saco da minha cabeça e tirando minhas algemas. A mesma coisa foi feita com Pamela.
Massageei os pulsos, estavam vermelhos com a marca das algemas apertadas. Com certeza ficaria roxo no dia seguinte, revirei os olhos. Olhei ao redor e estávamos no esconderijo do Comando do Coringa.
Era o alto de uma ladeira não tão íngreme assim, como a estrada que era fechada, ninguém entrava ali sem ser da máfia, nem mesmo a polícia. Havia algumas casas ao lado direito que eram onde seus "seguranças" moravam, os capangas. Eram mais barracos do que casas...
Ao lado esquerdo havia uma espécie de pátio perpendicular, não inclinado onde ficava o comércio: barraquinhas de bijuterias baratas, coisas roubadas e celulares descartáveis e também barzinhos. No fim do morro, ficava a casa do Joker. Uma mansão se comparada as outras.
Logo fomos cercadas por vários bandidos com fuzis de assalto e pistolas erguidas em nossa direção. A nossa frente estava ele, o imbecil do Joker. Sentado em uma poltrona com seu sorriso asqueroso e cínico. O mestre das mentiras, o Diabo encarnado.
- Então, Harley, cadê a porra do dinheiro? - o shrek me perguntou - e quem é essa aí? - ele indagou empurrando o queixo na direção de Pamela.
- É uma parceira - menti, respondi seca, ela estava nessa por minha causa e iria tirar ela dessa - o dinheiro eu ainda estou para conseguir, tenho algo que vale muito - disse rápido puxando o pingente do bolso e mostrando-o. Ele semicerrou os olhos - é diamante puro, mas posso conseguir mais se me der mais tempo - ele riu e encarei ele séria.
- Tu tá de brincadeira, vagabunda?
Ele gritou com a arma na minha direção. Mantive-me em silêncio, depois ele apontou para Pamela. Em um longo passo, fiquei em sua frente sem hesitar.
- Cadê a porra da grana? - ele se levantou irritado e veio até nós rapidamente.
Colocou a arma em minha cabeça e destravou aproximando o rosto do meu sem desviar o olhar do meu. Seus olhos estavam arregalados, escuros e repletos de ira, a mandíbula cravada com um largo sorriso de deboche... um completo psicopata. Eu já não me assustava mais.
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Sequestro Relâmpago - Harlivy
Fiksi PenggemarEM REVISÃO! O que você faria se devesse trinta mil dólares ao maior gângster da cidade e precisasse entregar o dinheiro em menos de 24 horas? Essa a situação da Harley, antiga dona do morro. Agora, ela procura sua emancipação do ex namorado e atu...