- Roberta, preciso que você faça um serviço
- Ocupada - Eu respondi sem desgrudar a tela do computador, estava muito perto de conseguir invadir o sistema de segurança de um banco. Grana preta
- É importante. Tem um cara na nossa cola, na sua também - Mordi o lábio, odeio isso
- Você tem minha atenção
- Tem um cara seguindo a mim e a você. Ele quer a informação que nós temos sobre essa operação e ele quer os seus serviços. Ele vai atrás dos nosso pontos fracos para conseguir - eu trinquei os dentes. Poncho não sabia nada sobre minha vida, ninguem sabia. E não ia arriscar Anahí
- Eu consegui ver o que ele andou procurando mas não mais que isso. Tenho um IP, precisamos pegá-lo antes que ele nos pegue - eu desliguei, ele sabia que era assim
Trabalhei por dias nisso. Não era raro que isso acontecesse e sempre me deixava tensa e estressada. Eu vivia sempre na corda bamba. Consegui identificar a pessoa, ele era bom. Mas eu era melhor.
Eu e poncho conseguimos seu endereço e burlei o sistema de segurança. Foi dificil mas nada desafiador. Assim que ele entrou em casa o esperávamos na sala. Eu sentada comendo minha maçã.
- Andou me procurando, Joaquim? - eu sorri pra ele, dando uma mordida em minha maçã
Ele arregalou os olhos, vasculhando o apartamento
- Você tem armas legais - arqueei uma sobrancelha - Eu gostei dos presentes
- O que faz aqui? - ele se aproximou - Quem é você?
- Para criminoso, você é um ótimo pai de família - ele arregalou os olhos - Ana mandou lembranças, ela me mostrou as crianças. Uma graça - ela sorriu de canto
- Não se meta com a minha família - ele trincou os dentes - Se algo acontecer eles vão vir atrás de você
- Eles quem? - eu ri sarcastica - Um aviso foi suficiente para todos saírem correndo, você precisa aprender a esconder melhor
- Tudo pronto -Poncho saiu da cozinha - Quando você quiser - Joaquim o olhou em Pânico
- Vou te contar um segredo - me aproximei sussurrando - Seus filhos vão ficar bem, você vai deixar muito dinheiro pra eles - Poncho, agora! - Poncho cobriu sua boca com um pano úmido o apagando.
- Vou apagar tudo e levá-lo pra cozinha - assenti
Um incendio começou na cozinha, era isso. Sem rastro. Dulce não gostava de matar mas já havia aprendido que fazia parte. Joaquim era um péssimo pai e Ana vivia amedrontada. Dulce não sofreu dessa vez. Seus filhos estavam melhor sem ele.
- Você em ação é um talento Roberta - Poncho mordeu minha orelha enquanto esperava o sinal abrir.
- Pra onde estamos indo? - eu já sabia a resposta
- Para o meu apartamento, hoje você é minha - ele me beijou com posse e voltou a dirigir.
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- Sinto muito senhor Uckermann, não tem nenhum registro de alguém com esse nome . - suspirei frustrado
Tentei todos os orfanatos, redes sociais, polícia. Dulce desapareceu sem qualquer rastro. Inclusive os documentos que estavam no orfanato desapareceram. Parecia que ela não existia.
Eu estava atrasado para o trabalho. Eu andava tão cansado me dividindo entre a faculdade, trabalho e procurar por Dulce. Todos os meus amigos falavam que eu estava obcecado. Eu acho que estava mesmo.
Eu fazia administração a noite em uma faculdade pública. O que me dava dinheiro suficiente para alugar um lugar simples. Eu estava cumprindo o que tinha sonhado com Dulce, mas faltava ela.
Faz dois anos que intensifiquei minha busca por Dulce. Fazem dois anos que Leon sofreu várias denuncias anonimas e vídeos dele assediando órfãs. Dulce não foi a única, sentia que Dul tinha algo a ver com aquelas denuncias anonimas. Mas isso não importava, a questão é que não havia acreditado nela. Nem sabia se estava viva, mas sentia que sim e não ia desistir de procurá-la.
Eu queria pedir perdão a ela. Implorar se fosse preciso, crescemos juntos e ela sempre foi parte de mim. E o que eu fiz à ela é uma cicatriz que nunca fechou. A justiça foi lenta no processo de Leon, ele recorreu o quanto pode. E o dia do julgamento era hoje. Sem mais chance de recorrer.
Eu estava lá. Eu sentia que tinha que estar por Dulce. Para que ele pagasse pelo que fez à ela de alguma forma. Enquanto escutava a sentença uma pessoa ao fundo me chamou atenção, ela deu um sorriso enquanto ouvia a sentença. Ela sentiu o meu olhar e me olhou de volta. E na hora eu soube quem era, era Dulce. Eu reconheceria aqueles olhos em qualquer lugar. Ela arregalou os olhos e muitas pessoas começaram a passar na frente, atrapalhando meu campo de visão. O julgamento chegou ao fim, eu corri atrás dela. Mas ela já não estava mais lá, desapareceu como um fantasma e eu praguejei frustrado
- Era ela! Era ela - ela estava viva e na cidade. Ele não iria desistir
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Dulce entrou no carro e saiu dali o mais rápido que pode. Não contava com Christopher ali.
- Sou uma idiota! - eu esmurrava o volante - Isso que dá demonstrar fraqueza e ir ver o julgamento desse filho da puta.
Mas ela não poderia não estar lá. Ela arquitetou tudo e pagou o melhor advogado que o dinheiro poderia comprar para as vítimas. Não descansaria enquanto não pudesse vê-lo preso, a morte seria uma saída muito fácil para Leon
- Valeu a pena - deu um sorriso
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Criminosa
FanfictionDesde que Dulce fugiu do orfanato, ela desapareceu como fumaça. Por mais que Christopher a procurasse não havia nenhuma pista dela. Estava determinado a pedi-la perdão mas talvez fosse tarde demais. Dulce saiu do orfanato e jurou a si mesma que não...