23 - Hospital

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Acabou minhas provas. Agora vamos de post e capitulo bombaa.


Anahí POV

Eu estava dormindo naquele sofá por alguns dias. Me revezava entre o trabalho e o hospital. Dulce vinha me ajudando nesse meio tempo mas eu sabia que ela queria passar o máximo de tempo possível com Christopher. Eles dois haviam decidido se conhecerem denovo e apesar de Dulce continuar envolvida com a gangue podia ver nos olhos da amiga que ela tinha recuperado a esperança de conseguir ter uma vida diferente da que ela tinha nos últimos anos. Dulce sempre teve esperança que eu tivesse uma vida melhor porém ela havia perdido a fé nela mesma e era como se tivesse aceitado que seu destino estivesse traçado e só restava se conformar. Nunca estive de acordo com isso mas era impossível convencer Dul do contrário, teimosia era a marca registrada daquela garota.

Essas mudanças da Dulce a faziam pensar se talvez existisse alguma esperança pra Poncho, será que ele queria sair dessa vida assim como Dulce? Eu não tinha certeza nem se o tinha perdoado ainda, ele a machucou deliberadamente e ela nem sabia se algo do que ele havia dito a ela fosse verdade. Estou confusa se me apaixonei por Poncho ou pela idéia que tinha dele, será que quando o conhecesse de fato o amaria? Será que ele não mentiria pra ela outra vez? Ainda tentava enxergar se algo durante o tempo que estiveram juntos foi de fato sincero. Repensava uma e outra vez cada encontro e cada palavra dita por ele, aquilo a machucava mais do que gostaria de admitir. Sabia que por mais que tentasse a única pessoa que teria as respostas era Poncho. Estava tão insegura sobre as próprias decisões que não se sentia preparada para encarar aquela conversa.

Poncho estava se recuperando mas ainda não havia acordado. Segundo os médicos ele deveria acordar hoje e eu continuava em uma batalha interna entre ir ou ficar para vê-lo acordar.

- Essa conversa é inevitável Any - Dulce me falou como se lê-se minha mente, ela havia entrado no quarto sem que eu percebesse, na mão segurava um copo de café que prontamente me ofereceu. - Não fuja dessa situação, você vai ficar pra sempre atormentada com todas essas perguntas sem resposta

- Eu sinceramente não sei se estou preparada para ouvir a verdade - abaixei a cabeça e Dul segurou a minha mão

- Nós nunca estamos preparados e nunca vamos estar Any. Mas é melhor você ter uma resposta para todos os seus questionamentos do que viver angustiada como você tem vivido. E se ele a magoar eu faço ele entrar em coma outra vez

- Eu já estava achando você fofa demais - dei um sorrisinho - Quando você vai parar de ser super protetora comigo?

- Quando as pessoas pararem de te machucar - ela me abraçou de lado e ficamos assim enquanto eu tomava o café

- Anahí... - eu ouvi uma voz fraca e rouca que conhecia bem. Levantei meus olhos e logo encontrei os dele. Ficamos presos no olhar um do outro e eu não sabia o que fazer. - Água...

- Vou chamar o médico - ouvi Dulce dizer e logo se levantar

- Onde estou? - me aproximei da cama com um copo de água e o ajudei a tomar. Pude ver seus olhos me olhando em completa confusão

- Você esta em uma clínica há uns dias - expliquei, falei o mais calma que pude. Meu coração estava acelerado e não queria que o meu nervosismo se fizesse evidente - Você vai ficar bem, está se recuperando super bem - dei um sorriso fraco, incapaz de falar mais. Eu tinha uma vontade imensa de sair correndo ou encontrar alguma maneira de adiar aquele momento o máximo possível.

- Você ficou o tempo todo comigo Any? - eu apenas assenti com a cabeça, ainda lutava para que as lágrimas não saissem - Isso é bom...

- Senhor Alfonso Herrera - ouvi a voz do médico e me afastei - Fico muito feliz que tenha acordado, precisamos fazer alguns exames para saber como você esta - o médico me olhou e me afastei indo para a porta.

- Any, você vai embora? - ele me olhava angustiado e esse lado de Poncho era novo pra mim, não conseguiria deixa-lo sozinho naquele estado

- Vou ficar aqui fora esperando, volto logo - Poncho ficou visivelmente mais aliviado e senti Dulce tocar meu ombro e me arrastar pra fora do quarto.

- Interessante - escutei Dulce murmurar

- O que? - estava completamente perdida no meu dilema pessoal e provavelmente não tinha escutado o que ela havia dito

- Quando uma pessoa esta apaixonada ela fica com essa cara de idiota? Ou é só vocês mesmo?

- Você deveria tirar uma self toda vez que fala do Christopher, patetica - recebi um soco no ombro - Isso dói Dulce, você é uma bruta com mão pesada não esqueça disso

- Você não me respeita mesmo assim - ela deu uma risada e eu não consegui não sorrir - Meu grande esforço e sacrificio funcionou. Você deu um sorriso

- Dulce você não precisa me bater pra isso - revirei os olhos

- Os fins justificam os meios - eu ia responder mas vi o médico saindo do quarto e me aproximei

- Como ele está? - nem tentei disfarçar a ansiedade dessa vez, a vontade de saber a resposta era mais urgente

- Ele esta bem, só precisa continuar tomando os remedios e os cuidados que já estavamos tendo e logo receberá alta. Você pode vê-lo se quiser 

Dulce só assentiu pra mim e eu entrei sozinha no quarto. Nossos olhos se encontraram mais uma vez e me aproximei da sua cama ainda em silêncio. Estava nervosa demais pra dizer qualquer coisa.

- Estou feliz que você esta aqui - ele deu um sorriso fraco e segurou a minha mão

- Eu não te perdoei Alfonso. Mas não iria te deixar aqui sozinho

- Você não faria isso se não sentisse nada por mim

- Eu nunca disse que não sentia, mas amar uma pessoa não significa não estar magoada e ferida por ter sido enganada por ela. Justamente por gostar tanto de você que tudo isso doeu mais do que qualquer coisa. Eu tenho medo de confiar nas pessoas e eu me arrisquei confiando em você e a sua traição doeu mais do que qualquer outra - eu respirava cada vez mais rápido, jogando as palavras todas de uma vez sem pensar muito no que havia dito.

- Quer dizer que você me ama? - ele deu um sorriso e eu fechei os olhos sem acreditar no que havia deixado escapar - Eu também amo você Anahí - seu sorriso se desfez e ele me olhava intensamente - Não há nada que eu possa fazer para apagar toda a dor que eu causei em você, quero que saiba que me arrependo mas no meio do caminho foi impossível não me apaixonar por você. E eu não consegui me afastar mais, queria estar cada vez mais perto e a idéia inicial já não importava pra mim. Sei que é dificil para você acreditar em mim mas eu me perdi no seu olhar há muito tempo Any, eu estou preso à você e não quero abrir mão da primeira pessoa que eu amo de verdade. 

- Eu ainda não tenho uma resposta pra dar a você - respirei fundo - Preciso de tempo, eu não estou pronta pra passar por cima de tudo que aconteceu. Não ainda

- Eu entendo - seus olhos refletiam o quanto estava ferido, eu estava destruída por ter provocado isso mas não poderia ser diferente - Mas preciso que diga algo a Dulce, é importante - aquilo me colocou em alerta imediatamente - A gangue que me deu ordens para impedi-la de sair. Eles não vou deixa-la ir Any, não com vida. Eles estão só ganhando tempo para que eu descobrisse algo sobre ela, eles não sabem de você. Ela é valiosa demais pra eles e ela sabe demais - ele respirou fundo - eles falaram que só me dariam a liberdade se eu descobrisse algo para obriga-la a continuar na gangue ou a matasse.

Eu não conseguia respirar. Todos os planos e esperanças da Dulce eram mentira, eles a estavam enganando e caso ela tentasse fugir eles a caçariam.

CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora