27 - Finais felizes existem? (Último Capítulo P.1)

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Dois Anos Depois

Fechei os olhos para sentir a brisa do mar em meu rosto. Nunca vou me cansar dessa sensação. Dois meses depois do que aconteceu eu me mudei para uma cidade menor no litoral. Era próxima de uma cidade grande mas ainda proporcionava a vida calma e tranquila de interior. Havia encontrado um novo emprego e tinha uma vida confortável. Longe de ser rico mas minha realidade estava distante da que um dia já vivi no orfanato. Havia cumprido todos os sonhos que tinha feito com Dulce e isso me deixava em paz. 

Eu não sabia que mudar de cidade era o que eu precisava para recomeçar. Um lugar totalmente desconhecido onde ninguém o conhecia, poderia ser alguém totalmente novo, sem um passado. Anahí também havia se mudado, ela e Poncho haviam decidido tentar uma vida nova e compraram uma casa nova na cidade grande próxima a minha. Ela sempre diz que nunca conseguiria se acostumar com a vida de interior e Poncho não sabia dizer não pra ela. Ainda mais agora que ela estava grávida e com um humor diferente a cada dia, isso o deixava louco mas ele estava fascinado demais com a idéia de ser pai para reclamar. Pode se dizer que Any tinha plena consciencia do poder que tinha sobre ele e quase sentia pena de Poncho por isso. Nós havíamos nos aproximado muito nos últimos dois anos e podia entender perfeitamente porque Dulce a amava tanto, era impossível não gostar de Anahí.

Todos nós precisavamos desse recomeço e estávamos indo muito bem.

Olhei as ondas do mar se quebrando e aquilo me trouxe memórias de um tempo que parecia distante pra mim mas ainda fazia meu coração apertar quando lembrei de tudo que passei anos atrás.

------------------------ Flashback um --------------------

Cinco dias haviam se passado e eu não conseguia reagir desde a morte de Dulce. Ainda não havia lido a carta dela. Aquilo sería doloroso demais, não conseguia aceitar o fato de que ela não estaria mais aqui mas sentia que devia isso a ela, havia adiado isso tempo demais. 

Com as mãos ainda trêmulas abri a carta vendo a caligrafia perfeitamente desenhada que eu conhecia bem.

Christopher,

Desculpe fazer passá-lo por tudo isso mas acredite em mim era necessário. Antes de continuar a ler preciso que se certifique que não há ninguém com você e nem te vigiando. Feche todas as portas e janelas. É importante.

Fiquei totalmente confuso com aquelas palavras mas obedeci de forma automática.

Descobri há alguns dias que eles não vão me deixar ir embora, não importa o que eu fizer ou quanto pagar eles não vão dar a minha liberdade, meu amor. Eu não desisti de nós, eu precisei de um tempo para estar a frente deles e é isso que eu estou tentado fazer. Eu estou lutando por nós dois e eu preciso que confie em mim mais do que nunca. Eu prometi a você que ía fazer de tudo para ficarmos juntos. Eu preciso que faça um último sacrifício por mim, se você quiser.

Se ainda acredita em nós, deixe uma rosa branca no local que o Poncho disser e eu farei você saber onde me encontrar. Eu te esperarei no dia 15 de Setembro. No dia que você me pediu em namoro pela primeira vez. Vou entender se não receber uma resposta sua. Mas eu te amo e não esqueça disso.

Com Amor,

Sua Dulce

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------------------------ Flashback dois --------------------

Dulce María Pov

Na vida existem formas diferentes de olhar uma situação dificil. Podemos aceitar e lamentar o que aconteceu, podemos esperar que o príncipe encantada nos salve ou podemos ser o nossso próprio salvador. Eu sempre escolhi a última opção. Os criminosos sempre falham quando se sentem mais inteligentes que os outros. Eu havia falhado quando não imaginei que Poncho pudesse me rastrear aquele dia mas desde então eu tinha aprendido a fazer o jogo contrário. Vender a idéia de que estava um passo atrás faz o seu adversário ganhar confiança e enfraquecer e foi exatamente isso que aconteceu.

CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora