10 - Preço pela Liberdade

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Eu estava vivendo uma vida de casal com Christopher nos últimos 3 dias. Ele cuidava de mim e tentava me agradar em tudo. Me sentia bem com ele mas sempre tinha um fantasma na minha cabeça me dizendo que aquilo não era real e que eu o estava iludindo. Me apertava o coração ver a mistura de ansiedade e alivio q ele sentia toda vez que abria a porta. Eu sabia que ele tinha medo de que eu não estivesse mais lá.

Estava na hora de ir embora, voltar para a minha realidade e parar de usar as roupas de Christopher.

- Você decidiu mesmo ir embora?

- Você sabe que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Não posso continuar me escondendo e fingindo que nada esta acontecendo ao meu redor - acariciei seu rosto - Obrigada por tudo de verdade

- Você tem certeza que quer voltar pra sua vida Dul - eu respirei fundo

- Eu tenho certeza que eu vou pensar sobre isso e que por agora eu não posso sair - o beijei de leve - ainda Ucker

- Isso já é alguma coisa

- É sim - o beijei calmamente, queria aproveitar meus últimos minutos com ele - Eu amo você e acho que consigo perdoar você de verdade

O sorriso que estava em seu rosto era tão sincero e meu coração acelera só de ver uma e outra vez o quanto ele me queria

- Eu vou te esperar Dul - ele me deu um selinho e encostou a testa na minha - A gente vai ficar junto de novo e desse vez será pra sempre

- Eu vou sumir por um tempo mas eu vou vir te ver e eu vou estar bem prometo - e eu fui embora, deixando um pedaço do meu coração pra trás

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Já estava recuperada e de volta a ativa. Estava trabalhando com poncho em um novo golpe

- Poncho eu decidi que vou trabalhar em mais alguns roubos agora e vou comprar minha liberdade. Já falei com a gangue e eu vou pagar o preço pra sair

- Você o que? - ele me olhava chocado - Você é meu braço direito Roberta, não pode sair assim

- Posso e vou. Quero fazer outra coisa da minha vida

Ele se aproximou de mim irado e apertou meu braço

- Você não pode pular fora Roberta - falou entredentes - Eu não vou deixar

- Você não é ninguém pra deixar ou não Poncho - o enfrentei - Eu não estou te pedindo permissão

- Você acha que vou deixar minha mina de ouro escapar assim tão fácil? - ele segurou meu rosto - Você é minha Roberta

- Está avisado - o empurrei com tudo - Não me desafie Poncho, sou tão perigosa quanto você

Estava pegando as minhas coisas e Poncho permaneceu em silencio ate eu me aproximar da porta.

- Roberta - ele se aproximou de mim e eu continuei virada para a porta, uma mão segurando uma faca que tinha escondida na cintura - Eu não vou te machucar - ele tocou meu ombro e falou no meu ouvido - Mas isso é um ate logo e não um adeus - se afastou e eu fui embora

Fazia tempo que não via Any e eu estava  tensa demais pra ficar sozinha. Queria a companhia dela ainda que soubesse que ela estava chateada comigo. Assim que entrei no apartamento ela me olhou surpresa

- O que foi isso no seu braço - ela falou assim que tirei a jaqueta, eu nem lembrava mais disso

- Eu levei um tiro mas já estou bem melhor - ela ficou em silêncio e não disse nada mas eu sabia muito bem o que ela estava pensando - Any...

- Eu nem vou mais gastar meu vocabulário dizendo o óbvio Dulce

- Eu sei - suspirei e me sentei ao lado dela - Mas me escuta. Eu resolvi sair dessa vida. 

- Você ta falando sério? - ela me olhou emocionada - Quando você decidiu isso e por que?

Eu contei tudo que tinha me acontecido esses dias e ela me ouvia atenta

- Quer dizer que eu passo anos da minha vida te implorando pra sair e chega o Christopher em dias e consegue - bufou

- Não seja ciumenta. Alem do mais você só se formou agora - sorri pra ela, era como uma irmã mais nova

- Sem desculpas - mostrou a lingua - Mas e esses ultimos roubos, não são muito perigosos Dul?

- São muito - fui sincera - Mas é o preço que tenho que pagar pela minha liberdade e eu quero pagar

- Vai dar tudo certo - ela encostou em meu ombro bom - Mas estou com medo desse Poncho também Dulce, eu acho que ele gosta de voce... de forma obssessiva ate

- Eu vou ficar atenta e você não tem que se preocupar

- Espero que sim. Não o conheço mas pelas coisas que você fala ele me dá medo - suspirou - Enfim, o que você acha da gente pedir comida e assistir umas comédias romanticas

- A não Anahí! Terror por favor - ela me olhou horrorizada

- Nem pensar, eu tenho pesadelos e você sabe - revirei os olhos - Não tenho nenhum boy pra dormir abraçado comigo e você não serve

- Idiota - eu não consegui não rir dela

CriminosaOnde histórias criam vida. Descubra agora