Responsabilidades 책임

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   Hueningkai

Em uma manhã de sol depois de ter chovido a noite toda, eu conseguia ver os pequenos raios de sol invadindo a janela do meu quarto.  

Eu me encontrava em frente ao espelho penteando meus cabelos para o primeiro dia de aula no terceiro ano do ensino médio. Eu havia entrado em um novo cólegio, então não sabia como era o lugar, além de fotos que eu mesmo pesquisei no meio das férias.

Não seria tão ruim estar lá, porque meus amigos também estariam. Somos 5: Eu, Yeonjun, Soobin, Taehyun e Beomgyu. Nos conheçemos desde que eu tinha uns 7 anos, em um parque perto de casa, desde então, somos melhores amigos até hoje.

Estava preso em meus pensamentos até ouvir alguém bater na porta.

— Pode entrar — digo me virando de frente para a porta, vendo a figura do meu pai se revelando.

— Você está pronto? — papai era um homem bom, o único problema é que ele pega muito no meu pé.

— Sim, só preciso tomar café — sorri minimamente.

— Só que houve um problema... — sua expressão dizia que ele estava preocupado e não sabia por onde começar a dizer.

— O que aconteceu desta vez? — arqueio a sobrancelha e admito que uma certa preocupação tomou conta de mim.

— Você pode pedir um uber ou pegar carona com seus amigos só desta vez? Eu dei um dia de folga para o Chung- hee.

— Ele está sentindo bem? Aconteceu alguma coisa? — pergunto, preocupado.

— Notei que ele estava se sentindo muito preocupado em relação ao filho. Lembra que ele tinha nos dito que o filho estava em observação no hospital após algumas quedas de pressão?

— Lembro perfeitamente. — arrumo a posição da minha gravata — Espero que o filho dele se recupere, fora isso, vou falar com o Yeojun, acho que rola uma carona hoje.

— Perfeito! Sua mãe e eu estamos o esperando na mesa para tomarmos café. Não se atrase! — papai sai do quarto, deixando a porta encostada.

Sento na beira da cama e desbloqueio o celular, logo ligando para Yeojun.

— E aí, cara? — ele diz do outro lado da linha.

— E aí. Tudo certo?

— Suave, e contigo? Tá ansioso pra hoje? — meu amigo diz, deixando uma risadinha escapar.

— Tô bem, e não, não tô nervoso, deixo essa parte pra minha irmã.

— Tá querendo dizer que nervosismo é coisa de menininha? — ele pergunta, num tom de voz provocativo.

— Quase isso, mas ó, queria perguntar pra ti se você pode me dar uma carona hoje, meu motorista precisou tirar uma folga.

— Ué, vai de ônibus¹. — ele diz, simplista.

— Eu não tenho ônibus. — digo, sorrindo forçado.

Yeojun dá uma risada sincera do outro lado, o que me faz rir também.

— Mas é um filhinho de papai mesmo, viu. Vem cá, por que você não tirou carteira ainda, vey? Você é o único do grupo que não dirige e se orgulha disso?

— Sabe que eu nunca pensei? — mordo o lábio — Acho que eu nunca precisei, na verdade. Mas vou levar suas palavras em consideração e procurar uma autoescola.

— Demorô. Você tá pronto? Porque eu já tô de saída.

— Caramba, cê é rápido, hein? Vou comendo no seu carro então, prometo não sujar.

— Se você sujar o meu carro, você é quem vai me ajudar a lavar ele. — ele diz, me ameaçando. — Brincadeiras a parte, tô chegando aí, vê se agiliza.

Desligo o telefone e desço as escadas correndo.

— Bom dia, mãe. Oi mais uma vez, pai. — digo em velocidade 2x.

— Oh, bom dia, querido. Por que tanta pressa? — ela abre os braços para que eu abrace por trás.

— O Yeojun vai me dar carona — Dou um beijo em sua bochecha e me afasto para pegar o sanduíche. — Não vai dar tempo comer com vocês hoje, talvez no almoço?

— Isso é o que dá passar do horário — isso pai, esfrega na minha cara mesmo. — A sra. Kim o chamou três vezes para você poder despertar.

— Tá, tá. Eu já entendi que tô errado e que amanhã eu vou acordar mais cedo para isso não se repetir, tudo bem?

— Amor, você sempre promete isso — mamãe diz, rindo.

— Dessa vez eu juro que é verdade. — mordo o pão e escuto Yeojun buzinar do lado de fora. — Tô indo, tá? Bom apetite, amo vocês!

— Se cuida, filho. — ele diz antes de dar tampinhas em meu ombro.

Quando entro no carro, Yeojun abre o teto solar, fazendo o vento bagunçar nossos cabelos pela velocidade em que ele andava. Rimos e coloco uma playlist para animar nosso trajeto.

— Vem cá, essa é a playlist que te faz atrasar enquanto você passa seus um milhão de produtos pra essa pele aí ficar como uma porcelana? — pergunta, me zoando.

— Muito engraçado, viu? E não, essa não é a playlist. Você acha mesmo que eu perco tanto tempo selecionando as músicas para usar no momento certo a toa? — pergunto incrédulo. — E não é culpa minha que você não seja vaidoso. — toco na minha pele e sinto a maciez.

— Mas é um mauricinho mesmo. — ri.

Essa vai ser uma longa manhã, e com a presença dos meninos, vamos nos divertir muito nesse último primeiro dia de aula.

¹: faz referência à um áudio/meme do tiktok.

MIMADO | Hueningkai Onde histórias criam vida. Descubra agora