Jang-Mi
Quando é dada a largada da escola, guardo meu material na bolsa e vou para a frente da escola, encarando de longe um segurança de terno preto com o olhar fixo em mim. Suspiro, e quando dou um passo ao seu encontro, Eun grita meu nome, me fazendo virar para encara-lá acenando.
Correspondo com um sorriso, e entro dentro do carro. Não troco nenhuma palavra com o moço, e por segurança, mando a minha localização atual para papai, dizendo que explicaria o contexto assim que chegasse em casa. Não demoramos a chegar no lugar marcado pela srta. Nabi, e quando passo pela porta, a vejo com uma postura elegante e óculos e retirando os ósculos para me encarar.
O que me incomoda é quando vejo uma segunda pessoa sentada ao seu lado. Não fui informada de que teríamos acompanhantes, e quando me aproximo, vejo Jina curvando os olhos para me encarar, com um olhar vingativo e tomo um susto. Qual é a verdadeira invenção dessa conversa?
— Boa tarde. — falo, enquanto puxo uma cadeira para me juntar à mesa delas.
— Que bom que veio, Jang-Mi. Obrigada. — a mais velha fala, retocando seu batom, que parece ter sido feito exclusivamente para sua boca, de tão bom que ficava. Céus, deve ser tão caro.
— Não sabia que teríamos companhia. — digo, levantando o olhar para Jina.
— Acredito que você e minha nora já se conheceram por ironia do destino. — ela pega minimamente a pequena xícara com capuccino, levantando o mindinho, enquanto olha para Jina. Elas parecem ter a mesma energia, como se fossem mãe e filha.
— Infelizmente. — sussurra um pouco alto, de propósito, Jina.
— Por que mentiu para mim? — indaga a mulher, cinicamente.
— Não me lembro de ter mentido para a senhora, perdão. — por que pedi perdão, quando não tenho culpa de nada?
— Mentiu quando pedi que tomasse conta de Hueningkai para mim, mas você foi a principal causa da separação de Jina com ele, e no final aceitou tudo mesmo sabendo? — ela vomita as palavras sem pausa alguma, então aperto os olhos, apenas para ter a certeza de que estou acompanhado seus pensamentos.
— Acho que essa história não foi interpretada da forma correta...
— Como você tem como contestar quando fez coisas ilícitas com meu filho durante a viagem?
Não respondo de imediato, olhando para as faces da srta. Nabi e de Jina, e não entendo onde elas queriam chegar, até que Jina estende o celular para mim e mostra uma foto, na qual eu estou no colo de Kai, e estamos nos beijando, no ofurô.
Ela tirou essa foto?
Quando ela estava lá?Respiro fundo, não acreditando na capacidade de alguém usar isso contra alguém. É óbvio que ela não vai acreditar em mim, e com isso, fico nervosa ao pensar na possibilidade de Jina ter mostrado essa foto para mais alguém. E se a escola toda estiver sabendo disso?
— Eu não fiz o que vocês estão pensando. — nego com a cabeça.
— Ah não? E por que eu acreditaria em você?
— Não vou obrigar a senhora a acreditar em mim, mas se quiser, pode perguntar ao seu filho o que realmente aconteceu. Não fui informada que ele e a Jina voltaram, por isso ficamos juntos. Ele quem confessou gostar de mim, e eu só correspondi aos sentimentos. Iríamos avisar a senhora de alguma forma, mas estamos aqui e foi tomada conclusões precipitadas.
— Mas eu sempre disse para você que não era de acordo com o afastamento deles e faria de tudo para voltarem. São negócios que estão a frente disso, Jang-Mi. Não estamos brincando.
— Eu sei que a senhora preza muito pelo futuro do Kai, mas eu acho que deveria repensar um pouco sobre algumas atitudes. É ele quem deveria decidir se quem gosta e quando vai gostar. Ter um futuro decidido por outra pessoa não é uma experiência muito boa para um adolescente.
— Você não tem que achar nada. Se fosse mãe, concordaria comigo que alguns sacrifícios são feitos em prol de um bem maior e sinceramente, fico extremamente decepcionada com você e sua família, já que seu pai é um homem tão honesto no nosso trabalho.
— Me desculpe senhora, mas a partir do momento em que a senhora põe minha família no meio, não é convencional da sua parte, porque uma coisa não tem nada a ver com a outra, recebi uma educação excelente e muito especial da parte do meu pai, mesmo tendo ausência feminina na minha vida. Se quiser que eu me afaste do seu filho, farei. Mas não me culpe e nem o puna por me encontrar, afinal, estudamos na mesma sala e é praticamente impossível evitar. Isso é tudo, com licença.
Levanto, colocando as mãos na mesa para me apoiar, e me curvo diante da figura feminina, em sinal de respeito, e não olho para trás. Algumas ruas a frente da cafeteria, peço um carro pelo aplicativo, com o objetivo de chegar em casa o mais rápido possível. Segurar o choro em público está entre o top 3 de piores sensações do mundo, porque a sensação que tenho é que meu peito está queimando, junto com um nó na garganta indescritível.
Ao descer do carro, coloco a senha da fechadura digital e subo para o meu quarto, desabando por fim, no travesseiro. Lágrimas amarguradas saem dos meus olhos, e abafo um grito no ursinho de pelúcia, nunca pensei que choraria por amor. Que ridículo.
Quando duas pessoas se gostam, mas não podem ficar juntas, as partículas dos átomos do universo se movem numa agitação tão elevada quando esses dois indivíduos estão juntos por um breve momento. Mas isso é temporário, porque no final, o resultado sempre volta ao nulo, quando eles viram estranhos com memórias.
Eu tinha medo de gostar dele, porque sabia que em algum momento eu teria que parar de gostar. Às vezes eu sinto como se sempre soubesse que uma hora fariam ele ir embora.
Ele nunca teve motivos para ficar, porque eu não nasci herdeira para ter motivos o suficiente para justificar para seus pais que podíamos ficar juntos. O universo precisar perdoar aqueles não deram certo.
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MIMADO | Hueningkai
FanfictionDepois de serem apresentados um ao outro numa escola de elite coreana, Hueningkai e Jang-mi descobrem que ambas famílias são amigas. Ele, que morava em Los Angeles, não imaginava que sua vinda a Coreia lhe ensinaria como se preparar para a vida adul...