Novamente 다시

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Jang-Mi

O pai de Eun nos levou até o shopping e é claro que ela nos fez passar nas lojas mais caras possíveis. Após tantas provas de vestidos, e eu insistindo em dizer que ela estava linda naquela, ela finalmente levou um. Paramos para tomar sorvete antes de ir, porém, antes de chegar a saída, ela me para, dizendo:

— Estou me sentindo insatisfeita.

— Por Deus, por quê? — eu disse, revirando os olhos.

— Você. — ela aponta para mim, e toco nos meus ombros, abaixando a cabeça para ver se tinha algo de errado com o meu corpo ou comigo. — Você não vai mesmo levar nada?

— Amiga, já conversamos sobre isso.

— Não, Jang-Mi. Olha pra mim. — minha melhor amiga diz, segurando meu rosto, forçando-me a olhá-la. — Você só tem essa vida e essa oportunidade. Vai querer passar o resto da sua adolescência trancada naquele quarto e não ter histórias para contar ou vai querer ir comigo pra essa festa hoje?

Encaro os olhos caramelizados de Eun, marcados pela seriedade e mordo meu lábio interno, repensando no que ela acabara de me dizer e chegando a conclusão de que, talvez não seja tão ruim assim dar chance a tal experiência. Talvez eu precise mesmo disso.

— Podemos ir. — digo, e minha melhor amiga me solta, abrindo um largo sorriso que faz seus olhos fecharem. — Mas...

— Sempre tem um "mas", não é? — ela se afasta de mim, após me dar um abraço e fazer um carinho no meu ombro.

— Você vai ter que me garantir de que essa será a melhor festa que eu irei. — enfatizo minha fala, nos fazendo dar um sorriso malicioso.

— Fechado.

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— Me ajuda a fechar o zíper? — Eun vira as costas para mim, e largo o pincel de blush para ajudá-la.

É a noite da festa, e já faz algumas horas que estamos nos arrumando para mais tarde, o que não significa que não chegaremos atrasadas porque pelos meus cálculos, já estamos.

— Yeojun disse para avisarmos quando estivermos prontas, ele vai mandar alguém vir nos buscar.

— Você acha que sairemos daqui a quanto tempo? — converso com ela, mas me concentrando em terminar a maquiagem. Tenho que me concentrar para não acabar ficando forte, afinal, não quero passar essa impressão aos que estarão lá.

— Não sei, meia horinha, talvez? — Eun murmura.

— Ok, só vou terminar aqui e colocar o salto. Nossas bolsas estão prontas? — Minha cabeça se inclina ligeiramente, olhando para o espelho e passando o delineador.

— Se você fala sobre os chicletes, carregador de celular, carteira, gloss e elástico para cabelo, estão arrumadas, então. — diz, conferindo as bolsas.

— Perfeito.

— Devo passar um perfume mais cítrico ou doce?

— Hum... põe aquele floral. Ele está em cima da minha penteadeira, na esquerda.

A vejo pelo reflexo do espelho borrifar o perfume nos lugares certos, marcantes. Logo depois, ela aciona uma mensagem para Yeojun e seu motorista não demora a chegar na minha casa.

— Tchau, pai. Estamos indo! — digo, descendo as escadas e parando na cozinha para dar um abraço nele, que está com toda sua atenção voltada ao jornal.

— Tchau, meninas. Se divirtam! — ele nos abraça por trás, e deposita o selar na minha testa. — Está tão cheirosa, vai voltar muito tarde?

— Pai, eu estou cheirosa todos os dias. — Ao sentir seu abraço, dou um leve sorriso ao notar cócegas em minha pele. — E não voltaremos tão tarde, não é?

— Mesmo se eu não dormir aqui, prometo trazer a Jang-Mi em segurança, sr. Yoon! — os dedos de Eun se fecham e seu mindinho levanta em um sinal de promessa ao meu pai.

Fecho a porta principal e entramos no carro, colocando imediatamente os cintos.

— Quer dividir o fone? — minha melhor amiga pergunta, me estendendo o seu fone direito e não ouso recusar.

Cerca de vinte minutos depois, o motorista para em frente a uma casa iluminada por luzes de LED que notamos vir de dentro. Noto que a estrutura é parecida com a casa de Hueningkai, só que um mais apropriada para festas, porque a casa do de Kai é tão delicada e as pessoas presente nela são tão compromissadas que eu nunca imaginaria uma festa ali dentro.

Quando passamos pela porta, várias pessoas — inclusive pessoas que eu não são do nosso convívio — cumprimentam a "namorada do Yeojun" e parece que essa mesma multidão abre espaço para que nós — ou minha amiga — passe para o centro daquele grande salão, onde Yeojun a recebe de braços abertos e a cumprimenta com um selinho.

— Você está linda. — ele sussurra em seu ouvido, e ela sorri, escondendo seu rosto no pescoço dele. — Quer beber alguma coisa?

— Quero uma água com gás. — ela responde, mas volta a sua atenção para mim. — Quer alguma coisa, amiga?

— Não, tá tranquilo. — respondo, sorrindo minimamente.

— Quando quiser alguma coisa, me avisa, tá?

Assinto e falo:

— Se você quiser, pode ficar com o Yeojun, vou dar uma volta pela casa, ok?  — murmuro, mordendo meu lábio inferior.

— Você vai ficar bem? — pergunta, insegura.

— Vou sim, relaxa. — asseguro, pondo meus braços ao redor do seu pescoço para lhe dar um abraço.

Me afasto de Eun, e com um pouco de dificuldade, após dizer muitos "com licença" ou sendo minimamente empurrada pelas pessoas daquela festa, chego até o bar, que estava vazio, já que a maioria dos jovens só pegam a bebida e voltam para a pista de dança, e me sento, apoiando minha cabeça sobre meus braços deitados na bancada.

Fico assim por mais alguns minutos, e até o bartender vem até mim, me perguntar se eu precisava de algo, mas nego sua ajuda, afirmando que estou bem.

Antes de voltar a minha posição anterior, sou interrompida por uma presença no banco ao meu lado, e levanto em curiosidade, vendo Hueningkai ajustar seu termo e balançando sua cabeça para me cumprimentar.

— Gosta de bloody mary? — ele expira, os olhos se fecham e quando abrem, me olham com profunda ternura.

— Nunca bebi drinks alcoólicos. — profiro grave a única frase que minha mente pensa em exprimir.

— Mas gostaria?

Não o respondo, mas arqueio as sobrancelhas, e ele entende o sinal.

— Com licença, eu desejo dois bloody mary's, por favor.

Um novo amor é um presente.

MIMADO | Hueningkai Onde histórias criam vida. Descubra agora