Lá em cima 거기

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Jang-Mi

— É solicitado que todos formem duplas para esta prova e juntos, procurem bandeiras que foram espalhadas por nós da equipe pelo acampamento. Foram três bandeiras das cores: amarelo, que correspondem ao 3° e 2° lugar, e vermelha, que corresponde ao 1° lugar. Aqueles que pegarem as bandeiras amarelas, terão direito a um jantar especial a luz de velas organizado pela coordenação. Já aqueles que pegarem a bandeira vermelha, ganharam acesso exclusivo ao ofurô!

A srta. Lee anuncia no microfone e todos os alunos dão gritos de comemoração. Olho para Eun, que sorri animada para mim e dá pulinhos, e sua atenção é roubada por Yeojun, que entrelaça sua mão a dele, e logo entendi que eles farão par. Ótimo, estou sozinha de novo.

Abraço meu corpo e sorrio sem graça para os alunos que me encaravam, e me afasto para o lado, indo de encontro a um dos caminhos para a procura da bandeira. Percebi que ninguém estava por perto, muito menos me seguindo, então, me encostei numa pedra e fiquei contando os galhos das árvores, já que não fazia sentindo procurar uma bandeira de uma prova na qual não tinha par.

Distraída, sinto um toque no meu ombro esquerdo por trás e junto com ele, sons de passos. Dou um pulo em meio ao susto, colocando a mão sob o coração e me viro, vendo Kai sorrir, mas logo se mostrar preocupado.

— Meu Deus, eu te assustei? — pergunta, se aproximando de mim, mas dou um passo para trás, o que faz ele recuar.

— Um pouco, faz muito tempo que você estava por perto? — Solto o ar pela boca.

— Na verdade, eu estava procurando você, então não, não faz muito tempo. — ele soa incerto e quase impaciente, como se tivesse sido pego no pulo e odiado isso.

— Cadê a sua dupla? — indago, olhando para os lados à procura de mais alguém.

— Eu não tenho dupla. — Kai coça a nunca, evitando o meu olhar.

— Não tem? Como assim, mas-

— E você tem? — ele me interrompe, arqueando as sobrancelhas e cruzando os braços, me encarando enquanto encolho ao seu lado.

— Não. — Há uma pausa no nosso diálogo e ele parece exasperar.

— Tá afim de ir a um jantar comigo? — Um intervalo se instaura, e eu sorri, pensando na resposta certa para a ocasião.

— Já não fizemos isso antes? — Giro os olhos.

— Aquele na minha casa não conta. — rimos. — Nesse só vai estar eu e você.

— Como em um date? — Profiro tão rápido, que ele quase não consegue entender.

— Como em um date.

— Hum... fechado. — automaticamente, nos olhamos e ele abre um sorriso para mim, enquanto andamos pelo caminho e sem querer, nossas mãos, que antes balançavam com o movimento do nosso corpo, se tocam e um clima de desconforto se instaura na área.

Disfarço, seguindo o caminho como se nada tivesse acontecido, e ele fica alguns passos atrás, mas não demora em me acompanhar de novo.

— Tem alguma ideia de onde esteja a bandeira? — Kai pergunta, apreensivo.

— Ouvi rumores de que talvez esteja perto de água, então temos o lago.

— Eles teriam a capacidade de colocar a bandeira no meio do lago e fazer a dupla nadar até lá? — ele solta uma risada antes de puxar o ar.

— Talvez tenha algum bote por perto. — dou de ombros.

Hueningkai

Não tinha bote.
E sim, a bandeira estava lá, e não era a bandeira amarela, era a vermelha.

— Como foi tão fácil, e como chegamos antes de todos? — Jang-Mi pergunta, incrédula.

O destino armou essa para nós.

Sinto muito por não levá-la ao jantar, mas já fica como ideia para nosso próximo date, sim?

— Mas o que?

— Já foi a um ofurô antes? — solto um riso breve.

E ela capita a minha mensagem.

Não. — ela não consegue controlar o riso.

— Quer conhecer hoje? — coloco a mão em minha testa e tento alinhar e entregar meus pensamentos.

— Você... você vai nadar até lá no meio? Pode ser perigoso, o clima não está dos melhores. — Sua voz é diminuta.

— Prometo que não vou pegar pneumonia. — Rio.

— Tem certeza? Não quer tentar procurar as outras bandeias?

— A bandeira nos achou, só precisamos de uma. Vai desperdiçar a chance que o universo está nos propondo? Não é todos os dias em que ele é bonzinho, ein.

— Você tem um ponto. Vou ficar aqui te esperando. — diz, soltando uma risadinha suave.

Aceno para Jang-Mi, que também balança a cabeça para concordar e tiro o moletom cinza que estava, liberando a camisa de banho.

— Não acredito. — diz, pondo a mão sobre a boca, em choque. — Você sabia ou algo do tipo? Por que veio preparado?

— Não sabia, mas se tem uma regra clara desse acampamento, após tanto frequentar, é que você sempre deve estar preparado para coisas que envolvem água.

— Gostaria de ter estudado com você antes de você ter ido para os Estados Unidos.

— Não gostaria, eu era insuportável. — confesso e pulo na água, que estava bastante fria, mas ainda estava suportável.

A pressão da água me faz recuar de início, mas nado mais para o centro, com o objetivo de pegar a bandeira pendurada num pequeno barquinho. Olho para trás, e vejo Jang-Mi pequenininha, sentada na beira do lago e fazendo um sinal de "fighting" para mim, que sorri em resposta, e com um impulso, puxo a bandeira e prendendo-a na minha blusa e voltando para a superfície do lago.

Quando retorno, damos pulinhos de felicidade e um pouco de água espirra nela, o que a faz rir e se enxugar depois. Iniciamos uma guerrinha com Jang-Mi correndo para o centro do acampamento, onde tínhamos que depositar a bandeira pega, fugindo de mim para não abraçá-la molhado.

Quando chegamos lá, encontramos uma Eun ofegante cheia de folhas pelo cabelo e pelo corpo, sendo carregada por Yeojun, que mal abria os olhos de tão cansado que estava, o que me fez rir. Os outros meninos não estavam diferentes, e tento me lembrar para tirar sarro da cara deles depois e os provocar pelas meninas que estavam de par com eles.

MIMADO | Hueningkai Onde histórias criam vida. Descubra agora