Memórias 논문집

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Sentada sobre a arquibancada na aula de educação física, observando alguns colegas jogarem vôlei no centro da quadra, lá estava eu, mais uma vez, com a desculpa de que estava com cólica. Disfarço meu desconforto, hora jogando no celular, hora sorrindo para Eun, que havia acabado de ganhar a partida e correu para abraçar Yeojun.

Minha atenção é tomada para tomadas ofegantes e o barulho de uma garrafa de água se abrindo, descendo rapidamente goela abaixo no menino ao meu lado, olho a direta e vejo Hueningkai, que também faz contato visual comigo, tampando a garrafa novamente.

— Nossa, tô acabado.

— É, eu tô vendo. — tiro o AirPods e sorrio, animada. — Tenta descansar por agora.

— Pelo menos a gente ganhou. — ele profere, dividindo um olhar positivo comigo.

— Isso compensa o cansaço, então. — respondo em um murmúrio quase inaudível, mudando o peso de um pé para o outro.

— Ei, você vai pro acampamento com a gente? — pergunta, enquanto percebo um olhar de lado dele para mim.

Me curvo mais para frente, negando com a cabeça.

— Ué, mas por quê? Tem algum outro compromisso no dia?

— Não, eu só não tô a fim de ir mesmo. — e sou eu quem o lança um olhar de lado agora. — E você, vai?

— Vou, sim. — E então continua, articulando calmamente — Olha, se o motivo for porque você acha que vai ficar sozinha, podemos fazer companhia um para o outro lá, mas só se você quiser mesmo.

— Hum... vou pensar a respeito disso, mas não entenda como um "sim". — aceno brevemente para ele, sorrindo.

— Só o fato de você parar pra pensar já compensa. — diz cortês, levantando-se da arquibancada, mas não antes de piscar para mim, dando um de seus sorrisos estrategistas.

A que ponto chegamos?
Hueningkai está flertando comigo?

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Quando o ônibus me deixa na esquina de casa, tiro as chaves do bolso e abro a porta principal, ouvindo risadas ecoando da sala, o que me faz estranhar, porque papai não me avisou que receberíamos alguém em casa hoje. Vou até a cozinha comprimir quem quer que seja a pessoa, mas noto ser uma mulher, pelo tom de voz, e me surpreendo ao ver a srta. Nabi.

— Cheguei. — sussurro timidamente, me aproximando dos dois.

— Oh, Jang-Mi, como você está, querida? Não nos vemos desde o jantar lá em casa. — ela se levanta da mesa vindo me dar um breve abraço, o qual eu retribui.

— Estou bem, e a senhora, como vai? — dou a volta na mesa, indo abraçar papai por trás.

— Pode me chamar pelo nome, querida! Afinal, somos próximas, não somos?

Dou um sorriso, mas não concordo, já que é ela quem está dizendo...

— Filha, o almoço está na cozinha. — meu pai fala, mas se vira para Nabi. — Você me dá licença para esquentar a comida dela, Nabi? A Jang-mi chega com fome da escola.

— Pai! — repreendo-o, envergonhada, mas ele sorri, me deixando sozinha com a mulher ao meu lado.

— E então, Jang-mi... A escola me mandou um e-mail falando sobre um acampamento, você vai? — ela me indaga.

— Ah, não sei ainda, mas provavelmente não, dona Nabi. — justifico minha resposta, puxando a cadeira para sentar ao lado dela.

— Eu queria te pedir um favor, caso você não tem o que fazer na semana do acampamento. — a elegante mulher diz, enquanto põe a pequena xícara que continha chá sobre a mesa.

— Se estiver no meu alcance, posso tentar fazer. — comprimo os lábios.

— Você sabe como nossa família cuida bem do Kai, não é, querida? — seu tom de voz saiu um pouco forçado, mas não hesitei em concordar.

— Claro.

— Eu gostaria que você fosse nesse acampamento e tentasse cuidar do Kai para mim. Sei que vocês dois andam próximos, pois me informaram que ambos foram vistos juntos no intervalo da escola e de alguma forma, eu queria que você o distraísse.

Tudo isso está muito estranho.

— Tem algum motivo em específico para isso? — pergunto, com o vinco entre minhas sobrancelhas aparecendo.

— Não sei se soube, mas ele rompeu com o noivado com a Jina, e estamos procurando entender o motivo até hoje. Achamos que pode ser a entrada de uma nova garota na vida dele, ou algo do tipo. Sei que tem um motivo, meu filho não desistiria de uma moça tão bela e honesta como a Jina.

— A senhora não acha que se fosse alguma nova garota, ele contaria para vocês? — o canto dos meus lábios soergue-se.

— Não acho que faria isso, visto que ele é a última pessoa a nos contar algo, então eu sempre tenho que ficar mandando algum segurança ver isso para mim. Me entende, querida?

Entender? Eu não entendo. Mas como eu poderia dizer "não"?

— É claro, posso fazer isso pela senhorita. — engulo em seco, mas não hesito em responder, fazendo ela sorrir amigavelmente.

— Você é uma boa menina, Jang-Mi. — diz, alisando meus cabelos. — No fundo, só quero proteger o meu Kai de algumas distrações, ele precisa concentrar a sua atenção em ser o futuro herdeiro da nossa empresa.

— Seu almoço está servido. — papai ressurge da cozinha, me salvando daquele diálogo controlador.

Por Deus, eu não imaginava que a mãe dele pudesse ser tão possessiva ao ponto de mandar alguém espionar o filho dela e depois passar um relatório.

Me curvo diante da mulher, me despedindo brevemente e saio em direção à cozinha, enquanto minha boca se forma em um perfeito "O". O que acabou de acontecer?

Nunca vou poder sentir nada por ele, nem que o sentimento seja correspondido, porque há uma mãe no meio disso que prefere ver o filho isolado em uma mesa de escritório nos "negócios da família" ao invés de um adolescente vivendo a sua vida e feliz.

E se a garota que ela diz estar suspeitando sou eu? E se ela só estiver sabendo de algo que nem eu mesma sei e estiver me testando? Ou pior, e se ela mandar alguém nos observar bo meio disso tudo? O que quer que fosse acontecer entre eu e ele após ou durante essa viagem, precisa acabar.

Não podemos passar daquele olhar na festa do Yeojun.

MIMADO | Hueningkai Onde histórias criam vida. Descubra agora