Rᴇɢʀᴇꜱꜱᴀɴᴅᴏ

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DIA 84, madrugada

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DIA 84, madrugada

Não faça barulho, eles ouvem você. Corra rápido, eles parecem lentos somente até o momento em que você se vira e dá de cara com um. Não tenha medo do escuro, é um dos poucos lugares em que você poderá se esconder quando os monstros vieram te pegar. Passo meu braço pelo meu rosto de forma grosseira. Limpando as lágrimas. Correndo. Continue correndo. Mesmo machucada, mesmo com tanto medo. Preciso continuar correndo, preciso continuar.

Estou cansada. Ofegante. Meu corpo dói. Tentei me esconder em muitos lugares e passei algumas horas em cima de uma árvore, achando que eles iriam embora. Mas não se foram. A floresta está cheia deles. E eu não achei ninguém. Todos se foram... todos. Paro ao lado de uma árvore, apavorada. Há barulhos. Corujas. Corujas nunca foram tão aterrorizantes. Há passos, coisas se arrastando, são eles. Preciso continuar correndo! Tomo folego e volto a correr, desesperadamente, sem forças e ainda assim lutando contra aquelas coisas.

Os Kakutes voltaram a machucar minhas mãos e ainda assim seguro firme as adagas, pois são as únicas coisas a me proteger.

O que eu faço agora?

Para aonde irei?

Onde estão todos? Não ouço mais nada. Nada. Só a minha respiração. Minha respiração alta e ofegante e o meu coração batendo de forma acelerada, zunindo em meus ouvidos. Ergo meus braços em direção a minha cabeça e recosto as costas das mãos na minha testa, perdida. Não sei o que faço agora. O sol está nascendo e posso ver as coisas com mais clareza, mesmo estando escondida. Não durará muito. Isso aqui parece um labirinto infernal e não há nada, nenhuma saída, nenhuma pessoa para me resgatar. Todos sumiram.

Puta merda, o que eu faço agora?

Deixo um grito escapar quando meu braço é agarrado e um deles tente me morder. Uso a outra mão para enfiar uma das pontas da adaga em sua cabeça e depois o chuto para longe, meu pé parece enroscar em algo e tentando me livrar, vou direto ao chão. Mais deles aparecem e eu começo a gritar por medo e raiva, lutando para me livrar deles. Não aguento mais!

De repente, a cabeça do errante que está em cima de mim, voa para longe, rolando pelo chão. Seu corpo tomba e eu consigo ver a silhueta de uma pessoa usando um capuz e segurando uma espada. Ao seu lado, a princípio tenho a impressão de ver mais duas pessoas, mas enxergo logo que são dois walkers presos a correntes. Presos a correntes? Devo estar ficando louca?

— Por favor — imploro amedrontada — não me machuque.

Sua mão se eleva em direção ao capuz, puxando-o, assim, posso ver que é uma mulher. Sua pele é negra e seus cabelos estão com dreads, mas o que mais me chama atenção são seus olhos castanhos escuros e a dureza que eles carregam. Isso me assusta mais do que os errantes sem braços.

— Não vou te machucar — declara, guardando sua espada nas suas costas. — Você está sozinha?

— E-eu... eu acho que sim... — sussurro, deixando algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto. — Estava em uma fazenda, foi invadida, me separei do meu grupo.

Survive For Me - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora