Aʙɪꜱᴍᴏ

6.3K 635 977
                                    

DUAS SEMANAS E CINCO DIAS ANTES DO APOCALIPSE GLOBAL

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

DUAS SEMANAS E CINCO DIAS ANTES DO APOCALIPSE GLOBAL

— Eu posso ficar com o Sr. Urso?

Arqueio a sobrancelha levemente e observo Carl parado ao lado da minha cama, ainda de pijama, e agora abraçado ao meu urso de infância. É a única coisa que eu tenho da minha mãe. A única coisa que meu irmão insiste em roubar de mim, mas já estou indo para longe, posso deixar aqui.

— Só se me prometer que irá cuidar muito bem dele — peço, mantendo o tom firme.

— Eu prometo.

Dou uma piscadela para ele e continuo a guardar minhas coisas na mala, terminando logo. Já faz dois dias que meu pai acertou os detalhes da minha entrada no internato, especificando que ficarei apenas um período de quatro meses para adaptação, então quero ir logo. Antes que ele chegue para almoçar e queira me levar. São só algumas horas de viagem de carro e posso muito bem ir dirigindo sozinha.

— Acho que está tudo pronto — anuncio, lançando um olhar rápido para Carl — tem certeza disso?

— Você vai me ligar todas as noites?

— Sim.

— Vai voltar?

— Claro, você vai estar com o Sr. Urso.

— Então ok.

Carl abraça o urso e força um sorriso. Nem chega a tocar seus olhos. É evidente que ele está se esforçando para me ver bem e com tanto que não chore, nem trema o queixo, eu conseguirei seguir viagem. Meu irmão é o único que me feria desistir de qualquer coisa, mesmo se eu estiver há mais de 900 quilômetros de distância.

— Venha aqui.

Estendo minha mão para ele, que sorri e a segura, aproximando-se com o leve puxão que dou, diretamente para os meus braços. Ao apertá-lo, sinto um buraco começar a se formar no meu peito, engolindo tudo o que sinto por ele e trazendo com si uma dor enorme. É, estranhamente, como se estivéssemos nos separando por muito mais tempo... ou até mesmo para sempre. Nesse momento, sinto que não deveria ir.

— Carol, você está me esmagando.

— Me desculpe — afasto Carl e o seguro pelos ombros, encarando-lhe com algumas lágrimas percorrendo meu rosto. — Você vai ficar bem sem mim?

— Carol! Você está dificultando as coisas para mim assim.

— Me desculpe... só me prometa que vai ficar bem, por favor.

— Eu vou ficar, e se a mamãe e o papai virarem comedores de cérebro, eu te ligo.

— Ok — começo a enxugar as minhas lágrimas e depois bato o dedo levemente em seu queixo — eu te amo.

— Eu também te amo. Carol, por favor, você pode me pôr na cama agora?

— Te pôr na cama às dez da manhã?

Survive For Me - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora