Cᴜʟᴘᴀ

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DIA 67, tarde

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DIA 67, tarde

Toco lentamente a gravura que fiz na árvore, olhando para cima e suspirando pela frustração e o medo que sinto. Já estamos andando há umas duas horas, gritando tanto que estou rouca e desesperada também. Não há sinal dela. Encontramos um grupo de errantes devorando algo e senti tanto pavor, para depois ver que era apenas um veado. Na minha cabeça mil e uma ideias se passam, principalmente sobre Sophia estar morta... sozinha e com muito medo.

— Como uma garotinha pode sumir assim? — Maggie murmura, tão frustrada quanto eu. Dou de ombros e a encaro sentada sobre uma pedra. — Você já pensou que ela pode ter sido pega?

— Já, milhares de vezes. Não sei se isso me deixa feliz ou triste.

— Por quê?

— Fim do mundo, Maggie — censuro, juntamente com uma revirada de olhos — você acha que lá fora vamos encontrar pessoas gentis tentando sobreviver?

— Todos estão tentando sobreviver, querida.

— É, e as pessoas já faziam isso antes e eram bem ruins umas com as outras — pensar nisso me faz temer ainda mais. — Uma garotinha de oito anos, sem defesa alguma... se qualquer filho da puta a encontrar?

— E se uma pessoa boa estiver ajudando ela?

— Você costumava encontrar pessoas boas há três meses? — pergunto-a, calando-a de forma profunda — as pessoas boas nem deve existir mais.

— Você é boa.

— Não, eu não sou. Nem sei o que eu sou. Estou com tanta raiva que sinto prazer em estar matando todas aquelas coisas e até voltei a culpar Beth.

Maggie encolhe seus ombros e suspira em defesa da sua irmã, mas é o óbvio. No fundo, sei que não é culpa de Beth. Também não posso evitar o que sinto e o medo que me toma a cada hora que se passa e tudo o que pode acontecer a Sophia.

— Acho que você é durona — Maggie pontua, levanta-se e se aproxima para segurar minha mão — você é durona pra caralho, mas também é a garotinha que ficou por horas na porta da casa do seu pai. Como você mesma diz, Carol, tudo acontece como tem que acontecer.

— Então Sophia tinha que sumir...

— É você que disse isso — sussurra, aproximando levemente seu rosto do meu, depois dá um toque em meu queixo — vamos lá, fodona, vamos encontrar aquela garota.

Que cruel!

Reviro os olhos e jogo a cabeça para trás, prestes a concorda com ela, porque ainda sinto que sou aquela garotinha, com medo de tudo, entretanto, não tenho tempo de falar nada a Maggie. Arregalo meus olhos e encaro com horror o grupo de errantes que se aproxima de nós.

— Droga — praguejo, empurrando-a para que veja.

— Droga! — repete, já levantando sua espingarda, mas a impeço de atirar.

Survive For Me - Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora